CTP defende solução de médio prazo no Montijo porque “Alcochete não estará pronto em sete anos”
Em declarações aos jornalistas após a apresentação do relatório da CTI, Francisco Calheiros alertou que com a solução Alcochete “nem daqui a 10 anos teremos novo aeroporto”, defendendo por isso o Montijo como solução de médio prazo, dado a Portela estar esgotada.
Sobre a solução preferida pela Comissão Técnica Independente, Alcochete, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal deixou vários alertas: “Sabemos que é uma plataforma que não tem um estudo de impacto ambiental, não está negociado com a concessionária, está por construir” pelo que “não nos vamos iludir, quando oiço aqui dizer que são sete anos para construir Alcochete, não são sete, nem oito, nem nove, nem 10, vão ser mais”, afirmou. Nesse sentido, apontou que a grande preocupação da CTP tem a ver com o facto de a Portela estar esgotada.
“Ainda ontem saíram os dados de outubro, a procura continua a existir e temos a necessidade de ter capacidade e a Portela não tem mais capacidade, portanto, a nossa pergunta muito clara é: E no entretanto? Qual é a solução que nos apresentam no médio prazo?”, questionou. Francisco Calheiros disse mesmo ter colocado a pergunta à CTI, não tendo obtido resposta.
Sobre este “entretanto”, defendeu que “a solução de médio prazo é o Montijo”. Isto porque, enumerou, “é a solução mais barata, é a solução mais rápida, é a única que tem uma declaração de impacto ambiental e é aquela que está já negociada com a concessionária”. Por tudo isto, acredita que em três anos o Montijo poderá estar feito “e em três anos não sendo bom, porque para nós a solução era ontem, a solução era mais rápida”.
Lembrando que o país está a perder muitos milhões de euros por não haver solução para o aeroporto, o que tem levado “a recusar turistas todos os dias”, Francisco Calheiros afirmou: “Não vai ser nos próximos 10 anos que vamos ter um novo aeroporto e 10 anos para rentabilizar o Montijo é muito mais do que suficiente”.
O presidente da CTP disse também não concordar com a proposta de encerramento do aeroporto Humberto Delgado, no futuro: “O Aeroporto Humberto Delgado é uma vantagem competitiva gigantesca que a cidade de Lisboa tem”, afirmou, justificando: Nos últimos tempos, os segmentos turísticos que mais cresceram foram o MICE e os city-breaks, com a pandemia o MICE diminuiu bastante mas os city-breaks aumentaram, ora, ter um aeroporto na localização em que está a Portela é uma vantagem competitiva”.
Reiterando que “não há hipótese nenhuma de ter Alcochete pronto daqui a sete anos” e que mesmo falar em “10 anos é ser muito otimista”, o presidente da Confederação do Turismo considerou também que para a própria privatização da TAP a solução apontada pela CTI “é um risco”.