Continente continua na mira da Savoy Signature: “Andamos bastante atentos ao mercado”, afirmou Roberto Santa Clara

Após um ano de 2024 “extremamente positivo” e a olhar para 2025 com “bastante otimismo”, a Savoy Signature não esconde a vontade de crescer enquanto grupo, de aumentar o seu portefólio “no momento certo”, razão pela qual o seu CEO, Roberto Santa Clara, assegura que “andamos bastante atentos ao mercado”.
Com sete hotéis, todos na Madeira / The Reserve, Savoy Palace, Saccharum, NEXT, Royal Savoy, Calheta Beach e TUI Blue Madeira Gardens), a vontade em expandir o portefólio da Savoy Signature continua a ser uma realidade, reafirmada por Roberto Santa Clara, CEO do grupo, em conversa com a imprensa à margem da BTL: “Esse é um tema de que temos vindo a falar desde há ano e meio, dois anos, nós não escondemos a vontade de crescer enquanto grupo, de consolidar a Savoy como grupo hoteleiro de referência”, por isso “continuamos muito atentos ao mercado”.
Sem avançar nada em concreto sobre possíveis futuros investimentos, porque “neste sector, não se anuncia o investimento antes dele estar consubstanciado”, reafirmou apenas que “andamos bastante atentos ao mercado para conseguirmos, no momento certo, fazer a expansão do portfólio da Savoy”. Uma expansão que, muito provavelmente, passará pelo território do Continente, pelo menos é essa a vontade do grupo: “É conhecida a nossa intenção de crescermos para o mercado continental e reafirmamos essa vontade”, afirmou.
Isto não significa, no entanto, que “se houver algum ativo interessante, que faça sentido” na Madeira, o grupo não olhe para “com o devido cuidado” para essa oportunidade, caso ela surja.
Hotéis da Savoy Signature afirmam o seu posicionamento no mercado
Nos hotéis da Savoy Signature o investimento tem sido uma constante, para conseguir afirmar em todos eles uma estratégia de valor. Reconhecendo que o grupo é mais conhecido pelo Savoy Palace, um hotel mais virado para o luxo, para o high-end, Roberto Santa Clara disse que “estamos a conseguir afirmar essa estratégia nos outros hotéis, estamos a conseguir afirmar a estratégia de valor, desde o Gardens ao Calheta Beach, ao Next (…) e mais recentemente no conceito de Boutique Hotel do The Reserve” – um conceito com apenas ano e meio mas que tem tido “um feedback fantástico” e está já bem implementado no mercado para o qual está direcionado, que traz um elevado valor em ADR (tarifa média diária).
Ali, o mercado americano está em primeiro lugar. “Numa altura, em que na Madeira se está a muito da ligação direta da United [Airlines], nós já temos a felicidade de ter os americanos, em alguns casos, no top 3 dos nossos hotéis”, referiu Roberto Santa Clara, precisando que este mercado ocupa a terceira posição no Palace e a quarta no Saccharum. Já o mercado nacional “continua a ser um mercado muito relevante nas várias unidades”, sendo que no Palace “oscila entre segundo e terceiro” lugares. Em resumo, frisou, “o mercado nacional tem correspondido, ano após ano”.
Com cada um dos hotéis a “consolidar o seu conceito” e a “afirmar o seu posicionamento no mercado,” o que se reflete nos bons indicadores de ocupação e preço médio, 2024 foi “extremamente positivo” para a Savoy Signature que conseguiu “crescer em valor e em ocupação”.
Para 2025, as perspetivas são igualmente positivas. “Nós estamos bastante otimistas em relação ao 2025, os dois primeiros meses do ano foram bons, o enquadramento do destino assim o permite, a realidade geoestratégica assim tem permitido, portanto achamos que as coisas vão correr bem”.
“Não temos turismo a mais, temos é que saber gerir o turismo que temos, ordenar o produto e a forma como recebemos”
Questão na ordem do dia é o ‘overtourism’, ideia que, sublinha Roberto Santa Clara, tem que ser desmistificada: “Temos que desmistificar isto de uma vez por todas (…). Não temos turismo a mais, temos é que saber gerir o turismo que temos, ordenar o produto e a forma como recebemos”, e “transpondo isso para mercados, vamos ter que diversificar novamente”, recorrendo a mercados mais longínquos, “fazendo uso dos hubs europeus, do hub de Lisboa”.
A falta de mão de obra é um problema que tem afetado toda a hotelaria e a Savoy Signature não é exceção. Até pelo “crescimento rápido” que o grupo tem tido, este tem sido “ um desafio significativo” porque “nós somos uma indústria de pessoas para pessoas, portanto, se queremos que as pessoas que nos visitam tenham uma boa experiência, temos que tratar bem as pessoas que estão connosco”.
Avançando que hoje em dia a Savoy Signature tem funcionários de 29 nacionalidades, Roberto Santa Clara considerou ser urgente “voltarmos às questões de escola hoteleira, de boa formação e esse problema só se vai mitigar aos poucos, particularmente na Madeira, se formarmos mais e cada vez melhores profissionais do sector”, até porque, na sua opinião, “a hotelaria voltou a ser muito apelativa” para os jovens.