Constantino Pinto apela a que a TAP não concorra com os operadores em rotas “tradicionalmente charter”

Em conversa com os jornalistas que acompanharam a famtrip a Cayo Santa María, Constantino Pinto, diretor de vendas do Grupo Ávoris em Portugal, teceu alguns comentários sobre o facto de a TAP estar a voar para alguns destinos tradicionalmente operados em charter, prejudicando assim os operadores turísticos.
“Penso que a TAP deveria seriamente equacionar o facto de entrar numa área de operação que é tradicionalmente uma área charter”, disse Constantino Pinto, defendendo que esta é uma questão que deve ser pensada e falada “ numa perspetiva obviamente construtiva e de diálogo”, até porque “não estamos aqui a querer incompatibilizar-nos com ninguém”.
Assim, e pese embora “todo o respeito e consideração que tenho pela TAP”, o diretor de vendas da Ávoris em Portugal, avançou que em causa estão destinos como Menorca, Maiorca e até Cancun, no longo curso, que “até pode ter outro tipo de interesse para a TAP e pode ser estrategicamente interessante, mas são destinos tradicionalmente charter e para onde existe uma oferta charter importante”.
“Não acredito que seja uma grande mais-valia para a TAP meter-se, por exemplo, no Palma do Maiorca e no Mahón [Menorca], e em contrapartida, isso a nós prejudica-nos bastante”, afirmou, acrescentando que “o que tem acontecido é que nos destinos onde se vê que há êxito de vendas, a TAP entra a seguir e isso não faz muito sentido”. Para Constantino Pinto, “este não é o comportamento das companhias de bandeira europeias” que “são complementares, nunca concorrenciais”.
Referiu-se, igualmente, à questões do slots, para dizer que “seria muito mais vantajoso para a TAP utilizar estes slots noutros destinos onde pode ter muito mais interesse e onde poderá servir muito melhor a população portuguesa do que provavelmente nestes destinos claramente de lazer, onde o charter resolve perfeitamente o problema como resolveu durante tantos anos”.