Conheça algumas das ideias do novo SET (Nuno Fazenda) sobre o turismo

Há cerca de um ano, Nuno Fazenda foi entrevistado no âmbito do projeto “Os 230” que dá a conhecer os deputados à Assembleia da República. Sobre turismo, Nuno Fazenda deixou claro que considera ser um setor estratégico que “deve ser protegido” pelo seu impacto relevante na economia e que não perfilha da tese de que há uma sobrecarga de turismo.
“O turismo é, indiscutivelmente um setor estratégico para o país, vai continuar a sê-lo” começou por afirmar Nuno Fazenda, agora indigitado secretário de Estado do Turismo, Comércio e Turismo, para quem, importância não significa dependência: “Não estamos dependentes” do turismo, afirmou, num momento em que esta estava a ser uma das atividades económicas mais penalizadas pela pandemia.
Sublinhando a importância que o turismo tem à escala mundial, afirmou que “Portugal não tem o exclusivo de o turismo ser especialmente importante”, embora no caso do nosso país o turismo tenha “um impacto relevante porque estamos a falar da maior atividade exportadora – o turismo representa cerca de 18,6% do total das exportações de bens e serviços”.
Reconheceu, também, que em Portugal, nos últimos anos, o setor evoluir muito e evoluiu bem. “Nos últimos 10 anos Portugal tem tido um crescimento muito relevante [no turismo], com especial intensidade nos últimos cinco anos mas apesar de tudo temos crescido mais em valor, temos crescido mais em receitas do que em dormidas, isto é, tem crescido sobretudo naquilo que é o valor gasto por turista, na receita média por turista e isso é positivo”.
Por isso, garantiu, o turismo “é um setor que deve ser protegido, é um sector que tem um efeito multiplicador na nossa economia”. Lembrou também que há que apostar no desenvolvimento turístico das regiões do interior: “Em Portugal temos grandes regiões turísticas, como é o caso do Algarve, Madeira, Lisboa e Porto e, sem prejuízo de essas serem bandeiras do nosso turismo, temos que puxar também pelo turismo de outros territórios, designadamente do interior”, afirmou, considerando que “tem sido feito algum trabalho a esse nível, que deve ser continuado e deve ser reforçado”.
Recordando que, durante o período de desconfinamento que aconteceu no verão de 2021,”os portugueses redescobriram o interior do país e houve uma procura muito relevante pelo nosso interior que tem um enorme potencial turístico”, sustentou que “nós temos que fazer alguns esforços de promoção” sobre o interior, “convidando” os portugueses e os mercados externos a conhecerem a “riqueza territorial” do interior.
Novo SET não defende uma área económica centrada no sector do turismo
Assegurando não defender uma área económica centrada no sector do turismo – “mas não é isso que tem acontecido (…) Portugal tem conseguido, nos últimos anos, diversificar a sua economia e crescer nas diversas áreas”, enfatizou também que “não subscrevo a tese de que estamos com sobrecarga de turismo. Pode haver, e há, alguns pontos em que em determinados momentos do ano há uma concentração do turismo mas isso tem que ser trabalhado”.
“Temos que olhar para trabalhos de capacidade de carga em alguns locais, temos que olhar para modelos de gestão sustentável desses fluxos turísticos e temos também que trabalhar a promoção turística para especializar os próprios fluxos turísticos e acho que isso tem vindo a ser feito pelas entidades nacionais, regionais e locais”, declarou.
Voltando a sublinhar que “a mensagem que queria deixar é que este é um setor que tem que ser protegido”, Nuno Fazenda defendeu que também em relação ao ambiente “Portugal tem feito um bom trabalho (…) que deve ser prosseguido”. Sugeriu mesmo que “até do ponto de vista do financiamento comunitário, os critérios ambientais devem estar previstos – já estão mas devem ser ainda mais decisivos naquilo que é a aprovação dos projetos, porque as alterações climáticas não é um problema de amanhã, é já de hoje”.