Combustível e dólar os grandes desafios ao plano de restruturação da TAP
Ouvida na Assembleia da República, na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, a CEO da TAP disse, na tarde desta terça feira, que o aumento dos preços do combustível e a valorização do dólar tornam mais difícil a realização do plano de reestruturação da empresa.
“Os custos de combustível mais elevados e a valorização do USD são obstáculos que tornam mais difícil a realização do plano”, afirmou a presidente da comissão executiva (CEO) da TAP, Christine Ourmières-Widener, precisando que os custos estimados com o combustível são cerca de 300 milhões de euros superiores ao anteriormente previsto e 200 milhões de euros mais elevados do que em 2019.
Sustentando que, apesar dos desafios, a sustentabilidade e sobrevivência da TAP são “absolutamente possíveis”, a responsável afirmou que “Não podemos comprometer o futuro a longo prazo para resultados a curto prazo” e que “estamos cuidadosamente otimistas”,
No âmbito do plano de reestruturação de que a TAP está a ser alvo, a Comissão Europeia impôs, entre outras medidas, que a companhia aérea não pode pedir apoio financeiro adicional ao Governo durante os próximos 10 anos, que a transportadora fique limitada a uma frota de 99 aviões, que liberte 18 faixas horárias (‘slots’) no aeroporto de Lisboa e que aliene ou feche ativos não essenciais.
Recorde-se que a TAP teve um prejuízo de quase 1.600 milhões de euros no ano passado, apesar do aumento do número de passageiros transportados e das receitas relativamente ao ano anterior, segundo comunicou a empresa, esta segunda-feira.
De acordo com a proposta de Orçamento Estado, o Governo mantém a previsão de injetar este ano até 990 milhões de euros na TAP.