Clara Pinto Coelho: Creta “vem dar uma lufada de ar fresco” aos destinos charter a propor aos clientes

Clara Pinto Coelho, da Bestravel Benfica, em Lisboa, foi uma das agentes de viagens que participou na fam trip do operador turístico Viajar Tours a Creta. Em declarações ao Turisver, a profissional afirmou ter ficado agradavelmente surpreendida com o destino, com a hotelaria programada e por tudo aquilo que Creta tem para oferecer além da praia.
Depois de conhecer Creta, a oferta hoteleira e o que há para ver e fazer na ilha, a impressão que trazia melhorou ou piorou?
Melhorou bastante, confesso que foi uma agradável surpresa. Tinha muitas dificuldades em vender o destino, porque os hotéis programados pelo operador Viajar Tours são muito e muito diferenciados, mas também porque pensava que a praia era muito má mas a praia, é a praia de Creta e é muito bela, com um mar de águas transparentes, fantástico de um azul lindo que acaba por cativar. Isto para além de Creta oferecer muito mais do que praia, oferece cultura, beleza natural e tem muitas coisas para fazer.
A oferta de animação valoriza a ilha, tal como os muitos restaurantes charmosos, e os barzinhos. Acresce que somos muito bem recebidos pelos gregos que são um povo muito afável, com as características dos povos mediterrânicos que gostam e sabem receber as pessoas. Gostei muito…


Lembro-me que a dada altura, quando se dizia que Creta é um destino para todas as bolsas, a Clara disse não ser bem assim …
A Grécia não é um destino barato, principalmente se a pessoa quiser usufruir de tudo o que as ilhas tem para oferecer, para se usufruir acaba por ser um destino mais caro do que outros que têm outro tipo de praias ou oferecem outro tipo de situação. Por outro lado, a Grécia são várias ilhas e quem quiser ficar a conhecer mais do que a ilha de Creta vai ter que juntar um dinheirinho para o poder fazer porque isso encarece uma viagem que já não é propriamente barata. Se quiser ir a Santorini ou fazer as excursões que nós fizemos, como ir a Spinalonga, por exemplo, a viagem já fica um pouco mais cara.
Aquilo que é mais compatível, em termos de valores, com Portugal é o preço das de algumas coisas, por exemplo os táxis ou das refeições…
Por isso também não acho que seja um destino caro nesse aspeto: pode-se ir tomar um café, comer um gelado, fazer uma refeição ou comer um petisco como os portugueses gostam e isso vai para preços a que estamos habituados no nosso país. Aqui, muitas das refeições são feitas com base nos petiscos, com queijo feta, húmus, azeitonas e tudo isso acaba por compor satisfazer quem procura o destino.
No seu entender era uma falha não haver um destino como Creta em charter, na oferta das agências de viagens?
É bom para diversificar porque estamos muito focados noutro tipo de destinos, nomeadamente nas Caraíbas, Marrocos, Tunísia, e Creta vem dar uma lufada de ar fresco aos destinos em charter a propor aos clientes, e acho que vale a pena ter esta oferta para que os nossos clientes venham cá.
Conhecendo o destino, como é que vai passar a fazer a abordagem ao seu cliente?
Além de ter ficado com uma visão completamente diferente, e até porque para vender não há nada como conhecer e viver o destino, já me posso focar na oferta hoteleira que é muito diversificada e acompanha muitas bolsas e também no facto de ser um destino que oferece muito mais do que praia, é um destino com várias zonas para visitar, que permite fazer caminhadas, mergulho, passeios de barco e pode ser um ponto e partida para outras ilhas.
No charter torna-se muito fácil chegar a Creta e aproveitar uns dias em Creta e dar um pulinho a outras ilhas.


Um combinado com Santorini é muito sedutor?
Sem dúvida que é muito sedutor, dá perfeitamente para fazer dois dias em Santorini e o resto aqui, em Creta. Esta combinação daria perfeitamente para descansar e conhecer a ilha.
Clientes a fazerem mais do que uma viagem e a gastarem mais
As vendas deste ano pode dizer-se que é sempre a “bombar” ?
É sempre a bombar. Diria que na minha agência comecei o ano em grande, com uns meses que foram bastante intensos em vendas. Aliás, o final do ano passado também foi excelente em termos de vendas que eram já para este ano. Este ano tenho clientes a fazer duas e três viagens quando só faziam uma, e a gastar mais.
Além de as viagens estarem bastante mais caras, os clientes estão a apostar noutro tipo de destinos e não se importam de gastar um pouco mais para puderem usufruir deles.
Que destinos?
Destinos muito diversificados. Há pessoas a querem ir para grandes destinos, nomeadamente Maurícias, Zanzibar – o charter que foi lançado este ano está a ter sucesso e os clientes estão a aproveitar – a Ásia está outra vez em força… temos vendido um pouco de tudo e um pouco para todas as carteiras.
As ilhas portuguesas estão a vender-se bem ?
As ilhas portuguesas, quando comparadas com outros destinos, estão caras mas são um produto muito bom, o que faz o caro ser relativo. Se estivermos a falar da ilha da Madeira – não do Porto Santo que é só praia – ou de São Miguel, por exemplo, são produtos que oferecem muito pelo que a esse nível não estão assim tão caras, e vale muito a pena.
Que defeitos encontra quando olha para o programa do Viajar Tours?
Defeitos não consigo apontar porque somos nós que vamos construir o pacote. Eles oferecem o charter mas quem vende os hotéis somos nós, somos nós que temos que conhecer o cliente e coloca-lo no hotel que mais se adapte a ele.
Nem o horário do voo?
Hoje em dia quem viaja em charter já está habituado a este tipo de horários e há alguns piores, portanto não me parece que seja um defeito a apontar.