CEO da TAP diz ter condições para continuar no cargo porque agiu de “boa-fé”

Ouvida esta quarta feira na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, a CEO da TAP explicou que Alexandra Reis saiu do Conselho de Administração apenas “divergências na execução do plano de reestruturação”. No polémico processo da indemnização, garantiu ter agido “sempre de boa-fé” pelo que considera ter condições para se manter no cargo.
“Tenho condições para ser CEO da TAP porque temos agido de boa-fé, completamente de boa-fé ao contratarmos aconselhamento jurídico [externo] e pedirmos a autorização” para a indemnização a Alexandra reis, disse Christine Ourmières-Widener na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação da Assembleia da República.
Na audição, a CEO da TAP garantiu que a “única razão” para a saída de Alexandra Reis do Conselho de Administração foram “divergências na execução do plano de reestruturação”.
“Havia divergências na implementação do plano de reestruturação. Na equipa executiva, é crucial haver um alinhamento relativamente à implementação do plano. Essa foi a única razão para a saída de Alexandra Reis da companhia aérea”, explicou.
A presidente executiva da TAP foi esta quarta feira ouvida no parlamento para dar explicações sobre a indemnização de 500.000 euros à antiga administradora Alexandra Reis, que foi também presidente da NAV e secretária de Estado, um caso que levou à demissão do ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, e a uma remodelação no Governo.
Neste processo, Christine Ourmières-Widener disse “desde o início” esteve em contacto com o então secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes: “Eu obtive a aprovação através do secretário de Estado das Infraestruturas. (…) assumi, tendo em conta a forma como trabalhamos em conjunto, que o acordo [para a indemnização] com o secretário de Estado foi feito com a concordância do Ministério das Finanças”, disse.
A responsável confirmou ainda que a TAP já foi contactada pela Inspeção-Geral das Finanças (IGF) e pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) sobre o processo de indemnização de Alexandra Reis, tendo garantido que “iremos entregar toda a informação de forma transparente. Fomos contactados por todas as entidades. O processo está em curso e as nossas equipas estão a assegurar-se de que fornecemos informação transparente”.
A CEO reiterou que a TAP irá esperar pelos resultados da investigação da IGF para retirar ilações, não tendo descartado a possibilidade de uma eventual devolução da indemnização de Alexandra Reis. “Se algum dinheiro tiver de ser devolvido, vamos fazer o que for necessário, e fá-lo-emos de maneira diligente”, declarou.