CEO da ANA admite problemas nos aeroportos mas descarta culpas pelos cancelamentos de voos
O presidente executivo da ANA, Thierry Ligonnière, reconheceu esta quarta feira que há “problemas graves” nos aeroportos, avançando que a empresa está a tentar solucionar, mas descartou culpas no que toca ao cancelamento de voos.
Ouvido em audição na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, o responsável admitiu que “durante as últimas semanas tivemos problemas, alguns deles graves, com alguns subsistemas, um deles o controlo de fronteiras, que não é diretamente controlado pela ANA” tendo avançado que a empresa está a trabalhar “de forma ativa” com os seus parceiros “para propor ideias e tentar melhorar o serviço”. Neste sentido, acrescentou que o trabalho que está a ser feito com o Ministério da Administração Interna e com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) já produziu “resultados muito tangíveis durante as últimas semanas”, com uma “melhoria notável no tempo de espera no controlo de fronteiras desde 18 de junho”.
Lembrando que a época do verão é, “por natureza, mais desafiante” para a gestão aeroportuária, o CEO da ANA disse que o grande problema que se está a colocar este ano é o da rápida recuperação de tráfego, após dois anos em que a aviação comercial esteve quase parada. Passámos de uma situação onde todos os aviões estavam no chão, em 2020, para uma situação de retoma do tráfego muito dinâmica”, apontou.
Pormenorizando um pouco mais esta ideia, afirmou que ainda o no ano passado “tínhamos menos 40% do tráfego e agora estamos a um nível próximo e até acima de 2019”, numa retoma que a todos surpreendeu e que é ainda mais notória em Portugal, “país que lidera a recuperação de tráfego na Europa”.
Já no que toca aos cancelamentos de voos que têm existido no aeroporto de Lisboa, principalmente, mas também no Porto, Thierry Ligonnière responsabiliza, sobretudo, as companhias aéreas. “As dificuldades que temos observado no aeroporto de Lisboa, não têm a ver com a natureza da infraestrutura, ou seja com a questão do controlo de fronteiras ou o número de postos instalados”, tem antes a ver com os cancelamentos e neste caso “a resposta está mais do lado das companhias áreas, porque os cancelamentos são decididos pelas companhias aéreas“, afirmou.