Cedesa defende criação de zonas especiais de turismo em Angola
O Cedesa, entidade internacional dedicada ao estudo e investigação de temas políticos e económicos da África Austral, em especial de Angola, defende a criação, “a curto prazo” de “zonas especiais de turismo” naquele país.
Para os especialistas da Cedesa, “O turismo pode ser uma das áreas de excelência da diversificação da economia angolana”, dado tratar-se de “um setor onde o país tem um enorme potencial”. Para que isso aconteça há, no entanto, que criar “condições de investimento” e “infraestruturas adequadas”, o que deve ser feito em parceria pelo Estado, entidades privadas e comunidades locais.
Para que a aposta no turismo seja válida e tenha os resultados desejados, aponta a Cedesa Angola deve existir “a curto prazo”, uma “aposta focada naquilo que denominaremos Zonas Especiais de Turismo (ZET) (…) cinco áreas do país em que o Estado em parceria com os privados e as autoridades locais se focaria para criar infraestruturas e condições específicas para o turismo”.
No estudo publicado no site do organismo, é ainda explicado que estas ZET seriam “zonas com fácil acesso, hotéis, restaurantes, segurança garantida e talvez vistos livre-trânsito para se ir visitar essas zonas”. Aponta ainda Malange como uma das “zonas preferenciais eleitas para testar as ZET” por ser “uma área de praia com animação urbana, uma área de praia de estilo paradisíaco, e uma cidade com muita história ou uma zona com interesse ecológico vocacionada para os turistas europeus”.
De acordo com o mesmo texto, “estas zonas [especiais de turismo] teriam tratamento fiscal privilegiado e devia-se contemplar a eliminação de vistos para quem fosse para lá até 15 dias” em turismo. Desta forma, “os turistas estrangeiros dos mercado-alvo que se deslocassem para as ZET por um prazo máximo de 15 dias em turismo bastar-lhes-ia apresentar bilhete de avião de volta e comprovativo da reserva em alojamento turístico”.
O documento refere ainda que “Angola tem inúmeros pontos turísticos, entre os quais podem-se destacar os parques nacionais da Kissama e Iona, Quedas de Calandula, do Ruacaná, Mussulo, Miradouro da Lua ou o Rio Zambeze” e considera que em todos estes locais “é possível promover o desenvolvimento de hotéis e estâncias balneares turísticas destinadas a veraneantes em algumas das áreas especificamente destinadas ao turismo de sol, mar e areia”,
Após a entrada em funcionamento das ZET, Angola deveria estender os seus resultados a todo o país. Como, no curto prazo não se consegue criar uma infraestrutura nacional completa para o turismo”, reconheço o estudo, haverá que, a médio prazo, “ser desenvolvida uma estratégia nacional de turismo”.
O estudo avança ainda como mercados-alvo para o desenvolvimento do turismo angolano, os asiáticos e a Rússia, mas o país poderá também atrair segmentos do mercado europeu mais vocacionados para o turismo de aventura e ecológico.