Cátia Corgo: O deserto do Saara e o Alto Atlas “podem ser uma opção para fugir a destinos mais massificados em Marrocos”
Cátia Corgo, da agência Mercado das Viagens de Viana do Castelo, foi uma das participantes na famtrip que esta rede de agências de viagens realizou a Marrocos, com o apoio do Turismo de Marrocos, e que teve como foco principal o Deserto do Saara.
Por: Fernando Borges
Sei que esta viagem foi a sua estreia em Marrocos. O que é que estava à espera de encontrar?
Não estava à espera de nada em especial, vim sem qualquer tipo de expectativa para assim deixar-me surpreender com o que Marrocos poderia proporcionar-me. E penso que vir sem expectativas foi a forma certa.
Do que visitámos, o que é que mais a surpreendeu ou fascinou?
Sobretudo as pessoas, a sua hospitalidade, assim como, e talvez como um dos maiores destaques nesta viagem, nesta descoberta, a sua gastronomia. Sabia, pelo que me contavam, que não iria ao encontro dos meus gostos pessoais, mas fiquei agradavelmente surpreendida. E obviamente o interminável deserto em toda a sua magia e encanto.
Agora, com o conhecimento que adquiriu, como é que vai vender o destino?
Tudo depende daquilo que o cliente pretende, do tipo de cliente que esteja à minha frente, se é um cliente mais aventureiro ou não. Mas certamente que, e falando da região que foi o foco principal desta viagem, o Deserto do Saara, certamente os passeios de dromedário, de moto 4 ou em jeeps 4×4. Mas igualmente os circuitos que englobem, por exemplo, Rabat, uma cidade fascinante em termos de história e cultura e com muito para explorar e vivenciar, e Fez, uma cidade impressionante de cores, de testemunhos culturais e de ritmo.
Na viagem tivemos a oportunidade de visitar algumas unidades hoteleiras, em particular as da marca Xaluca. Na sua opinião estes hotéis estão dentro do gosto dos portugueses? E o facto de estarem fora do que é tradicional pode representar um outro atractivo?
Sem dúvida! Todos os hotéis da marca Xaluca surpreenderam-me imenso. Pelas próprias características de cada um, que nos fazem imergir no cenário e atmosfera onde estão inseridos, desde a arquitetura à decoração, acrescentando a estes aspetos a hospitalidade, os serviços oferecidos e a qualidade das habitações. Assim como gostei do Palais Medina, em Fez, num estilo completamente diferente, pois estamos a falar de um hotel citadino, mais europeu.
“Penso que a maior contrariedade, para algumas pessoas, passa pelas distâncias em estrada que têm que se percorrer para aqui chegar, o tempo de viagem de carro. Mas essa viagem poderá ser igualmente muito interessante pelos lugares por onde passamos, pelos diferentes cenários que atravessamos e que nos são oferecidos”
Pensa que vender um pacote que englobe mais experiências no deserto e menos cidade pode ser o sucesso para as vendas?
Sim, porque proporciona vivências diferentes e um maior enriquecimento e conhecimento sobre Marrocos em geral e desta região em particular onde encontramos lugares admiráveis e variados, como as Garganta do Dadés, o kasbah de Taourirt, o Vale das Rosas, Erfoud e Merzouga, sem esquecer o Atlas Studio, um lugar que desconhecia existir e que me surpreendeu pelos cenários ali criados para dar corpo a grandes filmes que fazem parte da própria história do cinema.
O que aponta como menos positivo, que poderá levar a que alguns clientes não optem por esta região de Marrocos?
Penso que a maior contrariedade, para algumas pessoas, passa pelas distâncias em estrada que têm que se percorrer para aqui chegar, o tempo de viagem de carro. Mas essa viagem poderá ser igualmente muito interessante pelos lugares por onde passamos, pelos diferentes cenários que atravessamos e que nos são oferecidos. E isto pode ser visto como um fator positivo, até porque temos perante nós boas estradas.
Este destino dentro do destino Marrocos, ainda por “explorar”, pode vir a substituir outros destinos, como Marraquexe, Agadir ou Saidia?
Obviamente que sim. É um destino fora do tradicional e, portanto, uma boa opção para se fugir a destinos mais massificados em Marrocos. Trata-se de um destino dentro do destino Marrocos com muitos atrativos que nos mostra outro Marrocos, poderei dizer mesmo mais genuíno, mais autêntico e diferente.
Que importância têm estas famtrips para um agente de viagens?
São muito importantes. É uma oportunidade para conhecermos os destinos e assim melhorar a forma como os vendemos. Não há nada como conhecer na primeira pessoa esses destinos, vivenciá-los, e assim passar ao cliente as experiências que eles podem igualmente viver, como é igualmente muito importante conhecermos os operadores locais, falar com eles e através deles ficarmos a conhecer muitas coisas que são importantes para que possamos vender melhor o “produto”, como as excursões possíveis e lugares que não aparecem nos “catálogos”.
E pessoalmente, é um destino que vai estar nos seus projetos de férias?
Sem qualquer dúvida, até porque, para além do que é oferecido em termos culturais, históricos e de experiências, tem sido muito agradável verificar que este é um país seguro, quer para se vir com um grupo de amigos ou com a família.
O jornalista viajou a convite do Mercado das Viagens



