Casa da Avó Rosa dá sentido ao Turismo de Aldeia
A celebrar o seu quinto aniversário, a Casa da Avó Rosa, em São João da Ribeira (Rio Maior), lança este verão pacotes temáticos que vão levar à descoberta dos caminhos e da obra do poeta Ruy Belo, e das lendas mouriscas que povoam a aldeia. As atividades estarão abertas aos hóspedes e a todos os interessados.
No coração do Ribatejo, mais concretamente em São João da Ribeira (concelho de Rio Maior), a Casa da Avó Rosa Guesthouse é uma unidade de turismo rural que veio dar um novo sentido ao Turismo de Aldeia. Com seis quartos, distribuídos por uma pequena casa T2 e os restantes em suites, com acesso a uma cozinha comum, a oferta da unidade vai muito para além das paredes que a cercam, espalhando-se pela aldeia e mostrando os seus atrativos e a cultura as suas gentes.
Dotada de um amplo jardim orgânico, com árvores centenárias, terraço, comodidades para churrascos, piscina exterior construída de forma a lembrar os antigos tanques de rega e acesso a Wi-Fi gratuito, a Casa da Avó Rosa proporciona aos seus hóspedes bem mais do que apenas alojamento, quase se podendo dizer que, por ali, a aldeia vem primeiro. A partir deste verão as novidades vão ser muitas, haverá muito mais para ver e fazer, muitos caminhos a percorrer, como explicou ao Turisver a proprietária da unidade, Rita Montez.
Quando o tema é a cultura
“Vamos arrancar este verão com um conjunto de programas e atividades novas, muitas delas assentes na herança do poeta Ruy Belo que nasceu na aldeia onde estamos inseridos”. É assim que vão surgir os “Serões da Aldeia” que terão lugar num espaço ao ar livre, com vista para a Serra de Montejunto e que se pretende que seja, também, um “espaço muito sustentável”.
Para além destes “Serões da Aldeia”, a Casa da Avó Rosa vai disponibilizar dois pacotes temáticos, que denominou de “Caminhos do Poeta” e “Caminhos dos Mouros”. Trata-se de dois percursos diferentes, realizados em torno da aldeia de São João da Ribeira, o primeiro com um traçado assente nos lugares por onde passou, cresceu e sobre os quais escreveu Ruy Belo e o segundo percorrendo locais de tradição moura.
A propósito, Rita Montez explica-nos que a aldeia de São João da Ribeira “tem mais de mil anos, ainda tem uma torre mourisca datada d do ano 1111, muito bem preservada” para além de guardar, também, “uma cultura popular muito ligada a esta herança, não apenas na gastronomia mas também ao nível dos saberes e das lendas tradicionais” que foram passando de geração em geração e que chegaram até hoje. É o caso da própria torre mourisca que, conta-se, foi construída numa única noite de luar para uma princesa e que tem um túnel que vai da torre a um cabeço (pequeno monte). Diz-se também que, no final do túnel há dois potes, um de ouro, outro de peste. Conclusão da história, quem encontrar o primeiro, fica rico, no caso de encontrar o segundo a história não terá final feliz. Diz a lenda.
Da avó Rosa também vêm os petiscos
Rita Montez, antiga jornalista da revista Visão, tem mesmo estado a fazer uma recolha de memórias junto das pessoas mais idosas da aldeia, para que os percursos que vai oferecer a partir da sua casa de turismo rural sejam enriquecidos com mais estórias e lendas. Também ao nível da gastronomia vai haver novidades na Casa da Avó Rosa que vai revisitar “a cozinha das avós”. Estas artes e sabores dos avós podem ainda ser descobertos em workshops, organizados ao longo do ano.
As novas iniciativas estão abertas não só aos hóspedes mas a todos os que nelas queiram participar, uma vez que vão ser criados pacotes específicos, uns com alojamento, outros sem, porque o que se pretende é que a Casa da Avó Rosa se transforme também “num ponto de encontro entre quem vem de fora e quem vive na aldeia”.
O interesse da nossa entrevistada em todas estas estórias do passado desta aldeia não é novo e acaba por ser inspirado nos seus antepassados, já que a propriedade está nas mãos da quarta geração da família Montez, pelo que o trabalho de Rita passa muito por manter vivas tradições que conheceu e aprendeu através da avó Rosa, que o nome da casa homenageia.
Também pela sua vivência de aldeia, de campo, uma das preocupações de Rita Montez tem a ver com a sustentabilidade e, nesse âmbito, pode dizer-se que a Casa da Avó Rosa é uma unidade eco sustentável. “A filosofia deste projeto reside na ideia de que o turismo serve de ponto de partida para ajudar a preservar e a divulgar as memórias e o próprio ADN das pequenas aldeias”, explica-nos, justificando que “sempre me fez muita confusão assistir à desertificação dos espaços mais pequenos e à perda das estórias e das memórias”.
Sustentabilidade ambiental e social
Por isso, a propriedade está agora a ser alvo de uma transformação acelerada de todos os seus espaços exteriores verdes para que cada vez se consumam menos recursos naturais, nomeadamente água. Além disso, a unidade está agora na fase final da certificação como alojamento sustentável pela Biosphere, tanto a nível ambiental como social.
A celebrar cinco anos de atividade, a Casa da Avó Rosa tem tido uma taxa anual média de ocupação a rondar os 60%, que é praticamente o outro das unidades da zona. Antes da pandemia, diz-nos Rita Montez, a sazonalidade não era muito sentida, uma vez que no inverno a unidade trabalhava muito com o mercado corporate, durante a semana, e ao fim de semana a ocupação ficava muito por conta dos mercados do norte da Europa que “apreciam cada vez mais o Portugal autêntico”.
Com a pandemia “a situação mudou muito” e “a gestão passou a ser feita quase na hora”, embora Rita Montez diga sentir “alguma alteração este ano”, nomeadamente no que se refere aos mercados estrangeiros, apesar de continuarem a existir “muitas incertezas”.
Casa da Avó Rosa Guesthouse (www.acasadaavorosa.pt)
- 6 quartos
- 4 quartos duplos com frigobar, televisão, wc privado
- Acesso a cozinha comum exterior
Preços a partir de 47,00€
- Casa dos avós com dois quartos, cozinha com microondas e sala com lareira.
Preços a partir de 75,00€