Cabo Verde é um destino que Cláudia Caratão e David Marques conhecem como a “palma das mãos”
Cabo Verde é, desde há muito, o destino número um em vendas na Solférias. Cláudia Caratão, diretora de produto e contração, também tem responsabilidades sobre este produto em que trabalha com David Marques, gestor do destino. Falámos com Cláudia Caratão sobre as virtudes deste destino dileto dos portugueses.
A Cláudia também é responsável por um produto que é um “clássico” de sempre da programação da Solférias que é Cabo Verde. O que é que mudou em Cabo Verde nestes últimos anos?
Deixe-me dar uma explicação porque há pouco disse que Cabo Verde não é um destino meu: sou responsável do produto mas trabalho com o David Marques que é o gestor de destino. O David há muitos anos que trabalha este destino e talvez conheça melhor Cabo Verde do que Portugal, por isso trabalhamos este destino com muita paixão e conhecemo-lo como a “palma das nossas mãos”.
Em relação a Cabo Verde o que mudou foi também a procura. Cabo Verde tornou-se um destino de repetição para muitos turistas portugueses, dada a curta distância a que se encontra do nosso país e pelas boas condições que oferece a quem o procura.
Relativamente às alterações no destino, no caso da ilha do Sal a Vila de Santa Maria, que fica perto da maioria dos hotéis, cresceu bastante e tem hoje muito mais movimento, mais cor e mais vida. Cresceu na oferta de restauração, na oferta de bares e de outras pequenas lojas, e a praia, que é ela própria a grande atração da ilha do Sal, tem tido melhorias. As infraestruturas têm acompanhado o crescimento, têm surgido novos hotéis, e os mais antigos têm tido remodelações para se atualizarem e continuarem a darem qualidade ao cliente.
Estas são algumas das razões pelas quais a procura tem aumentado. Por outro lado, os voos regulares não têm diminuído as suas frequências à partida de Portugal e a Solférias vai, inclusive, colocar este ano mais um voo do que em 2023. No verão vamos ter cinco voos para ilha do Sal, três à partida de Lisboa e dois do Porto, partilhados com os parceiros que já temos há algum tempo (a Abreu e a Soltrópico), e vamos ter um voo do Porto para a ilha da Boavista que é apenas operado pela Solférias.
Quando a ilha da Boavista começou a ser operada em charter, já o Sal estava com grande procura de turistas portugueses e pensou-se que podia trilhar o mesmo caminho em relação à procura, mas isso não aconteceu. Porquê?
Não, a ilha da Boavista continua um pouco igual a si mesma, não tem a vida turística que tem a ilha do Sal, junto aos hotéis não tem a oferta de restauração, os bares e as lojas de souvenirs que tem a vila de Santa Maria. É preciso entender o destino tal como ele é, na perspetiva em que não acreditamos que tão cedo vá haver grandes alterações nestes aspetos.
É um destino de sol e mar, de descanso, que oferece várias alternativas a quem o visita e tem muita qualidade. Tem bons hotéis com um serviço excelente, com muita genuinidade e uma relação preço-qualidade muito aceitável, até tendo em conta o voo charter que nós disponibilizamos ao mercado.
“Temos apostado sempre na oferta de diversos circuitos que fazem várias ilhas e até os tematizamos. Temos já muitos clientes a fazerem estes circuitos mas não é de todo um volume que nos faça considerá-lo um sucesso de procura”
Há muitos anos que Cabo Verde é considerado um sucesso, e sempre houve uma tentativa de oferecer outros produtos e outras ilhas do arquipélago por parte da Solférias, mas tem sido difícil o mercado aderir, o que por vezes custa a entender. Os portugueses, quando pensam em Cabo Verde, só pensam em sol e praia?
Realmente é um pouco estranho até porque nós temos em Portugal o mesmo mindset. Há muitos clientes que vão à ilha de São Miguel, gostam e depois querem fazer nova viagem para irem conhecer as outras ilhas, querem ir ao Pico à Terceira… e em Cabo Verde acaba por não acontecer dessa forma.
Penso que no mercado nacional Cabo Verde está agregado a uma marca muito forte que é o Sol e Mar e as pessoas acabam por pensar dessa forma, e quando o operador oferece voos charter para as ilhas com este produto acabam por condicionar também um pouco a escolha do cliente final.
Mas nós temos apostado sempre na oferta de diversos circuitos que fazem várias ilhas e até os tematizamos. Temos já muitos clientes a fazerem estes circuitos mas não é de todo um volume que nos faça considerá-lo um sucesso de procura. Esta é uma situação muito nossa até porque sabemos que em alguns mercados internacionais as outras ilhas e Cabo Verde são muito apreciadas.
*Leia aqui a entrevista em que Cláudia Caratão fala dos destinos sob a sua responsabilidade na Solférias