Cabo Verde chega a acordo com islandeses sobre TACV
O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, anunciou esta segunda feira, um entendimento “vantajoso” com os investidores islandeses que até julho de 2021 lideraram a TACV, que foi então renacionalizada.
“Havia um processo no tribunal arbitral. Foi resolvido com vantagens para Cabo Verde e de forma que possamos estar livres de qualquer contencioso internacional relacionado com o setor dos transportes aéreos”, afirmou Ulisses Correia e Silva, em declarações aos jornalistas.
O chefe do Governo cabo-verdiano garantiu ainda que o processo que levou ao arresto de uma aeronave do grupo Icelandair ao serviço da TACV, no Sal, foi “tudo consolidado, tudo acordado”.
“Por isso é que esse acordo permitiu com que possamos ter todas as partes resolvidas em termos de relações e podermos desenvolver o nosso setor de transportes aéreos sem problemas”, declarou o governante, citado pela agência Lusa.
A Lusa recorda, aliás, que a atual presidente da Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), Sara Pires, já tinha aludido, em maio último, a uma “audiência de conciliação” com a empresa que gere os aeroportos do arquipélago sobre o arresto daquele avião, que agora será libertado.
Em causa está o Boeing “Baía de Tarrafal”, imobilizado no aeroporto da ilha do Sal, fornecido em regime de ‘leasing’ pela Loftleidir Icelandic EHF à TACV e alvo do processo de arresto por parte do Estado cabo-verdiano, perante alegadas dívidas da companhia, na gestão islandesa, à empresa estatal ASA.
Recorde-se que o grupo Icelandair, da Islândia, assumiu em agosto de 2017, o a gestão do negócio internacional da TACV e em março de 2019 o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da companhia por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde.
Na sequência da paralisação da companhia durante a pandemia, o Estado cabo-verdiano, alegando incumprimentos na gestão, reverteu a privatização e assumiu, em julho de 2021, a posição de 51% na TACV, decisão de que a Loftleidir Cabo Verde afirmou querer ser ressarcida.
De novembro a março de 2021, ainda sem atividade por parte da companhia, o Governo cabo-verdiano autorizou a emissão de avales do Estado a cerca de 20 milhões de euros de empréstimos para pagamentos de salários e outras despesas urgentes da TACV.