Burocracia faz CTP temer pelos resultados da nova “lei dos estrangeiros”

A CTP e espera que esta nova legislação sobre estrangeiros e as condições salariais atuais permitam atrair mão de obra para o Turismo. Ainda assim, tem “algumas reservas” sobre a capacidade de atuação das autoridades oficiais que poderá levar a que não se alcancem os resultados desejados
Afirmando esperar que a nova lei permita atrair mão de obra para o turismo, a Confederação do Turismo de Portugal coloca, ainda assim “algumas reservas sobre a capacidade que as autoridades públicas terão, ao abrigo desta legislação, para agirem de forma desburocratizada e célere com vista a que mais estrangeiros reforcem o mercado de trabalho e assumam a plena integração na nossa sociedade”.
Para a CTP, com a nova lei “estão criadas as condições procedimentais e legais para que o Estado português possa agir de forma célere e eficaz com vista a serem implementados acordos de mobilidade migratória para o mercado de trabalho em especial, e com maior relevância para o Turismo, com os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa”, Sublinha, no entanto, a importância de que este venha a ser um processo efetivo uma vez que “pode vir a permitir atrair mais mão de obra para o Turismo, num momento em que há escassez de pessoas para trabalhar na atividade turística, mesmo numa situação favorável como aquela em que nos encontramos onde as condições salariais e de trabalho são atrativas e em linha com uma contratação coletiva que tem dado boas respostas aos problemas existentes”.
Para Francisco Calheiros, presidente da CTP “a contratação de estrangeiros, nomeadamente provenientes dos países da CPLP, é uma das propostas que a Confederação do Turismo tem apontado como fazendo parte da solução para a falta de mão de obra no Turismo. Os empresários do Turismo estão desde já disponíveis para acolher os estrangeiros que desejem vir trabalhar no Turismo em Portugal, oferecendo-lhes todas as condições de trabalho, de formação profissional específica, assim como apoio na sua inserção profissional e pessoal”.
A CTP recorda que a falta de mão de obra é um dos maiores problemas com que se debate o Turismo, sendo, contudo, um problema transversal à generalidade das atividades económicas, mas sublinha que as empresas turísticas oferecem atualmente condições de trabalho atraentes e pagam salários acima da contratação coletiva, a qual resulta de um processo negocial, logo não unilateral, entre sindicatos e entidades empregadoras.