BTL 2024 muito positiva dá margem para que em 2025 a feira possa “enfunar as velas” e ir mais longe (c/fotos)
Na opinião de muitos participantes esta terá sido a melhor edição de sempre da Bolsa de Turismo de Lisboa, com os pavilhões mais organizados, eventos de interesse e, sobretudo, muitos profissionais e muito, muito, público. Numa e noutra vertente, o negócio aconteceu e o convívio também.
Por: José Luís Elias
A BTL 2024 continuou a sua aposta naquilo que defino como ‘dois em um’ – três dias para os profissionais e das 17h00 de sexta-feira até domingo aberta para o público -, e o que se pode dizer é que a BTL esteve bem para qualquer destes segmentos.
Logo no primeiro dia pela manhã, os parques de estacionamento e parqueamentos mais próximos estavam esgotados, tal foi a afluência de profissionais à feira e na sexta-feira, depois da abertura das portas ao público, este aderiu desde logo em número elevado.
Esta foi, de resto, o comportamento dos profissionais do sector, durante os restantes dias, só na tarde de sexta-feira, até à hora da abertura da feira ao público, é que se sentiu uma ligeira quebra no número de pessoas presentes, mas é normal quase em todas as feiras internacionais, já os profissionais quem vêm de mais longe aproveitam os primeiros dois dias para fazer o seu trabalho e na tarde de sexta regressam a casa.
Esmiuçando um pouco mais a exposição propriamente dita, dois apontamentos menos positivos são de referir. O Pavilhão 1, onde ficam os stands do Turismo de Portugal, das Entidades Regionais de Turismo do Continente, da Madeira e dos Açores, acaba quando bem analisado, por ser um espaço excessivo que cria pouca dinâmica e atratividade. No Pavilhão 3, onde fica o setor do alojamento nota-se um excessivo número de stands que não fornecem esse tipo de serviço, com muitos a serem ocupados por empresas de equipamento e serviços para a hotelaria, uma situação faz com que este pavilhão, nos dias dedicados ao publico, fique mais “deserto”.
Para a área da distribuição, a BTL não se limitou ao espaço da feira, porque praticamente todos os operadores estenderam a todas as agências do país, as suas ofertas promocionais de pacotes de férias, idênticas às que foram colocadas à venda na Bolsa de Turismo de Lisboa.
O protagonismo do primeiro dia foi para um visitante que não o chegou a ser: Luís Montenegro, o líder da AD, que já no hall de entrada da feira foi surpreendido por um dito “ativista” ambiental (mais anormal ambiental) que, literalmente, despejou uma lata de tinta verde sobre o candidato.
Como vem sendo habitual, o Presidente da República inaugurou o evento e por lá ficou por várias horas confraternizando com todos. Marcelo Rebelo de Sousa já é um “cliente” habitual da BTL, e talvez por isso o impacto mediático da sua visita se venha a desvanecer.
“Os portugueses estão a comprar viagens como se não houvesse amanhã“
Este ano, segundo pudemos apurar junto de muitos profissionais, os negócios fluíram. Portugal é um destino turístico que continua na moda e, por outro lado, os portugueses andam com “sede” de viajar para o exterior. Como me afirmou a diretora de um operador turístico, “os portugueses estão a comprar viagens como se não houvesse amanhã”. Estas duas situações coincidindo, fizeram com que a dinâmica de negócio fosse forte, com muitas assinaturas de contratos a aconteceram, muitos projetos de investimento a serem apresentados em diversas áreas da atividade turística, da animação à hotelaria, da tour operação à aviação.
Uma nota final neste artigo. A feira demonstrou, mais uma vez, que por muita tecnologia que exista – e ela em muitos casos é necessária -, o turismo “é feito por pessoas para pessoas”, e vai continuar a ser assim. Basta ver a alegria, a simpatia e o saber receber, que milhares de profissionais neste espaço de exposição demonstraram enquanto trabalhavam, a disponibilidade que arranjavam para o convívio entre si, e o tempo que conseguiam para trocas de opiniões sobre o “seu” sector, o turismo, demonstrando uma abertura de espírito pouco vista noutras atividades económicas.