Barómetro IPDT: Nível de confiança no turismo atinge novo recorde e confirma otimismo para a Páscoa

A 73.ª edição do Barómetro do Turismo do IPDT, que revela um novo recorde no nível de confiança no turismo, aponta para um crescimento das receitas e das dormidas no período da Páscoa, e para a consolidação de Portugal como destino de MICE.
Divulgados esta quinta-feira, 10 de abril, os resultados da 73.ª edição do Barómetro do Turismo do IPDT, revelam um “nível de confiança histórico” no turismo. Em fevereiro de 2025, o Barómetro do Turismo registou 85,2 pontos neste indicador — o valor mais elevado desde a criação do projeto, em 2006 —, confirmando uma trajetória de crescimento sustentado no período pós-pandemia.
Este resultado representa um aumento de 2,3 pontos face à edição anterior e reflete a notável resiliência do setor perante fatores externos adversos, como a instabilidade política global e os atuais cenários de guerra. Ainda assim, os membros do painel mencionam a necessidade de prudência.
Consideram, também, que a diversidade de recursos, a oferta de qualidade e os recursos humanos qualificados que Portugal enquanto destino oferece, são alguns fatores que incrementam e melhoram a imagem no país no panorama internacional.
De sublinhar o facto de, desde maio de 2022, o nível de confiança se manter consistentemente acima dos 80 pontos.
Para António Jorge Costa, presidente do IPDT – Turismo, “este patamar de confiança alcançado não surge por mero acaso. Resulta de uma conjugação de fatores e elementos que continuam a alavancar a atratividade de Portugal enquanto destino turístico. É um reflexo da recuperação do turismo, mas também da maturidade do setor, que continua a demonstrar a sua resiliência e o seu crescimento face aos desafios globais”.
Previsões otimistas para o período da Páscoa
As previsões para a Páscoa de 2025 são otimistas, especialmente no mercado externo, com 66% dos inquiridos a estimar um crescimento das receitas, enquanto 49% projetam um aumento do número de dormidas face ao mesmo período de 2024. “Estes indicadores reforçam a recuperação do setor e o impacto positivo da procura internacional na economia turística nacional”, lê-se no Barómetro.
No mercado interno antecipa-se um comportamento semelhante ao do ano anterior, verificando-se, contudo, uma perspetiva de evolução positiva na rentabilidade dos negócios do turismo durante o período em análise. Assim, cerca de 56% dos membros do Barómetro do Turismo antecipam um aumento nas receitas do turismo do mercado interno, apontando para um desempenho superior face ao período homólogo de 2024.
Os membros do painel antecipam que o número de dormidas e de hóspedes no mercado interno apresentará um comportamento semelhante ao verificado na Páscoa de 2024. Cerca de 61% indicam que estes indicadores deverão manter-se estáveis.
Eleições autárquicas sem impacto direto no turismo
Os dados do Barómetro revelam que 78% dos inquiridos não preveem impacto direto das eleições autárquicas de 2025 no setor do turismo. No entanto, 33% consideram que a colaboração entre autarquias e empresários do turismo é insuficiente, sublinhando a necessidade de uma maior coordenação entre stakeholders.
Para reforçar esta cooperação, 67% dos respondentes defendem uma estratégia integrada entre municípios e entidades regionais de turismo. Entre as medidas apontadas pelos especialistas para fortalecer esta relação destacam-se a simplificação dos processos de licenciamento para projetos turísticos (46%), o desenvolvimento de parcerias estratégicas (46%) e a criação de fóruns de diálogo entre autarquias e empresas do setor (37%).
De referir, também, que cerca de 13% dos membros do Barómetro do Turismo preveem que as eleições autárquicas irão impactar o turismo em Portugal. Destes, 83% consideram que irá criar alterações das políticas municipais de promoção turística e 50% antecipam uma mudança na estratégia de gestão de eventos e festividades locais.
Segurança e custo-benefício impulsionam turismo MICE em Portugal
Relativamente à evolução dos grandes congressos e eventos internacionais, os membros do painel destacam a segurança e estabilidade política (23%) e a relação custo-benefício (19%) como os principais fatores que impulsionam Portugal no turismo de negócios e eventos, a que se juntam ainda a qualidade do serviço e hospitalidade (18%) e o clima ameno. A infraestrutura moderna e a capacidade hoteleira (16%), bem como a localização estratégica do país (6%), são também apontadas como vantagens competitivas.
Para consolidar este posicionamento, 65% dos respondentes consideram essencial a captação de grandes eventos, enquanto 63% defendem o investimento em infraestruturas especializadas. Outras medidas prioritárias incluem o reforço da marca “Portugal” no panorama internacional (46%), a criação de incentivos fiscais para empresas organizadoras de eventos (41%) e a aposta na formação e qualificação de profissionais do setor (37%).
Créditos foto: IPDT- Turismo