Bali pode ficar até 10 anos sem novos hotéis para combater a saturação turística

As autoridades de Bali anunciaram a aprovação de uma moratória hoteleira que vai afetar a construção de novas unidades hoteleiras por um período que poderá ir até 10 anos. Construção de moradias e discotecas também vai ser afetada. O objetivo é combater a saturação turística da ilha.
Montanhas vulcânicas, florestas, praias paradisíacas, recifes de coral… a natureza fez Bali merecer o qualitativo de paraíso, ainda mais entendível se dissermos que esta pequena ilha da Indonésia é também fértil em locais de meditação e até de peregrinação.
Mas se Bali era procurada por quem queria estar num “paraíso na terra” em comunhão com a natureza, hoje esse “paraíso” já não o é tanto e a comunhão é com os muitos milhares de turistas que frequentam a ilha.
As autoridades consideram que Bali vive um problema de ‘overtourism’ e querem controlá-lo. Por isso, no início do ano, foi lançada uma nova taxa turística denominada ‘Bali Levy’, de cerca de 9€, que é paga no momento da entrada no hotel. Agora, surge a aprovação de uma moratória hoteleira que pode vigorar durante uma década.
O objetivo é o combate à sobrelotação turística na ilha, que no primeiro semestre deste ano recebeu 2,9 milhões de visitantes, ou seja, 65% dos turistas internacionais que chegaram à Indonésia.
Os números tratados pelas autoridades indonésias sugerem que em Bali a indústria hoteleira registou um crescimento notável nesta década, passando dos 507 hotéis registados em 2019 para um total de 541 em 2023, ou seja, mais 34 novos estabelecimentos e, segundo a ministra do turismo, citada pela imprensa internacional “um aumento de 10% pode levar a um excesso de turismo”.
As medidas restritivas, no entanto, não se limitam à oferta de alojamento, estendendo-se à construção de moradias e discotecas dedicadas à vida noturna, especialmente em algumas das principais zonas turísticas da ilha.
Imagem: © VisitBali.id