Balanço do primeiro dia da BTL: “Copo cheio ou meio vazio”
O ponto alto do primeiro dia da Bolsa de Turismo de Lisboa foi a abertura das suas portas aos profissionais do turismo. Passados três anos e duas edições da BTL que não se realizaram pelos motivos que todos conhecemos, estas portas abertas representaram um passo de gigante para o regresso à normalidade e um forte motivo para que se acredite numa recuperação sustentada da atividade económica do turismo.
A alegria que se podia ver logo pela manhã, nos rostos dos profissionais do setor, mesmo quando estes estavam meio escondidos pelo novo adereço de vestuário que não tem sexo e já parece que faz parte do nosso novo normal (a máscara), era a prova de que o maior evento do turismo português estava de volta e era muito bem vindo.
O ponto de referência deste primeiro dia foi protagonizado pelo Presidente da República que, de um modo muito informal, inaugurou a feira. Sempre que se faz sentir a presença de Marcelo Rebelo de Sousa num evento, este passa a ser um acontecimento nacional, a informalidade que o presidente imprime ao contacto com os cidadãos eleva os patamares de auto estima e auto confiança, e esse foi o grande contributo que veio trazer aos profissionais do setor.
A feira não desilude, muito pelo contrário. Concentra uma fortíssima presença do setor institucional, com o pavilhão 1 e 2, dedicados a acolher os stands do Turismo de Portugal, das Entidades Regionais de Turismo e dos Municípios. Um pouco à imagem do que aconteceu noutros anos, estes foram os pavilhões que mais pessoas concentraram neste primeiro dia, pelas iniciativas criadas pelos expositores, mas também muito pelo facto de aqui estar a oferta de restauração. O pavilhão 3 com destaque para o alojamento e o quarto pavilhão dedicado aos destinos internacionais, à distribuição e à aviação comercial, foram os espaços onde mais contactos de negócio terão sido gizados.
No entanto, neste primeiro dia da BTL, “não houve bela sem senão” e foram vários os expositores que se lamentavam de pouca gente ter marcado presença, esperando que o dia mais forte de visitantes profissionais seja o segundo dia da feira, como era habitual neste evento. Mas a maior desilusão dos expositores ia direta para a falta de presença de players internacionais que, segundo algumas vozes, foram quase inexistentes neste primeiro dia.
Uma última nota menos positiva vai para a ausência de um dos mais queridos destinos dos portugueses: Cabo Verde. Sabemos que a organização da BTL é totalmente alheia a esta falta, sabemos que existia muita vontade do trade cabo-verdiano estar na feira, mas a situação gerada pela pandemia lapidou os recursos turísticos oque retirou ao destino e às suas empresas capacidade económica para fazerem este investimento.