Augusto Cardoso desvenda opções que o charter da Nortravel para a Jordânia vai trazer ao mercado

A Jordânia é uma das novidades que a Nortravel vai introduzir no mercado em 2023 com três partidas já marcadas em voos especiais diretos que entram por Acaba, no Mar Vermelho e saem por Amã, capital da Jordânia. O programa não está ainda finalizado mas é quase certa a possibilidade de combinar a Jordânia com a Arábia Saudita ou com Israel, como contou ao Turisver Augusto Cardoso, diretor de Novos Produtos Nortravel.
A Jordânia vai ser uma das apostas da Nortravel em 2023. Falemos um bocadinho da operação: em que datas será realizada?
Em termos de produto, a Jordânia é uma novidade para o mercado português, é a primeira vez que vamos ter uma operação de Portugal para a Jordânia, em voos diretos, e é uma aposta que estamos a fazer.
Vamos ter três partidas, a nossa ideia é testarmos a recetividade do mercado e o objectivo, futuramente, é fazer destas partidas qualquer coisa mais frequente e até mais prolongada.
São sempre saídas de uma semana, os voos vão ser operados com um avião da nossa companhia aérea, a Iberojet, e será um Airbus A320 com 172 lugares e as partidas que estão já definidas são a 28 de abril (regresso a 5 de maio) e 9 de junho (regresso a 16 de junho), de Lisboa para Aqaba e a 29 de setembro com partida do Porto (regresso a 6 de outubro).
Outra novidade deste produto é que entramos pelo Sul da Jordânia e saímos pelo Norte. Ou seja, entramos por Aqaba, no Mar Vermelho e depois saímos pela capital da Jordânia, Amã. Portanto, em termos aéreos, o itinerário faz-se a entrar pelo Sul e sai-se pelo Norte.
Os itinerários não têm de ser obrigatoriamente assim como estou a dizer, até porque ainda estão a ser estruturados e à hora a que se chega há tempo, se for necessário, para colocar logo as pessoas a dormir ou em Petra ou até um mais a Norte e não tem obrigatoriamente de começar o itinerário de sul para o norte.
Portanto, a opção que o cliente vai ter é de circuito?
Este produto vai permitir fazer aquilo a que nós chamaríamos de produto cultural, porque na realidade aquilo que vamos propor ao mercado são três ou quatro combinados, quer seja cultural com deserto, ou apenas um itinerário que é cultural, que é do norte a sul da Jordânia.
Temos um combinado com uma noite no Deserto de Wadi Rum, em acampamento beduíno. Deixe-me recordar que o Deserto de Wadi Rum é um dos destinos de eleição para a observação das estrelas, porque não há qualquer poluição visual e permite ver o céu com uma cor fantástica. Trata-se de uma experiência única passar a noite num acampamento beduíno, com aquela experiência da refeição no deserto, o podermos afastar-nos um bocadinho do grupo e sentir aquela tranquilidade e solidão que se passa ali naquelas areias.
Além dos circuitos vamos também ter um combinado com o Mar Morto. Sublinho que a programação ainda não está fechada, estou a falar-lhe daquilo que é o standard que nós já estamos a equacionar mas há mais possibilidades, inclusive a de fazer noites no Mar Vermelho, estender um bocado em termos de estada em Aqaba e de fazer praia e mergulho no Mar Vermelho.
Combinados com Jerusalém ou Arábia Saudita poderão vir a ser programados
Já tem uma ideia sobre o custo? A partir de que montante é que vão colocar o produto no mercado?
Essa é uma pergunta cheia de ratoeiras, porque como a programação ainda não está completamente fechada, ainda não temos um valor. Podemos atirar um valor de referência somente e dizer que os preços poderão vir a estar a partir de 1.550/1.600 euros em meia pensão, com o alojamento em opção de quatro estrelas. Provavelmente, os valores serão dentro disso mas esta, repito, é ainda apenas uma previsão, já que sem a programação estar fechada é muito difícil falar em preços.
Depois, além disto e dentro desta programação e dentro daquilo que é a novidade do produto, e dada a situação geográfica do país, a Jordânia permite-nos fazer um combinado com Israel.
Será um Jordânia+Jerusalém (os lugares mais sagrados, com duas noites em Jerusalém). Isto permite fazer não apenas a zona de Jerusalém mas também de Belém, por isso é que o combinado é mais Jordânia com Jerusalém e não tanto Jordânia e Israel, porque a estada em Israel é mais vocacionada para a Cidade Santa e lugares bíblicos.
Além disto, outra possibilidade que está a ser equacionada – e esta também seria completamente novidade, apesar de incluir um destino que já vendemos há algum tempo, seria combinar a Jordânia com algo da Arábia Saudita, por via da herança dos Nabateus.
Ou seja, Já que estamos na Jordânia e que a Jordânia se foca em grande parte no património do povo dos Nabateus e daquilo que é Petra, que era a antiga capital dos Nabateus, e uma vez que este povo se estendeu, sobretudo, entre a Jordânia a Arábia Saudita seria interessante fazer essa ligação.
Há uma zona na Arábia Saudita a que nós, entrando pelo Sul, por Aqaba, acabamos por estar praticamente encostados à Arábia Saudita e então estamos a estudar um itinerário para fazer o deserto da Arábia Saudita, o deserto de Al Ula, que é onde está a segunda capital dos Nebateus. É uma zona fantástica em termos de património e um encontro incrível para quem viaja por este tipo de culturas e fica com a possibilidade de descobrir novas culturas nestes dois destinos.
São destinos em que há um grande identidade local, que hoje em dia é difícil encontrar num destino, porque a massificação dos destinos por vezes não nos permite vivenciar este choque cultural e realmente aqui, este combinado da Jordânia com a Arábia Saudita que estamos a equacionar- e que se correr tudo bem sairá também para o mercado – vai ser uma grande novidade, já que através deste combinado estamos também a introduzir no mercado a Arábia Saudita como destino turístico. A Arábia Saudita é um destino que nos últimos dois anos tem feito um esforço enorme, tem-se estado a abrir para o turismo e será sem dúvida um destino de futuro, não digo no imediato, mas a seu tempo.
Dizer, então, que em complemento à cidade de Petra, que é a antiga capital dos Nebateus, vamos passar pelo Deserto de Al Ula onde vamos estar na cidade de Hegra, que era a segunda capital dos Nabateus. Trata-se de uma zona de deserto na Arábia Saudita a caminho da Jordânia, cerca de nove horas em linha direta para dentro da Arábia Saudita, mas sempre na zona de património arqueológico, zona dos canyons, onde existem paisagens tão incríveis que parece que estamos no momento da criação do planeta. Portanto, para nós é uma grande expectativa conseguirmos montar este programa da Jordânia com a Arábia Saudita e fazer este percurso que é património dos Nabateus.
Então estamos a falar em três circuitos mais duas opções?
Dizer que se trata de um número determinado de circuitos não faz muito sentido, dizer que são circuitos sim, porque haverá sempre uma opção de circuito tradicional, uma opção com noite no deserto e depois combinado com o Mar Morto.
Em termos de produto todos têm uma forte componente cultural, sabemos que não é muito comum no nosso mercado um operador lançar um voo charter puro e duro para produtos culturais, e quando eu digo produtos culturais entenda-se produtos de circuito, mas este é o habitat natural de uma marca como a Nortravel. O produto circuito cultural faz parte do seu ADN desde o primeiro dia, ou seja, faz todo o sentido para uma marca como a Nortravel apostar e seguir a tendência dos voos charter, porque realmente permite economias de escala e promover um destino de forma diferente.
Além disso para a Jordânia também é de destacar que são itinerários que para além da vertente cultural de que falamos aqui, também há a vertente espiritual, estamos a falar de territórios bíblicos na Jordânia, estamos a falar do Monte Nebo, onde Moisés avistou a Terra Prometida, estamos afalar de vestígios da presença romana, dos Castelos dos Cruzados e também muita arquitetura ancestral árabe em excelentes condições. Eu diria que é um encontro de civilizações num só destino.
Em termos de opção de alojamento, também aqui estamos a falar de unidades de quatro e cinco estrelas, como é timbre da Nortravel?
Estamos a falar exatamente de alojamento de quatro e cinco estrelas, em regime de meia pensão ou opção de pensão completa também, com guia em português ou em espanhol. Tudo dependerá do desdobramento de itinerários que vamos ter e aqui poderá não haver guias suficientes em português, por isso dizemos sempre guia em espanhol ou português, mediante disponibilidade.
