ATR cresce em número de representadas e “por opção não fazemos venda direta”, afirma Artur Sousa

Em entrevista ao Turisver, Artur Sousa, diretor da ATR – Actividades Turísticas e Representações, fez o balanço do ano de 2024 para a empresa, afirmando que “teve um bom comportamento” no geral, embora não fosse homogéneo no que se refere às companhias que representa. Falou, também, das novas representadas e avançou que em breve haverá mais novidades.
Artur, qual foi o comportamento da ATR o ano passado? Dentro do que esperava?
A ATR teve um bom comportamento, claro que espero sempre mais, mas a situação de Israel complicou as contas porque, apesar de não termos deixado de operar – a companhia aérea não deixou de operar em Portugal – obviamente que as vendas não têm nada a ver com aquilo que eram antes da guerra. Foi uma situação que nos complicou também as coisas com a Jordânia que, apesar de ser um país extremamente seguro, sofreu algum impacto.
Por outro lado, registámos crescimento noutras representadas. Isto é um pouco a vida de um GSA, raramente conseguimos o jackpot de termos todos a funcionar da mesma maneira, como desejamos, embora isso já tenha acontecido no passado.
Tiveram empresas que pelas vendas vos tenham surprendido?
Registámos um excelente crescimento da parte da Aeromexico, em que se tem feito um excelente trabalho. A ATR tem a grande vantagem de ter uma equipa de excelência mas muitas vezes os resultados também dependem da proatividade das nossas representadas, e a Aeromexico tem estado muito proativa e tem-nos ajudado a crescer.
Para a Air Transat, como habitualmente, apesar de toda a concorrência que existe no mercado, foi um ano também muito bom, e continuamos a aumentar frequências, não deixamos de operar, mesmo no inverno IATA continuamos a ter voos quer de Lisboa quer do Porto e de Faro.
O nosso broker de rent-a-car continua em crescendo, ainda para mais, nós o ano passado lançámos também um produto novo, da Flexible Autos, que foram os transferes e que está a correr extremamente bem. É um produto que costuma ter uma elevada taxa de reclamação, daí ser complicado de vender e de gerir, e o que posso dizer é que a taxa de reclamação que tivemos em transferes de 2024 foi 3%. Foi algo que nos deixou bastante orgulhosos, porque em termos de rent-a-car este é um produto que está muito bem implementado no nosso mercado.
Os transferes entraram aos poucos, como é óbvio, e o conceito, ao contrário do rent-a-car em que temos vários para fornecedores na nossa plataforma, nos transferes a opção é termos um único provider, o intuito não é ser o mais barato do mercado mas sim ter melhor qualidade e dar mais segurança, quer ao cliente, quer aos nossos parceiros.
E em termos de outras representadas?
Em termos das outras representadas, temos a THAI a recuperar do Chapter 11, que em teoria acabará agora em abril, temos a Europa Incoming, que não é um bedbank, é um produto que vai mais ao detalhe, para quem necessita desde o hotel ao transfere, mais um determinado restaurante ou algo à medida, e nós conseguimos providenciar esses serviços terrestres na Europa, pelo que a nossa concorrência não são, nem queremos que sejam, os bedbanks.
Voltando ao campo do aéreo, a LAM começou bem, mas infelizmente, com todos os acontecimentos, que são públicos, a operação a nível internacional, de momento, acabou. Obviamente estamos cá para ajudar a LAM a voltar a voar internacionalmente, porque que há potencial, mas step by step. Vamos ver agora o que é que a nova administração pretende também fazer, quais são as suas ideias, e a única coisa que eu posso prometer, enquanto GSA, é que vamos colaborar ao máximo, porque o potencial existe, mas temos que começar de devagarinho.
A Air Baltic tem corrido muito bem, como é conhecido já o ano passado, além dos voos de Lisboa, também tivemos voos do Porto e lançámos o Funchal. Obviamente o Funchal vai ser um mercado mais dos Bálticos para a Madeira, à partida do Funchal obviamente que se vende alguma coisa, mas não tem escala. Temos vários parceiros com séries contratadas, e tem potencial de crescimento, aliás, para quem não conhece, aconselho vivamente a conhecer Riga, Vílnius, Tallinn… Inclusivamente fizemos uma fam trip com os nossos parceiros da Lusanova.
Fizemos também uma fam trip com a Air Transat para dinamizarmos mais a parte do lazer. Desde há vários anos que a ATR tenta dinamizar o turismo para o Canadá, mas infelizmente sem o apoio do Turismo do Canadá em Portugal, porque olham para o Portugal, com os seus 10 milhões de habitantes, e não apostam – e é uma pena porque o Canadá é um destino fabuloso, com um potencial gigantesco, mas é muito mercado étnico. Por isso em 2024 fizemos uma fam trip com outro grande parceiro da ATR, que é a Abreu, para dinamizarmos a questão do lazer.
A ATR encerrou 2024 com duas novidades a companhia turca Pegasus e a Eva Air, companhia aérea de Taiwan
Para este ano, há novidades?
Nós encerrámos 2024 com duas novidades, dois novos contratos, nomeadamente a Pegasus, com voos para Izmir e para Ancara, que está a ter uma boa performance, embora não com a rapidez que eu desejo. Trata-se de voos diretos, semanais, portanto uma versão regular, porque mantivemos os voos no inverno IATA.
Outra novidade é a Eva Air, a companhia aérea de Taiwan, que tem o seu hub em Taipé, e voos diretos da Europa para Bangkok, que permitem fazer Europa-Bangkok-Bangkok-Taipé, dando mesmo para combinar com a THAI. Estamos com expectativas elevadas sobre esta nossa nova representada, pelo que as nossas expectativas para este ano são boas.
Ainda não posso dizer, mas até à BTL teremos outra novidade para o mercado, aliás deveremos apresentar mesmo durante a feira.
E na BTL, como é que vai ser a vossa presença?
Nós vamos ter o nosso stand habitual, como é sabido, a ATR pertence ao grupo WAMOS, portanto, aproveitando a sinergia do grupo, a ATR irá ter ali o seu espaço nos dias profissionais, porque o nosso parceiro é o B2B, a agência de viagens e os tour operadores, já que por opção não fazemos venda direta.
Vamos ter representadas nossas que vêm a falar com os nossos parceiros, porque apesar de terem a ATR como GSA, nós próprios gostamos que as companhias venham, porque permite aos nossos parceiros falarem dos seus problemas, das suas dificuldades, e isso acaba também por ser uma ajuda para o próprio GSA já que permite que a companhia aérea possa entender melhor o mercado.
Ao contrário dos outros anos não vamos o nosso habitual cocktail da Air Transat, vamos experimentar um conceito diferente, ou seja, vamos ter nos três dias dos profissionais uma mesa reservada, contratada, no BTL Village. Não estou a dizer que não estávamos agradados com a situação do cocktail que fazíamos, que era mais um almoço, mas testar não custa. Quisemos experimentar algo novo, mais direcionado, e portanto, e depois vamos avaliar o que é que faz mais sentido.
Acima de tudo, queremos estar uma vez mais com os nossos parceiros porque o roadshow Os Especialistas, pela sua filosofia, não comporta todos os parceiros da ATR porque não permite a concorrência. Portanto, irei estar com eles na BTL.