ATL quer ver revogada proposta de alteração no trânsito da cidade
Perplexa e preocupada é como se sente a Associação Turismo de Lisboa face à intenção de fechar a Av. da Liberdade ao trânsito, aos domingos e feriados, por isso pretende que tal medida seja revogada.
Para o Turismo de Lisboa, a decisão de proibir a circulação automóvel na Av. da Liberdade aos domingos e feriados representa um constrangimento para a atividade turística, além de que a proposta aprovada na autarquia não passa de “uma amálgama de medidas incoerentes, que afetam a atividade turística na capital”.
Em causa está, como tem vindo a ser noticiado, uma proposta apresentada pelo Livre, aprovada em reunião privada pela Câmara de Lisboa, na qual está também prevista a redução da velocidade máxima permitida na cidade em 10km/hora.
Numa carta enviada ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que também preside à ATL por inerência de funções, e aos partidos políticos na autarquia, a que a agência Lusa teve acesso e citada pelo Observador, a direção da ATL manifestou sua “perplexidade e preocupação” com a proposta, tendo solicitado a “reapreciação e revogação”.
Na carta, assinada pelo diretor adjunto da ATL, José Luís Arnaut e pelo diretor-geral da ATL, Vítor Costa, pode ler-se que “a zona da Avenida da Liberdade concentra a maior parte da oferta turística de Lisboa e, consequentemente, uma eventual medida deste tipo teria que ser cuidadosamente delimitada e enquadrada, precedida de amplo debate e acompanhada da criação de alternativas”.
No entendimento da ATL, dado o “profundo impacto, este tipo de medidas têm que ser tecnicamente rigorosas” e “ponderados os seus impactos ambientais, sociais e económicos e, em função disso, estabelecidos todos os contornos das medidas e das necessárias alternativas”. Considera também o Turismo de Lisboa que “a proposta em causa não respeita estas condições, refletindo antes uma amálgama de medidas incoerentes, incluindo proibições e limitações genéricas, sem sequer definir o seu âmbito concreto”.
Também sexta feira, dia em que a Lusa teve conhecimento da carta enviada pelo Turismo de Lisboa ao presidente da Câmara de Lisboa, Moedas, falando à margem da apresentação das Festas de Lisboa, garantiu que vai pedir é uma consulta pública sobre a proposta e que vai também pedir estudos dos impactos da medida, realçando que a Ordem dos Engenheiros já manifestou disponibilidade para ajudar nesta avaliação, e vai ouvir os comerciantes e residentes na zona.
Recorde-se que este tema esteve em cima da mesa no almoço da AHP com o presidente da Câmara de Lisboa, na quarta feira passada, com o presidente da Associação a deixar clara a posição dos hoteleiros de Lisboa, contrária à medida. Bernardo Trindade, lamentado que os hoteleiros não tenham sido ouvidos, declarou que “a ATL pode ser um fórum importante, porque tem a CML as associações, interesses públicos e privados, para fazermos uma discussão serena em torno deste tema – um tema que preocupa os hoteleiros em Lisboa e desse ponto de vista, exigimos ser ouvidos neste processo”.
À preocupação dos hoteleiros, Carlos Moedas respondeu afirmando que, pelo menos por enquanto, a medida não irá ser posta em prática: “Não vou implementar esta medida enquanto não tiver a prova de que ela é uma medida boa para a cidade e que não tem um efeito económico negativo, sobretudo num tempo de retoma económica”, garantiu. (ler artigo).