Atividades marítimo-turísticas nos Açores rendem 210M€ por ano, revela estudo
Um estudo realizado por oito investigadores concluiu que atividades marítimo-turísticas como a observação de cetáceos, o mergulho e a pesca grossa deixam cerca de 210 milhões de euros por ano na economia açoriana.
Publicado este ano e assinado por oito investigadores de diferentes universidades, o estudo revela que os turistas que se deslocam de propósito à região para realizar atividades como a observação de cetáceos, o mergulho e a pesca grossa geram um impacto de 80 milhões de euros por ano, um montante que sobe para 210 milhões se forem contabilizados todas as pessoas que praticaram estas atividades no âmbito no âmbito de uma deslocação turística ao arquipélago.
Com base num “inquérito de larga escala”, que envolveu 1.740 turistas e 49 operadores marítimo-turísticos (mais de 90% dos operadores ativos na região), os investigadores calcularam os gastos com as atividades praticadas, mas também com alojamento, alimentação e outros consumos (à exceção dos voos).
A observação de cetáceos, que é a atividade que atrai mais visitantes à região (87% do total de ecoturistas marinhos, mais de 58 mil participantes) é a que tem um impacto mais significativo, rondando os 70% do total do impacto económico contabilizado. No entanto, apenas menos de um terço destes 58 mil turistas vai aos Açores de propósito para observar cetáceos.
Já os que demandam os Açores para fazer mergulho são 7.764 e os que fazem pesca grossa são menos de mil mas a grande maioria desloca-se propositadamente ao arquipélago para fazer estas atividades (78% e 74%, respetivamente). Nestes casos, os gastos são mais elevados, podendo cada ecoturista marinho a deixar mais de 7.000 euros na região, em oito dias de permanência.
“Comparando um visitante normal não diferenciado e um ecoturista marinho, percebemos que as estadias são maiores para o ecoturista marinho e que o seu padrão de despesa, o dinheiro que gasta na região, é bastante mais elevado, às vezes mais do que o dobro”, disse à Lusa uma das autoras do estudo, a bióloga Adriana Ressurreição.
O montante deixado na região pelos turistas que procuraram os Açores em específico para realizar estas três atividades (80 milhões de euros) corresponde “cerca de 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) regional”.
Segundo o estudo, a observação de cetáceos, o mergulho e a pesca grossa “geram entre 400 e 500 empregos diretos” no arquipélago, ainda que mais de metade (68%) seja sazonal (entre três e seis meses).