Até ao final do mês de agosto Grupo GEA subiu em todas as áreas de negócio e cresceu 8,5% face ao ano passado
A GEA Portugal realizou no sábado, 28 de Setembro na Quinta do Paul, em Leiria o evento ‘Bye Bye Summer’, que contou com a parceria da Associação de Promoção da Madeira, e juntou colaboradores das agências associadas da GEA e parceiros de negócios. O Turisver falou com os administradores da GEA, Pedro Gordon e Carlos Baptista.
Penso que é a primeira vez que a GEA realiza um evento de despedida do verão. O que é que pretenderam com esta iniciativa?
Pedro Gordon, administrador da GEA– ‘Bye Bye Summer’ é um evento que estamos a fazer pela primeira vez na nossa história. É uma iniciativa para nos despedirmos do verão e para agradecermos a época mais alta de vendas, ou melhor, de viagens mais que de vendas e também dar as boas-vindas ao outono, que mesmo sendo uma época com menos viagens é um período de viagens de outro nível, porque que têm um valor unitário mais elevado e, portanto, são tão importantes como as outras.
Carlos Baptista, administrador da GEA – Para complementar o que o Pedro disse, gostava de recordar que a GEA, durante este ano e para o futuro, tem lançado uma panóplia de eventos com objetivos diferentes, com o ‘Bye Bye Summer’ a inserir-se num tipo de eventos que pretende trabalhar o convívio, os momentos lúdicos e de descontração que são muito importantes para a união do grupo GEA.
Além deste tipo de eventos, temos lançado uma panóplia de eventos com objetivos diferentes. Temos eventos de convívio como este, que são muito importantes para a união do grupo, temos momentos híbridos, em que conjugamos lazer e trabalho, que incluem jantares ou almoços em grupos mais pequenos e com diferentes parceiros e eventos puramente de trabalho, como as nossas reuniões regionais, o nosso ‘GEA vai ter consigo’, e o grande momento é a convenção, que vamos realizar em dezembro e que agrega um pouco disto tudo.
Este evento tem um parceiro único, que é a Madeira?
Sim, e aproveito para agradecer a participação da Madeira e ressalvar que a Madeira nunca se esqueceu do mercado português, nunca se esqueceu dos agentes de viagens e tem estado a desenvolver um excelente trabalho com a GEA numa série de iniciativas. Esta é mais uma dessas iniciativas e só podemos agradecer e retribuir com aquilo que é o nosso esforço de vendas, de comunicação, é isso que temos estado a fazer ao longo dos últimos tempos e estou certo que vamos manter essa dinâmica para os próximos anos.
“Por categorias de produtos, na venda de pacotes estamos 5,7% acima, em termos de centrais hoteleiras estamos com um crescimento de 13,5%, e em termos de cruzeiros estamos com mais 15,2% de vendas, já no rent-a-car, onde temos uma expressão muito mais baixa, estamos 8,15% acima”
Pedro, neste momento, que balanço é que já se pode fazer deste ano?
Pedro Gordon – Nós só os temos em acumulado até ao fim de agosto, e são bons. Estamos acima do mesmo período do ano passado, no entanto, temos detetado claramente que as vendas antecipadas foram este ano muito superiores aos anos anteriores e a parte de vendas que tradicionalmente era mais elevada, que era em maio e junho, abrandou um pouco porque tinha sido vendida já previamente.
Claro que ainda que as vendas feitas antecipadamente, as viagens foram realizadas na época alta, que concentra todas as operações charter. Até ao fim de agosto, estamos com um crescimento médio de 8,5% face ao ano passado, em todas as diferentes áreas de negócio de uma agência.
Por categorias de produtos, na venda de pacotes estamos 5,7% acima, em termos de centrais hoteleiras estamos com um crescimento de 13,5%, e em termos de cruzeiros estamos com mais 15,2% de vendas, já no rent-a-car, onde temos uma expressão muito mais baixa, estamos 8,15% acima e no conjunto, fora os valores de aviação de que não temos dados ainda muito apurados, estamos, como disse no início, 8,5% acima do ano passado.
O mês de setembro não deverá alterar muito este crescimento e se continuarmos com esta dinâmica vamos ficar com vendas acima do ano passado, que consideramos ter sido já um bom ano.
Carlos Baptista – Gostava de destacar que este ano houve, realmente, uma antecipação muito grande nas vendas de viagens. Em novembro houve um “boom” de vendas, o que pressupunha uma antecipação de viagens mas também é um facto que houve muita venda de “last minute” porque havia muito produto disponível no mercado. Portanto, houve estes dois efeitos, que são um bocadinho antagónicos e nós já não estávamos habituados a este excesso de oferta de “last minute” e isso acaba por alargar o período de vendas e também gera alguns efeitos até no preço médio de venda do produto.
Obviamente que uma parte deste crescimento que o Pedro disse dos 8,5% é reflexo do incremento do valor de venda médio registado este ano, mas também é um facto que houve uma venda de “last minute” que fez algum ajustamento sobre isso.
Dizer só que no final do ano passado, quando estávamos a preparar este ano, se nos dissessem que íamos crescer 8,5% no final do ano, nós teríamos assinado imediatamente por baixo e teríamos ficado muito satisfeitos porque o que é facto é que estes números são construídos num cenário de grande incerteza com uma taxa de inflação extremamente elevada e taxas de juros elevadas que fazem com que o valor disponível para lazer seja mais baixo das famílias, mas aquilo que temos verificado é que, cada vez mais, as famílias encaram as viagens como uma prioridade em detrimento de outro tipo de consumos.
Posto isto, estamos extremamente satisfeitos com estes resultados obviamente que ainda não chegámos ao final do ano, e ainda não são resultados fechados, mas na nossa convenção já teremos resultados mais finais do ano.
Para o Grupo GEA este foi um verão sem grandes constrangimentos nas operações
Houve grandes constrangimentos às operações ao longo do verão?
Pedro Gordon – Que tenham chegado aos nossos ouvidos, não, e isso é um bom sinal porque sempre que há algum problema, falamos de cancelamentos e atrasos de voos, avarias nas voos, que são os principais, mudanças de aeroportos por falta de slots, etc. Não nos têm chegado praticamente nada – poderá ter havido alguma coisa mais grave mas que tenhamos conhecimento, não.
Carlos Baptista – É isso que o Pedro está a dizer, houve alguns atrasos nos voos que tiveram, por questões meteorológicas, que ser transitados de aeroporto, houve algumas situações de serviço não tão bem prestado – há sempre este tipo de situações -,mas tendo em conta o espectro de venda e as situações relatadas e apuradas, temos de estar todos satisfeitos – há anos em que parece que toda a operação corre mal de início ao fim mas este ano não se verificou isso
Pedro Gordon– E dada a situação do aeroporto de Lisboa de falta de slots havia receio de que tivessem que ser desviados voos para outros locais, com o constrangimento grave que isso sempre representa, mas não tivemos conhecimento de nada particularmente importante, nesse sentido.
O Pedro falou numa significativa subida das vendas de cruzeiros. Isso deve-se ao facto de partirem de uma base baixa ou realmente háumaapetência cada vez maior para comprar cruzeiros?
Carlos Baptista – Não nos esqueçamos que com a pandemia foi o segmento que mais caiu e que demorou mais a reatar, portanto, há ainda aqui um efeito de reatamento desse mercado mas é um facto que é um produto que está a entrar cada vez mais no espectro de consumo e a ganhar quota de mercado. Por outro lado, continuamos a assistir ao aumento das frotas das companhias e o crescimento acaba, também, por ter a ver com isso.
Portanto, eu diria que há os dois efeitos aqui: há um efeito ainda de retoma deste mercado mas também já começa a ver-se um efeito de ganho de quota naquilo que é o espectro de viagens globais.
Ter mais vendas é sempre muito bom mas a rentabilidade, na vossa perspetiva, também teve estes patamares de crescimento?
Pedro Gordon – Temos que fazer um apuramento para ser rigoroso e ainda não o fizemos mas não nos têm chegado queixas de que a concorrência estivesse a fazer grandes descontos. Normalmente, quando as agências baixam as margens é porque são obrigadas a fazê-lo porque há concorrentes que fazem descontos, e não nos têm chegado aos ouvidos muitas queixas.
Carlos Baptista – Fora o momento de vendas da BTL que é isolado, e onde realmente aí há várias queixas, no resto não houve.
“Se nós não disponibilizássemos o espaço, as nossas agências não teriam alternativa que não fosse a de terem uma presença condicionada a algum parceiro de negócio e isso, nós, como rede, não podemos fazer. Portanto vamos estar presentes e vamos criar as condições para essa presença”
Tenho mais duas perguntas. Primeiro, o que é que está perspetivado para a vossa convenção? E segundo, se vão estar com stand na BTL para a venda ao público?
Carlos Baptista – Enquanto GEA, não podemos deixar de estar presentes na BTL. Vamos estar presentes com um espaço próprio, dando espaço a que as nossas agências possam ter uma presença digna, sempre contando com aquilo que temos verificado nos últimos anos, que é uma venda extremamente agressiva e com baixa rentabilidade para as agências. Mas nós temos que disponibilizar essa capacidade de as nossas agências estarem presentes e vamos disponibilizá-la para que possam ter uma presença independente, tal como nós defendemos que deve ser o posicionamento das nossas agências.
Se nós não disponibilizássemos o espaço, as nossas agências não teriam alternativa que não fosse a de terem uma presença condicionada a algum parceiro de negócio e isso, nós, como rede, não podemos fazer. Portanto vamos estar presentes e vamos criar as condições para essa presença.
Em relação à nossa convenção, depois do sucesso que foi a nossa convenção de Marrocos, a maior convenção alguma vez feita por uma rede de distribuição portuguesa fora de território nacional, o que nós pretendemos, agora em território nacional, é criar todas as condições para ter uma presença maior do que aquela que tivemos em Marrocos, ser um momento de trabalho muito efetivo, e que possamos lançar um 2025 de forma muito concreta, com muita esperança, mas com uma estratégia muito bem definida.
Qual é o ponto da situação das agências GEA nesta altura?
Carlos Baptista – O nosso foco, ao longo do ano passado, foi criar projeto para as nossas agências, foi manter os que cá estão, criar valor para os que cá estão. Este ano já com o projeto GEA é um bocadinho mais sólido, temos trabalhado nas duas vertentes, tanto na consolidação do projeto e na continuação de criação demais valias para a nossa rede, mas também já com um trabalho comercial efetivo de angariação de novos agentes, e estamos muito satisfeitos com os resultados que já atingimos este ano.
Pedro Gordon – Neste momento, estamos com uma rede de 562 pontos de venda, pertencendo a 463 empresas, e isto deve-se à proposta de valor que apresentamos. Podemos afirmar que somos um Grupo consolidado.