“As agências de viagens continuam a ser a prioridade estratégica da TAP”, assume Carlos Antunes
O diretor da TAP para o continente americano falava na 12ª Convenção Anual da Vila Galé, realizada no final da semana passada no Cumbuco (Ceará, Brasil) e transmitida online, onde enfatizou o papel das agências de viagens na distribuição do produto TAP e sublinhou que Portugal não está a promover-se suficientemente no Brasil.
“Sem os agentes de viagens não teríamos a TAP como a companhia aérea líder no mercado brasileiro”, afirmou Carlos Antunes no painel “A promoção dos novos destinos Vila Galé”, onde referiu que “a TAP tem uma distribuição tradicional ainda baseada nas agências de viagens”.
No entanto, explicou, a distribuição tradicional de hoje não é a mesma que existia antigamente “em que os agentes de viagens tinham 90% do peso de vendas e o canal incipiente da web e o call center tinham 10%”. Hoje, os números são diferentes mas, ainda assim, refletem bem a importância do canal de distribuição mais tradicional já que, segundo informou, “a TAP tem 40% das suas vendas na Internet, mais 10% no seu call center e 50% nas agências de viagens”, razão mais do que suficiente para que as agências de viagens continuem a ser “a prioridade estratégica da TAP”.
Segundo Carlos Antunes, a TAP tem, no Brasil, uma “equipa de 40 pessoas, totalmente focadas em desenvolver o canal das agências de viagens porque elas têm um papel consultivo e dão-nos as tarifas médias mais altas – é o melhor negócio que nós temos”.
A isto acresce, segundo o responsável, o facto de os consumidores terem regressado às agências de viagens após a pandemia, pela segurança que elas lhes transmitem.
Relativamente ao tráfego entre Portugal e o Brasil, e considerando que “o Brasil é, inequivocamente, o mercado mais estratégico para a TAP e Portugal o nosso principal destino”, o diretor da TAP para as Américas sublinhou que desde 2022 tem-se notado que “Portugal tem vindo a perder share”. Ou seja, “ hoje Portugal já não é o principal destino internacional dos brasileiros”, tendo sido destronado pela Itália que é agora o principal destino europeu para os brasileiros.
“Não estamos a investir suficientemente no Brasil ao nível da promoção turística oficial”
Para o responsável, esta é uma situação que se deve à falta de promoção turística de Portugal no Brasil: “Nós não estamos a investir suficientemente no Brasil ao nível da promoção turística oficial”, afirmou, acrescentando que “a não ser por parte dos empresários, da TAP, da Vila Galé, de outros grupos, de quem precisa de produzir, não estamos a ver um esforço consistente na promoção de Portugal”.
Defendeu por isso que “é necessário voltar a investir em publicidade, continuar a insistir no [programa] Portugal Stopover”, até porque, como acentuou, a TAP, com os seus 96 voos por semana saírem de 11 cidades brasileiras, só deixa 30% dos seus passageiros em Portugal, levando os restantes para outros destinos.
Relativamente aos mercados da América do Norte, Carlos Antunes deixou claro que, nos últimos anos, a companhia voltou a “investir maciçamente nos EUA e no Canadá. Para o Canadá temos 3 voos por dia, para os EUA lançámos novas rotas que há pouco tempo era inimagináveis para a TAP em termos de captação de passageiros: temos Nova Iorque, São Francisco, Washington, Miami, Boston”.
Referiu ainda que, nos EUA, a TAP está a fazer “um trabalho muito importante que é o de divulgar Portugal de raiz”. Relativamente a este mercado, a grande vantagem é que se trata de “um mercado praticamente ilimitado em termos de potencial”, concluiu.