Artur Sousa: “Na ATR estamos a notar um crescendo de procura”

Com a procura por várias companhias aéreas representadas a subir, um crescimento assinalável ao nível do broker de rent-a-car e do departamento de vistos, o diretor da ATR confessa-se otimista face a 2022.
A guerra na Ucrânia veio introduzir um fator de incerteza num ano que parecia ter tudo para ser de grande recuperação, ainda que os números de 2019 pudessem não vir a ser atingidos, mas mesmo com este condicionalismo, Artur Sousa, diretor da ATR, confessou o seu otimismo relativamente ao ano em curso.
Ao Turisver, Artur Sousa manifestou esperar um ano de 2022 “claramente positivo”, embora olhe agora para este ano “com um otimismo moderado”, esclarecendo que “há mês e meio, quando a situação do Covid estava mais controlada e não tinha começado a guerra na Ucrânia, o otimismo era menos moderado”. Mesmo assim assume ter que sentir otimismo porque “na ATR representamos várias companhias aéreas e estamos a notar um crescendo de procura”. É o caso da El Al, uma das companhias representadas pela ATR, com o responsável a adiantar que “Israel está a ter muita procura” tanto assim que dos dois voos por semana que está a operar entre Lisboa e Telavive, a companhia “prevê aumentar para cinco voos por semana no verão”.
Também a correrem bem estão a Air Transat e a Aeromexico, embora neste último caso, os níveis não sejam ainda comparáveis a 2019. No que toca às companhia aéreas representadas pela ATR, o caso menos positivo é o da Air Malta, da qual “ainda não conseguimos ter uma decisão definitiva sobre a operação” apesar de a rota “mesmo em 2021, ter funcionado muito bem”. Ainda assim, o diretor da ATR está otimista em que a Air Malta regresse a Lisboa, pelo menos no próximo ano.
Pormenorizando, Artur Sousa afirma que “o Canadá está a correr bem, mantemos os cinco voos de Lisboa para Montreal e Toronto, mantemos a nossa operação do Porto e não só mantemos a de Faro como alargámos, embora esta rota seja mais do lado canadiano. O número de passageiros à saída de Faro é muito residual”.
Canadá tem enorme potencial de crescimento
O que continua a faltar, para dinamizar mais a procura pelo Canadá e pela Air Transat, representada da ATR, é o apoio do Turismo do Canadá, uma situação que já é histórica e não é única. “Esta é uma luta que a ATR, enquanto GSA, já trava há alguns anos”, confessa Artur Sousa, explicando: “os Turismos têm um determinado budget e a equação continua a ser a mesma e quanto a mim está errada, que é a de olharem para a população do país – uma população de 10 milhões de pessoas, para eles não é nada”. Daí resulta que a aposta se centralize em mercados de grandes dimensões, como o alemão, o inglês ou o francês, esquecendo-se que “os custos de fazer uma campanha em Portugal são muito menores e que aqui há uma ligação muito maior com as pessoas – há eventos que se fazem cá e que é impensável fazer noutros mercados, nomeadamente em Espanha”.
Continuando a falar do Canadá, Artur Sousa faz notar que “a Air Transat continua muito satisfeita com a nossa performance mas nós, ATR, achamos que há potencial para fazer muito mais” até porque “a maioria dos portugueses não tem ideia do que é o Canadá”.
Com um grande acréscimo de procura está “o nosso broker de rent-a-car” a Flexible Autos, que já o ano passado cresceu muito, tendo “uma grande procura, principalmente na Madeira e nos Açores”.
O que também continua a crescer é o departamento de vistos, mas Artur Sousa faz uma ressalva: “estamos a crescer em número de clientes e de parceiros mas não é comparável com 2019 devido a dois fatores importantes, que é não estarmos a emitir vistos para a Rússia nem para a China, dois destinos que eram muito importantes para nós”.