“APP, WebAPP, Sites… – Eis a questão!”, por João Pronto
Neste artigo, João Pronto fala daquilo que diferencia as opções APP, WebAPP e Site, e identifica o que faz com que um site seja classificado como “responsive”, abordando, também as diferentes linguagens de programação (construção) de sites.
João Pronto, ESHTE
Professor Especialista em Hotelaria e Restauração
Professor Adjunto – Ciências da Informação e Informática
Coordenador de Estágios
Este artigo é subordinado à temática da tomada de decisão, relativa à aquisição, ou não, por intermédio das empresas turísticas, de uma APP ou de uma WebAPP paralela ao site institucional, que por sua vez pode ser responsive ou talvez não, e desenvolvido com tecnologia .net, C#, Java, Python, ou… nenhuma linguagem de programação visível, eis a questão!
Confuso? É natural, as opções são mais do que muitas, e muito provavelmente há várias boas opções relativas à tomada de decisão para cada empresa turística!
Há empresas tecnológicas nacionais que desenvolvem APP, WebAPP e sites que podem ou não ser responsive, assim a organização turística o deseje!
Por um lado, temos os defensores das APP, popularizadas pela Apple Store e posteriormente também muito familiarizadas no sistema operativo Android e mais recentemente ainda, pela própria Microsoft.
Por outro lado, temos as Software Houses que desenvolvem sites à medida, umas vezes suportados pela tecnologia responsive, outras, nem por isso, adaptando-se obviamente ao solicitado pelos Clientes, (entenda-se organizações turísticas) independentemente da linguagem de programação do próprio site.
Vamos, primeiramente, diferenciar as opções APP, WebAPP e Site, e de seguida, identificar um site responsive ou… talvez não, e finalmente abordaremos as diferentes linguagens de programação (construção) de sites.
Vamos por partes:
Uma APP é uma aplicação que é instalada preferencialmente em dispositivos móveis, e tem de ser desenvolvida especificamente para funcionar em um ou em mais sistemas operativos de dispositivos móveis: IOS da Apple (iPhones e iPad), Android que funciona em quase todos os restantes equipamentos móveis, como os telemóveis e tablets, desde a Samsung à Huawei, passando pela Alcatel, LG, Motorola, e pela XIAOMI, entre muitas outras, ou ainda Microsoft da… Microsoft.
Se decidirmos que a “nossa” APP vai funcionar nestes atuais três sistemas operativos, teremos que suportar o custo do desenvolvimento para estes três sistemas operativos.
Há, no entanto, empresas que estudam o comportamento dos seus clientes e chegam à conclusão de que o sistema operativo da Microsoft, de entre os sistemas operativos de telemóveis e de tablets é, nos dias de hoje, de longe o menos popular, pelo que optam por não investir neste desenvolvimento.
O problema é que em tecnologia, o que hoje é uma verdade irrefutável, amanhã… já não é bem assim, e de repente estamos a excluir uma fatia considerável de clientes potencialmente rentáveis… pelo que é fundamental que as empresas turísticas tenham noção deste tipo de comportamento tecnológico dos seus clientes, pois, de outra forma, estarão inadvertidamente, a excluir um ou mais clusters de clientes, potencialmente muito interessantes!
Por mais que eu não goste da Apple, o que para o caso nem é verdade, mas se a esmagadora maioria dos meus clientes é “apple lover” não faz sentido algum, do ponto de vista comercial não investir numa APP que não funcione nos equipamentos dos inúmeros iPhone e iPad que os meus queridos clientes adoram e utilizam massivamente.
O inverso ainda mais perverso se torna.
Se eu adoro a tecnologia dos iPhone, mas se a esmagadora maioria dos meus clientes não tem IPhone, para que é que vou investir em tecnologia da Apple, na minha empresa, ao serviço dos meus clientes?
Pelo que a tomada de decisão, da aquisição ou não de uma APP, deve ser devidamente ponderada, com base na(s) tecnologia(s) apreciada(s) pelos (potenciais) clientes.
Há ainda uma variante na aquisição de uma APP para as empresas turísticas: adquirir uma APP própria ou subscrever uma APP popular, (ou imergente) no setor de atividade da empresa turística?
Como exemplo, temos diversas empresas portuguesas que desenvolvem APP que podem ser utilizadas por diversos Hotéis e/ou cadeias hoteleiras, fornecendo-lhes a capacidade de também comunicarem digitalmente, via APP, com os seus hóspedes, como se a APP fosse exclusiva do próprio Hotel.
Há um “par de anos” para cá, há uma segunda variante de desenvolvimento para smartphones e tablets em geral, que implica no investimento de uma WebAPP em vez de uma APP.
Uma WebAPP não é mais do que um site desenvolvido especificamente para sistemas operativos de smartphones, tablets e iPads, sem necessidade de se instalar a APP,
E porquê? Porque há/havia imensos estudos que indicam que os turistas tendem a não aderir massivamente às APP pois tendem a apagar APP que não utilizam, devido ao espaço disponibilizado nos equipamentos móveis não ser dos mais… espaçosos, perdoem-me o pleonasmo!
A pergunta de 1 milhão de dólares, como dizem os americanos, como criar uma APP que os clientes utilizem de forma consistente e não fugaz!?!
E pergunto, qual o problema de um turista apagar a APP uns dias ou mesmo horas depois de consumir determinado produto turístico, se, aquando do consumo turístico, utilizou massivamente a APP e até consumiu mais 20% do que um turista com o mesmo perfil que optou por não instalar a APP?
Nos meus estudos, tenho constatado que as principais cadeias hoteleiras mundiais estão a apostar em vários tabuleiros simultâneos, i.e., têm uma ou mais APP proprietárias, mas, no entanto, optam também, por subscrever as APP genéricas (que funcionam também como diretórios de pesquisa de Hotéis) mais relevantes onde detém ou exploram propriedades hoteleiras, e ainda têm variantes de APP, mas sem a necessidade de se instalar as mesmas, i.e., desenvolvam WebAPP, com funcionalidades muito semelhantes às das APP, mas sem todas as funcionalidades, porque existem “pormenores técnicos” que impossibilitam atualmente implementar via WebAPP, determinadas funcionalidades, mas que através de APP já é possível implementar as funcionalidades referidas, como por exemplo, abrir a porta de um quarto uma cancela de acesso a um estacionamento, ou pagar um determinado valor num equipamento de pagamentos, utilizando NFC (Near Field Communication) ou RFID (Radio-Frequency iDentification), dependendo do âmbito pretendido.
No outro lado da moeda temos os sites, que são “agnósticos” relativamente aos tipos de sistema operativo, quero com isto referir que os sites, programados de determinada forma, funcionam, independentemente do cliente ter tecnologia da Apple, Microsoft, LG, Samsung,… ou um portátil de linha branca com Linux.
Claro que cada sistema operativo, tem Browsers desenvolvidos com determinadas funcionalidades ajustadas ao sistema operativo em questão, e obviamente que também existem “desenvolvimentos” a implementar para os diferentes Browsers existentes como o Chrome, Microsoft Edge, Safari ou Firefox, entre outros.
Para melhor entender o que escrevi acima, experimente aceder ao seu site com os Browsers que acima indiquei e veja as diferenças (ou não)… dependendo da configuração do mesmo por forma a conseguir suportar os standards dos diferentes Browsers.
Relativamente ao desenvolvimento de um site, temos diversas questões que importam ter em (muito boa) linha de conta, sendo que das mais críticas atualmente é…:
Responsive vs não responsive:
Um site responsive é um site que se adapta automaticamente à dimensão do écran do dispositivo que o está a consultar.
Por oposição, um site não responsive, é um site que não se adapta automaticamente à dimensão do écran do dispositivo que o está a consultar.
Se fosse apenas esta a abordagem, era claro que (quase) todos os sites deveriam de ser responsive.
No entanto, será que deveremos de apresentar aos clientes a mesma quantidade detalhe de informação quando estão num iPAD ou num portátil de 15.6” da HP?
Mais uma vez, depende do modelo de negócio e do que se pretende comunicar ao (potencial) cliente!
Assim sendo, com esta abordagem de comunicação diferenciada, por vezes pretendemos um site responsive (exatamente com a mesma quantidade de detalhe num telemóvel ou num computador de secretária), outras vezes, pretendemos comunicar de forma diferenciada com o cliente, com base na tecnologia(s) que o cliente está a recorrer para consultar o nosso site.
Os fatores eCommerce e eMarketing devem ser decisivos na tomada de decisão relativamente à arquitetura do site e inclusivamente à (não) abordagem responsive…
Relativamente à linguagem de programação do site, ou tecnologia de desenvolvimento – existem ainda mais possibilidades de escolha.
Se muitas vezes a linguagem de programação do site é irrelevante para a estratégia comercial e operacional das empresas turísticas, outras vezes, a decisão de se optar por tecnologia C#, .net, PHP, Python ou outras, pode tornar-se catastrófica para a integração de sistemas informáticos dentro de uma mesma empresa.
Quanto maior é a empresa ou grupo empresarial, mais crítica e dependente da tecnologia se torna a decisão da opção tecnológica aquando do desenvolvimento do site.
Motivo?
Tecnologias que não são diretamente compatíveis, provocam ilhas de conhecimento dentro da mesma organização, sem partilha de quaisquer conteúdos, ou partilhando apenas conteúdos reduzidos, muito menos em tempo real. E de repente, surgem documentos duplicados e trabalhos inacabados porque ninguém tem a certeza de qual a última versão a implementar…
O mesmo principio pode ser utilizado na decisão de um site com desenvolvimento à medida ou em alternativa a escolha de plataformas online de criação de sites baseadas em templates (modelos) pré-desenvolvidos pelas empresas tecnológicas com base em diversas temáticas. Veja-se o caso amen.pt; e wix.com; e ainda wordpress.org…
Há ainda uma enorme quantidade de micro-empresas portuguesas que desenvolvem sites com base nas tecnologias supracitadas.
Pode-se observar, também, uma crescente quantidade de empresas turísticas que desenvolvem elas próprias os seus sites, com base nas referidas tecnologias, pois em algumas das tecnologias referenciadas não há necessidade de se ter conhecimentos de programação, a ferramenta de construção do site cria ela própria o código do próprio site.
Nestes últimos 6 – 8 anos, tenho apresentado aos meus alunos, que serão os futuros gestores turísticos, em apenas uma aula de 1 hora, uma plataforma de criação de sites de empresas turísticas, e os resultados têm sido fantásticos! Sem necessidade de saberem programar uma linha de código que seja!
Afinal serão gestores de empresas turísticas e não programadores informáticos.
Objetivo: familiarizarem-se com a gestão de conteúdos web, e os resultados têm sido excelentes.
Finalmente, por outro lado, importa avaliar a forma de se publicitar o site aos (potenciais) clientes, ou escrito de outra forma… como é que os meus clientes sabem que eu tenho o melhor site do mundo sem que eu invista rios de €uros em Adds em motores de busca como Google, Yahoo ou nos nacionais SAPO e IOL, e ainda nas Adds das principais redes sociais como o Youtube, Facebook, Instagram, Tiktok e Linkedin, e ainda nos sites dos principais jornais onde pretendo dar a conhecer a minha organização, já para não referir aos mini-banners que aparecem nos jogos de telemovel…
Porque a temática é diversificada e necessariamente complexa, será aprofundada em futuros artigos.