Após lucro de 23M€ em 2021 Grupo Pestana espera crescer 60% este ano

Em 2021, o Pestana Hotel Group (PHG) regressou aos lucros, apresentando um resultado líquido positivo de 23 milhões de euros. Para este ano, a perspetiva é de um crescimento de 60%, atingindo os níveis de 2019.
Divulgados esta quarta feira, os resultados financeiros do Pestana Hotel Group em 2021, apresentam um lucro de 23 milhões de euros, que se comparam com os 32 milhões negativos de 2020. O EBITDA quase triplicou face ao ano anterior, situando-se nos 96,2 milhões de euros, resultado que, no entanto, ficou ainda a 60% de valores de 2019 – os mesmos 60% que o grupo estima poder crescer este ano, para ficar a níveis da pré-pandemia.
De realçar, igualmente, é o facto de os mais de 100 hotéis terem invertido as suas perdas operacionais de 8,1 milhões de euros em 2020 para ganhos que rondaram os 50 milhões de euros em 2021. Por outro lado, as receitas do segmento hoteleiro duplicaram em 2021, alcançando os 139,2 milhões de euros, embora tenham ficado aquém dos resultados obtidos em 2019.
Os resultados alcançados em 2021 foram esta quarta feira classificados como “notáveis” por José Theotónio, CEO do Pestana Hotel Group, que no entanto fez notar que eles não representarem uma grande rentabilidade. Em conferência de imprensa, o gestor revelou ainda que a “boa notícia” é que, pela primeira vez desde que foi decretada a pandemia, o Grupo conseguiu, em abril deste ano, obter resultados “acima da pré-pandemia”, ou seja, de 2019. “Fomos surpreendidos pela positiva, a taxa de crescimento das reservas foi muito acima do que esperávamos”, assegurou.
Detalhando um pouco mais, o gestor explicou que os meses de janeiro e fevereiro deste ano não foram bons mas que o mercado começou a reagir em meados de março de uma forma que “surpreendeu-nos a todos”.
Adiantando que o mês de “maio vai ser muito bom” e que as reservas para o verão estão a evoluir de forma “muito positiva”, o Grupo perspetiva para este ano um crescimento de 60% nos resultados operacionais que deverão ficar ao nível dos alcançados em 2019, considerado “o melhor ano de sempre”, quando foram atingidos resultados operacionais na ordem dos 161 milhões de euros.
Ainda assim, José Theotónio não deixou de salientar que neste tempo de retoma continuam a existir algumas “nuvens negras”, como é o caso da Guerra na Ucrânia e das suas implicações económicas. A este nível destacou o grande constrangimento ao crescimento que vem através da fatura energética que pode aumentar até aos 80%.”Teremos um aumento dos custos operacionais na energia. Tínhamos um contrato de energia, que termina em junho, com preço fixo. Quando o contrato terminar o aumento vai ser substancial e pode chegar aos 80%”, admitiu.
Outro constrangimento, que é transversal ao turismo, é a escassez de recursos humanos, com o responsável a revelar que o Grupo que este ano já contratou perto de 500 trabalhadores, precisar ainda de mais mil para fazer face à procura que se sentirá este verão.
Investimentos projetados não pararam
A pandemia não travou os projetos que o Pestana Hotel Group tinha em marcha. “Quando rebentou a pandemia tínhamos nove hotéis em construção, não abandonámos nenhum projeto mas fomos acabando as obras sem pressa”, informou o CEO do Grupo.
«Apesar das dificuldades destes dois anos, nunca perdemos a ambição e quando as condições e mercados o permitiram, concluímos o pipeline de aberturas previstas, com nove novos hotéis”.
Estes nove hotéis, que se estendem de norte a sul do país e abrangem também Espanha, Estados Unidos e Marrocos, vieram acrescentar cerca de 1.000 novos quartos ao portefólio do Grupo. Em Portugal, o Grupo abriu a Pousada de Vila Real de Santo António, o Pestana Vintage Lisboa, a Pousada do Porto-Flores e o Pestana Fisherman na Madeira. Em Espanha, abriu o Pestana CR7 Gran Vía Madrid, nos Estados Unidos o Pestana CR7 Times Square e em Marrocos o Pestana Tânger. “Já no início de 2022 continuamos com o mesmo ímpeto e abrimos dois novos hotéis: em Marrocos, o Pestana CR7 Marrakech e no Porto, o Pestana Douro, informou o CEO do PHG.
Este ano, os investimentos continuam, com o Grupo a ter duas unidades em construção em Lisboa, concretamente uma Pousada em Alfama e um hotel na Rua Augusta. Em pipeline estão duas unidades na Madeira, nomeadamente, um hotel no Porto Santo e outro na praia Formosa, no Funchal.