Apesar de suspenso, Madeira SkyPark Adventure apresenta projeto do teleférico no Curral das Freiras
O Curral das Freiras, no concelho de Câmara de Lobos, na Madeira, tem projetada a construção de um teleférico, um Centro de Interpretação da Natureza e um Parque Aventura, num investimento privado de 47 milhões de euros. Apesar de ter sido suspenso pelo Governo Regional, Nuno Freitas, CEO do Madeira SkyPark Adventure, acredita que o projeto vai avançar.
Durante uma apresentação pública do projeto, no passado sábado, 6 de abril, Nuno Freitas disse acreditar que as “entidades oficiais estão a fazer” o necessário para “retomar a normalidade”. Recorde-se que o projeto foi suspenso na sequência do processo que levou à queda do Governo Regional da Madeira.
Com 3.070 metros de percurso e um desnível de 230 metros, este teleférico irá proporcionar uma viagem com uma duração de 6m30s. De salientar que o Parque Aventura inclui um Zip Line de 2.300 metros, o maior da Europa e o segundo maior do mundo.
“Este projeto inédito e pioneiro é estruturante para o turismo da Madeira e, em particular, para o desenvolvimento do Curral das Freiras, devido ao impacto direto na criação de emprego e no comércio local”, sublinha Nuno Freitas, revelando que tendo em conta o pagamento das rendas da concessão, assim como a receita fiscal prevista durante a duração da mesma, a Região da Madeira “terá benefícios económicos superiores a 400 milhões de euros”.
A Madeira SkyPark Adventure vai criar 40 postos de trabalho diretos, além dos muitos indiretos, incentivando o empreendedorismo local e fomentando a fixação de população, numa localidade que tem, atualmente, cerca de 1.500 habitantes.
O projeto tem também sofrido alguma contestação por parte dos ambientalistas devido aos possíveis impactos que poderá causar. No entanto, segundo os responsáveis do projeto, do ponto de vista ambiental, “todo o projeto será desenvolvido segundo as melhores práticas e políticas internacionais de ESG (ambiente, social e governance), nomeadamente as definidas pelo Banco Mundial, estando enquadrado por um estudo de impacto ambiental, que esteve em consulta pública e que concluiu não haver impactos associados. Nenhuma espécie de risco foi detetada na zona de implantação do teleférico e não há impacto sobre as espécies de etologia noturna, uma vez que a atividade do teleférico será apenas diurna”.
O projeto terá dois teleféricos, ambos com duas cabinas, um a ligar o centro do Curral das Freiras ao Miradouros do Paredão – com cabinas para 15 pessoas, num percurso de 1.012 metros de comprimento e um desnível de 789 metros; e um segundo teleférico, com cabinas para 50 pessoas, que ligará o Miradouro do Paredão à Boca da Corrida, numa distância de 3.070 metros e um desnível de 230 metros. Este será o teleférico com o segundo maior vão suspenso do mundo, só superado pelo teleférico de Zugspitz na Alemanha, construído pela Doppelmayr, que é também a empresa responsável pela execução do projeto dos teleféricos do Curral das Freiras.
Apesar de há cerca de um mês a empresa responsável pelo projeto ter dito à Lusa que o início das obras estava previsto para maio, Nuno Freitas reconheceu no passado sábado que “não será possível”, mas que deverá estar para “breve”. O contrato será válido por 50 anos, a contar desde o início da exploração e para já Nuno Freitas garante que já foram investidos mais de 8,5 milhões de euros.
Créditos de imagem: Visit Madeira