APAVT focada em dialogar com as Câmaras para debelar dificuldades da operação turística

As alterações à mobilidade, com os impedimentos à operação turística no centro de cidades como Lisboa e Porto, foram focadas pelo presidente da APAVT na abertura do 49º Congresso, onde garantiu que a Associação está a dialogar com as autarquias no sentido de construir uma mobilidade que não exclua os operadores turísticos.
Afirmando não querer “sublinhar as dificuldades ou eventuais erros cometidos” nem “salientar o timing das decisões ou o tempo curto da sua implementação”, Pedro Costa Ferreira assegurou que a APAVT está “focada” em “construir com a câmaras municipais, um espaço de diálogo absolutamente construtivo” que permita “corrigir eventuais erros”, tendo em vista “construir uma mobilidade que não exclua ninguém, sobretudo que não exclua os operadores turísticos, os grupos de turistas de mais alto rendimento ou os modernos autocarros que menos poluem”.
Confiante nos bons resultados deste diálogo, considerou, no entanto que “não temos muito tempo” para resolver estas situações até porque o turismo é um setor em que “estão depositadas quase todas as esperanças de crescimento a curto prazo da economia portuguesa”
Na abertura do 49º Congresso da APAVT, em Huelva, Pedro Costa Ferreira referiu-se, também às opiniões “anti turismo” que começam a proliferar, às acusações de que há turismo a mais e que este está a destruir o que é genuíno: O “setor está a ser muito atacado pelas más razões, razões que temos de impedir que se transformem em narrativas normalizadas e comummente aceites como verdade”, afirmou, para, em jeito de resposta, deixar bem vincado que “o Turismo não destruiu o centro das cidades, afastando de lá as pessoas. Antes do turismo não havia pessoas a viver no centro das cidades”. Do mesmo modo, “o Turismo não apagou a genuinidade nem as tradições dos bairros históricos das cidades”, tal como “não acabou com as lojas históricas” e “não desvirtuou os monumentos históricos”.
Pelo contrário, defendeu, “o Turismo preserva a história e propaga a cultura”, sendo também a atividade que melhor integra imigrantes, além de ser um setor onde estão depositadas quase todas as esperanças de crescimento a curto prazo da economia portuguesa.
O melhor momento do setor da distribuição
O presidente da APAVT traçou, ainda, uma pequena radiografia do setor, destacando que a “distribuição atravessa porventura o melhor momento de sempre, se falarmos de vendas, de recuperação de balanços, de resultados, de emprego ou de remunerações pagas”.
Os bons resultados acontecem tanto no incoming, como no outgoing, “em trabalho ou em férias”, disse, realçando que “considerando efeitos directos, indirectos e induzidos, o valor económico da Distribuição Turística, reportado a 2022, superou os 5,8 mil milhões de euros, valor que corresponde a cerca de 2,8% do VAB nacional e foi responsável por 126.000 postos de trabalho, 2,6% do emprego em Portugal”.
Destacando que “o impacto do agregado da Distribuição Turística nas remunerações também aumentou significativamente face a 2019, atingindo praticamente 4 mil milhões de euros, valor que representa cerca de 3,5% do total nacional”, frisou, ainda, que “a recomposição da atividade do sector neste pós-pandemia, com um crescimento mais acentuado do incoming de lazer, que produziu, naturalmente, impactos económicos mais significativos no território”.
O 49º Congresso da APAVT iniciou-se esta quinta-feira em Huelva, subordinado ao tema “Cidade APAVT”.
O Turisver está a acompanhar o congresso, a convite da APAVT.