António Pinto da Silva: Mundomar Cruzeiros tem vindo a crescer em número de reservas
A Turisver esteve à conversa com o diretor comercial da Mundomar Cruzeiros em Portugal, António Pinto Silva, à margem da visita de um grupo de agentes de viagens ao Sky Princess, que fez escala em Lisboa a 7 de novembro. O comportamento do mercado português quanto à procura dos cruzeiros que a Mundomar representa em Portugal e as perspetivas para o próximo ano foram alguns dos temas abordados.
Das companhias de cruzeiros que a Mundomar representa, quais são os cruzeiros mais procurados pelo mercado português?
O mercado português de cruzeiros tem crescido nos últimos anos, mas ainda está muito dominado por uma companhia que é nossa concorrente. No entanto, este trabalho que tenho vindo a fazer desde 2019, na comunicação, divulgação e venda de marcas como a Princess Cruises, a Cunard e outras companhias de cruzeiros que a Mundomar representa tem vindo a dar frutos. Infelizmente tivemos o Covid que nos trouxe dois anos complicados (2020 e 2021), mas 2022 já houve alguma retoma, 2023 está muito bom e avizinha-se um bom ano de 2024.
Quantas companhias de cruzeiros representa a Mundomar neste momento?
Em termos de companhias marítimas representamos oito e depois temos a parte fluvial, que é um produto muito interessante e que começa a vender-se muito. Nós representamos a Croiseurope em Portugal, que é a maior companhia fluvial europeia e que tem 56 navios fluviais e dois marítimos. No rio Douro, por exemplo, tem seis navios que operam o ano inteiro e que agora no Réveillon vamos lá ter três navios a operar.
Temos um leque de operação bastante grande e em termos de produto disponível no nosso site temos aproximadamente 5.000 cruzeiros marítimos e 5.000 cruzeiros fluviais, compreendendo todas as companhias com as quais trabalhamos.
O nosso leque de operação e de ofertas está a crescer, as agências estão a pedir-nos produto. Temos brochuras e flyers, temos um site interativo, temos uma marca branca que qualquer agência nos pode solicitar para ter o seu site com todo o nosso produto, que nós disponibilizamos. Temos brochuras físicas da Princess Cruises, da NCL e da Cunard.
Já temos também a brochura da NCL com a programação para 2024/25 com algumas partidas de Lisboa, por exemplo com o navio Viva durante o verão.
Para o ano vão ter um novo navio da Princess Cruises…
Vamos ter o Sun Princess que está praticamente pronto, começa a fazer os cruzeiros inaugurais em fevereiro. As reservas para este cruzeiro já abriram o ano passado e a operação está a correr de “vento em popa”.
Quais foram os destinos que os portugueses procuraram mais este ano de 2023?
Os portugueses, logicamente com a oferta que houve de há uns anos para cá com partidas e chegadas a Lisboa, procuram mais este tipo de cruzeiros. Para o ano vai haver ainda mais oferta à partida e chegada de Lisboa quer nos nossos cruzeiros quer nos da concorrência.
A Princess Cruises não tem embarques e desembarques em Lisboa, mas a NCL vai ter, transatlânticos a sair ou a chegar a Lisboa. O mercado português fora dos embarques em Lisboa ainda procura muito o Mediterrâneo, portanto é o produto principal seja com embarques em Barcelona, em Atenas ou Veneza. Há alguma procura pelo Norte da Europa com embarques seja em Hamburgo, Southampton ou Copenhaga para fazer Fiordes e algum Báltico. E depois Caraíbas, que sempre foi um produto apetecível.
O Alasca também é um produto importantíssimo nosso e que queremos continuar a desenvolver. Não é um produto muito conhecido, porque tem o problema da aviação, é longe, tem custos, mas os cruzeiros são espetaculares e são baratos.
Época de verão atrai famílias com crianças
Quais são as médias de idades dos portugueses que procuram cruzeiros?
Em todas as companhias se falarmos da época de férias e de verão, as médias tendem sempre a baixar porque temos muitas crianças. Quando falamos da época de inverno, a idade média tende a aumentar em função da disponibilidade das pessoas, porque se têm filhos na escola não podem viajar e portanto nesta altura encontramos pessoas com mais idade.
Já há muitas famílias a procurar este tipo de férias?
Claro que sim, especialmente nas datas em que as crianças não pagam, portanto no verão a tendência é que as terceira e quarta camas das cabinas ocupadas pelas crianças, paguem apenas as taxas portuárias.
Em termos de duração quais são os cruzeiros que mais atraem os portugueses?
Depende da estação, mas regra geral os mais procurados são os cruzeiros de uma semana, até porque há cruzeiros de uma semana em todos os destinos. Agora há oferta para tudo e a Cunard por exemplo, que é uma das companhias que representamos em exclusivo tem Volta ao Mundo com os navios Queen Mary, Queen Elizabeth, Queen Vitoria e o Queen Anne (a inaugurar em 2024) de 110 dias. Por exemplo, o Queen Anne que inaugura para o ano já tem uma Volta ao Mundo programada para 2025 e que já está à venda. E há muitas datas que já não têm cabinas.
Os portugueses já começam a ser adeptos de comprar com antecedência ou ainda não?
Já se compra com alguma antecedência, é evidente que há situações em que o last minute também compensa, mas no caso dos cruzeiros não acontece muito, por isso o ideal é comprar com antecedência para apanhar os melhores preços.
Em termos de reservas para 2024 já tem uma ideia de como está a correr?
Nós como Mundomar Cruzeiros e com este trabalho que temos estado a desenvolver estamos com expetativas aliciantes. Crescemos de 2022 para 2023 na ordem dos três dígitos, estamos a falar de mais de 100%, estamos a alavancar números engraçados e espero que 2024 se aproxime também em função dos novos produtos que vêm por aí e que se consiga continuar a crescer neste ritmo. É com certeza o que esperamos e o que vamos atingir.