Alojamento Local com elevada ocupação no verão, mas com quebra nos rendimentos

O Alojamento Local em Portugal registou uma ocupação de 90% em praticamente todo o país este verão e com preços ligeiramente mais altos do que no ano anterior, segundo um balanço da GuestReady. No entanto, proprietários e empresas apontam perda de rendimento face aos resultados de 2023.
O mesmo balanço da empresa líder do setor do Alojamento Local em Portugal e na Europa refere que em média, cada noite em alojamento local em Portugal este verão custou aos hóspedes 94 €, com a duração de reserva média no país a rondar as quatro noites.
No Porto, onde as estadias médias foram entre três e quatro dias, a ocupação ultrapassou os 90%, com um preço por noite superior a 80 € de maio até setembro. Em Lisboa, com uma ocupação média de 86% ao longo deste período, o preço médio por noite fixou-se nos 125 € e as estadias nos cinco dias. A estes valores somam-se taxas de limpeza, turísticas e de custos de algumas plataformas, elevando os valores médios por estadia pagos pelos hóspedes para os 300 € no Porto e para mais de 600 € em Lisboa.
O verão, regra geral, é um período de maior procura por viagens e alojamento, mas esse não é o único motivo pelo qual o custo médio da estadia subiu (+7% no Porto e +8% em Lisboa), especialmente quando comparado ao período homólogo. Em 2024, os custos associados à gestão do alojamento local aumentaram: os serviços de manutenção e as comodidades oferecidas aos hóspedes estão mais caras, e até as contas de água e luz aumentaram (em todas as tipologias), o que acaba por prejudicar a rentabilidade da atividade.
“Os custos de gestão sobem, mas o preço não pode subir na mesma proporção. É preciso acompanhar o mercado, O preço tem um papel fundamental em assegurar que Portugal se mantém atrativo para os turistas de todo o mundo,” explica Rui Silva, country manager da GuestReady Portugal, relembrando que se tem assistido à emergência de mercados concorrentes mais baratos como Montenegro ou Croácia e que “Portugal tem de se manter competitivo.”
A GuestReady explica o feedback que tem recebido: “Apesar de o rendimento não ter continuado a crescer como nos fomos habituando nos últimos anos, e de ser importante que todos acompanhem o mercado e ajustem expectativas, o alojamento local não tem sentido tanta quebra de procura porque a dormida é fundamental para viajar. Mas restaurantes, bares, tours, têm-nos comunicado o contrário, sentindo menos procura dos seus serviços, ou uma mudança na procura com foco nos serviços e produtos mais baratos.”
Nesta época alta analisada (de meados de maio a meados de setembro) no top 3 das nacionalidades mais recorrentes, os visitantes franceses ocupam o primeiro lugar, seguidos de espanhóis e portugueses, não tendo havido alterações face a anos anteriores.
Em agosto, mês de férias por excelência, registou-se uma ocupação de 91% em todo o território português, com um preço médio por noite superior a 100€ e um preço médio por reserva superior a 450€.