Alocar verbas da taxa turística à habitação seria “aposta profundamente errada”
Há menos de um mês, o vice-presidente da Câmara de Lisboa admitiu a revisão do modelo da taxa turística para que as receitas pudessem ser aplicadas na habitação. Segundo a vice-presidente executiva da AHP, já pediu esclarecimentos ao presidente da Câmara, com a Associação a considerar que estará seria “uma aposta profundamente errada”.
À margem da apresentação de um inquérito sobre perspetivas para o final do ano e resultados da Web Summit na hotelaria, Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal informou que o presidente da AHP, Bernardo Trindade, já pediu esclarecimentos sobre este tema ao presidente da Câmara de Lisboa, tendo adiantando que a Associação entende que isso seria “uma aposta profundamente errada”.
“O sistema que está estabelecido desde que a taxa foi criada tem dado muitos e bons proveitos” com “a alocação da taxa ao reforço da atratividade turística ou compensação da carga da atividade turística em determinadas freguesias (…) na justa medida em que se considera alocada ao turismo”. Alocar verbas ao investimento na habitação “não resolve absolutamente nada”, disse Cristina Siza Vieira, acrescentando que “não se nos afigura que a Câmara careça dessa verba para poder acudir a este problema”.
Sobre a eventual legalidade da medida, a responsável lembrou que “há um Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa que foi aprovado por deliberação da Câmara Municipal de Lisboa” e que “para alterar isso, a Câmara teria que deliberar nessa matéria”.