Algarve tem que se reinventar para receber os novos turistas, considera Hélder Martins

Para o presidente da AHETA, o turismo na região algarvia tem pela frente vários desafios, nomeadamente o que é colocado pelos “novos turistas”, mais exigentes, como o mercado americano que está em crescendo e que ascendeu já ao 1º lugar em algumas unidades de maior qualificação.
O expectável crescimento do mercado americano com os voos diretos dos EUA para Faro representa um desafio para a região por se tratar de turistas “com um elevado grau de exigência”, disse o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, frisando que “o Algarve tem que estar preparado para os
receber” não apenas dentro dos hotéis mas fora deles. A propósito considerou que os novos turistas que vêm para o Algarve tornam notória a “necessidade de reinvenção do destino”.
Hélder Martins, que falava no webinar de lançamento da revista Turismo 23-24 do IPDT, referiu-se também à questão dos recursos humanos como sendo outro dos grandes desafios que a região enfrenta.
Considerando que 2023 trouxe alguma melhoria ao nível da quantidade de recursos humanos disponíveis, disse no entanto que “a pergunta que tem que ser feita é se tinham a qualidade que seria desejável”. Por isso defendeu que há que trabalhar muito ao nível da formação e das novas tecnologias. Outro desafio disse, tem a ver com o posicionamento muito elevado das novas marcas que estão a instalar-se na região.
Entre os desafios citou ainda a falta de água e a questão do alojamento para os funcionários tendo a este nível, deixado sugestões como subsídio de alojamento ou os hoteleiros serem considerados entidades que fazem habitação social.
Mercado americano já é o primeiro em “algumas unidades de categoria mais elevada”
Sobre o ano de 2023, Hélder Martins, que começou por assinalar a resiliência e a capacidade de recuperação demonstrada pelo turismo no pós-Covid, referiu que no Algarve “tivemos um início de época alta um bocadinho atribulada com a questão dos turistas portugueses”, ou seja, “se tínhamos mais ou menos portugueses”.
Esta questão disse, “tem um pouco a ver com aquilo que é o caminho que o Algarve pretende vir a encontrar” e com a situação de “novas marcas que têm vindo a instalar-se no Algarve” e com “uma melhoria da qualidade de serviço e de preço” o que leva a que muitas famílias não possam hoje fazer férias na região. Ainda assim sublinhou que na hotelaria classificada, em agosto, o número de portugueses apenas baixou 0,1% – uma percentagem que, apesar de não ser muito significativa “merece-nos muita atenção”.
Mas o ano trouxe “algumas boas notícias” para o Algarve, como o crescimento de outros mercados que complementaram a falta dos portugueses, tendo realçado o mercado americano “que tem vindo a crescer muito para o Algarve” com “algumas unidades de categoria mais elevada a terem hoje o mercado americano como primeira nacionalidade”, concluiu.