Algarve foi a região mais afetada: Queda nos mercados externos provoca descida nas dormidas em março

O mês de março trouxe consigo uma diminuição de 3% no número de dormidas no alojamento turístico e uma nova descida na estada média. Os mercados externos foram os responsáveis pelos resultados negativos que o INE explica terem sido influenciados pela “estrutura móvel do calendário”.
Dados do Instituto Nacional de Estatística publicados na quarta-feira, 30 de abril, mostram que em março o alojamento turístico registou 2,3 milhões de hóspedes e 5,6 milhões de dormidas, correspondendo a diminuições de 0,1% e 3,0%, respectivamente.
Responsáveis pela descida foram os mercados externos que apresentaram um decréscimo de 5,2% (-3,1% em fevereiro), alcançando 3,9 milhões de dormidas. Já as dormidas de residentes totalizaram 1,7 milhões, tendo crescido 2,4% (-1,2% em fevereiro).
O que também voltou a descer em março foi a estada média (-3% para 2,41 noites. Os valores mais elevados continuaram a observar-se na RA Madeira (4,57 noites) e no Algarve (3,68 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (1,60 noites) e no Oeste e Vale do Tejo (1,70 noites).“Estes resultados foram influenciados pela estrutura móvel do calendário, ou seja, pelo efeito do período de férias associado ao Carnaval, que este ano ocorreu em março, enquanto no ano anterior se concentrou em fevereiro, e pelo efeito do período de férias associado à Páscoa, que este ano ocorreu em abril e em 2024 se concentrou, essencialmente, em março”, explica o INE na sua nota informativa.
Algarve registou a maior descida nas dormidas
No global do país, os resultados de março apresentaram discrepâncias no indicador das dormidas, com os Açores e a península de Setúbal a apresentarem os melhores resultados, com aumentos de 6% e 3,6%, respetivamente.
No polo oposto ficou o Algarve, que registou a maior descida nas dormidas: -8,7% comparativamente ao mesmo mês do ano passado. Seguiu-se o Oeste e Vale do Tejo, com -5,2%.
Tendo em conta apenas as dormidas dos residentes foi também o Algarve que registou a maior descida: -16% do que em março do ano passado. Oeste e Vale do Tejo e o Alentejo registaram uma quebra de 1,0%.
Já a RA Madeira e a península de Setúbal registaram as maiores subidas no número de dormidas efetuadas pelos residentes: +18,9% e +12,8%, respetivamente.
De salientar que as dormidas de não residentes registaram decréscimos em todas as regiões, exceto na RA Açores (+1,9%), sendo que as maiores quedas foram observadas no Centro (-15,6%) e no Alentejo (-9,5%).
Mercados externos: Polónia o que mais cresceu e Espanha liderou as quedas
De acordo com os dados do INE, os 10 principais mercados emissores representaram, em março, 73,8% do total de dormidas de não residentes, com o mercado britânico a manter a liderança (16,5% do total das dormidas de não residentes), apesar do decréscimo de 4,6% face ao mês homólogo.
As dormidas do mercado alemão (13,5% do total), diminuíram 7,5%, mas as do mercado norte americano, na 3ª posição (quota de 9,5%), registaram um aumento residual de 0,5%.
Neste grupo de 10 mercado, a Polónia registou o maior crescimento (+35,9%), seguido do Canadá (+11,4%). No polo oposto o destaque, pela negativa, vai para o mercado espanhol que acusou uma descida de 37,0%.