Ala privada do Palácio Pombal em Lisboa vai ser hotel de quatro estrelas
O projeto de arquitetura para as obras de reconversão e da ala privado do Palácio Pombal, com ampliação, foi aprovado quarta feira, dia 11 de Janeiro, em reunião privada da Câmara Municipal de Lisboa. O imóvel está localizado na Rua de O Século, na Misericórdia.
A Câmara de Lisboa aprovou quarta-feira o projeto de alteração e ampliação de uma ala privada do Palácio Pombal (também conhecido como Palácio dos Carvalhos), classificado como Imóvel de Interesse Público, para a construção de um hotel, com mudança de uso de habitação para turismo. Em reunião privada do executivo municipal, foi aprovado o projeto de arquitetura para obras de alteração com ampliação de um dos três núcleos que constituem o Palácio Pombal, no imóvel da Rua de O Século, na freguesia da Misericórdia, mandado edificar na primeira metade do séc. XVII, pelo avô de Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal.
“A proposta preconiza a realização de obras de alteração e ampliação num imóvel de habitação, com mudança de uso para turismo, para o adaptar a empreendimento turístico (hotel de quatro estrelas) com 20 unidades de alojamento, que incide sobre um dos três núcleos que constituem o Palácio Pombal, classificado como Imóvel de Interesse Público”, lê-se no documento aprovado pela câmara.
“Pese embora para este local tenha sido anteriormente licenciada uma obra tendente à sua transformação num edifício de habitação coletiva, esta nunca viria a ser executada”, indicou a vereadora do Urbanismo.
A intervenção prevista, segundo a proposta, “irá permitir a reabilitação do edifício de gaveto entre a Rua de O Século e a Rua da Academia das Ciências, com cinco pisos e um logradouro, e do volume edificado sobre as antigas cocheiras do palácio, contribuindo para a valorização do conjunto em que estes se integram, cuja relevância arquitetónica e histórico patrimonial é notória”.
As obras a realizar incidirão sobre o único núcleo do Palácio Pombal que pertence a uma entidade privada, sendo os restantes propriedade municipal e do Estado português.
No âmbito do licenciamento, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e o Turismo de Portugal emitiram pareceres favoráveis, tendo sido ainda solicitado à Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) que se pronunciasse sobre o projeto. Apesar de favorável, o ultimo parecer condiciona a evolução do projeto ao “acompanhamento arqueológico dos trabalhos no local”.
Na reunião privada da Câmara de Lisboa esta quarta feira, o projeto foi aprovado, com seis votos contra (dois do PCP, dois do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), um do Livre e um do BE). Antes disso, na segunda feira, a associação Fórum Cidadania Lx tinha pedido a suspensão da votação do projeto por considerar não estar assegurada a preservação de vários elementos patrimoniais, caso da azulejaria e da pintura mural.