Air Cairo quer ligar a capital egípcia a Lisboa mas “slots estão a ser problema” referiu Artur Sousa
A ATR venceu o concurso para representar a Air Cairo em Portugal, uma novidade de assinalar num ano em que três das suas representadas (El Al / Sun d’Or, Air Baltic e Air Transat) aumentaram frequências para Portugal e, no caso das primeiras, abriram rotas para o Porto. Por isso, Artur Sousa, diretor-geral da ATR, afirma que o ano está a começar bem, embora continue a fazer ressalvas.
Para a ATR, o ano de 2023 está a começar bem. “Janeiro foi um mês muito bom, um mês acima das expectativas”, afirmou Artur Sousa, fazendo notar que “os agentes de viagens estão muito otimistas. Ainda assim, o diretor-geral da ATR confessar estar “com algumas ressalvas”. Acreditando que “o primeiro semestre vai ser bom”, o responsável teme que “devido às questões relacionadas com a guerra na Ucrânia, com a inflação e a subida das taxas de juros, especialmente no crédito à habitação”, as coisas poderão não correr tão bem no segundo semestre. Por isso frisa que “para o segundo semestre temos que perspetivar alguma quebra”.
No que se refere às empresas representadas, é conhecido que a ATR perdeu a representação da Air Malta “algo que é muito difícil de explicar”, lamenta. “Nós apoiámos a Air Malta durante todo o período da Covid e fizemo-lo muito além do que são as incumbências de um GSA normal. Fomos considerados das melhores rotas da Europa nesse período, no entanto, por outros interesses que não estão no domínio da ATR, perdemos a representação”. Por isso, para Artur Sousa “a Air Malta é passado, neste momento já nem sequer é assunto”.
Companhias aéreas apostam cada vez mais em partidas do Porto
Colocando de lado o “não assunto”, o diretor-geral da ATR foca-se nos fatores positivos, e são vários, conforme sublinhou. Em destaque está, acentuou, “o aumento das frequências dos voos para Telavive, o que tem sido um sucesso e o início dos voos para o Porto com a Sund’Or, subsidiária da El Al, com dois voos por semana”. A realçar também é a situação de outra das representadas, a Air Baltic, que operava apenas à partida de Lisboa, e que “passou a operar também do Porto”. Por outro lado, no que se refere à Air Transat “aumentámos as frequências, quer de Lisboa quer do Porto, e mantemos a operação de Faro”. Tudo somado, leva Artur Sousa a afirmar que “continuamos a ter boas perspetivas”.
Frisa ainda que a “a área dos vistos também tem estado a crescer” o que, sublinha, “não tem a ver com o pricing mas com a qualidade”
Muito positivo é também o facto de a ATR ter sido a vencedora do concurso para representar a Air Cairo, no entanto Artur Sousa confessa que “estamos ainda com alguns problemas ao nível dos slots em Lisboa”. Segundo o responsável, “o ideal seria conseguirmos começar a voar já em março, há vários operadores interessados, como é o caso da Image Tours e tanto que antes de colocarmos a operação no ar já temos parte dela vendida mas se não houver slots não há operação”, lamenta.
Ainda sobre a Air Cairo afirma que “sabemos que se conseguirmos operar será um sucesso porque há mercado, há interesse e temos os parceiros certos do nosso lado”.
O que faz o equilíbrio das rotas é o facto de haver mercado nos dois sentidos e a este nível Artur Sousa afirma que “Portugal continua a ser um destino muito atrativo, apesar do aumento drástico dos preços na hotelaria”. Sublinha, a propósito, o crescimento do mercado de Israel para Portugal “não só ao nível do mercado religioso como de lazer”, um crescimento que também se nota no sentido inverso.
Outra companhia em crescimento é a Royal Jordanian, o que comprova o sucesso do destino Jordânia. “Temos vindo a crescer, quer nos nossos voos via Madrid quer nos voos à partida de Barcelona”.