Agências Airmet podem não pagar avença e receber rappel direto dos fornecedores
A apresentação de novas ferramentas tecnológicas ao serviço dos associados e a alteração do modelo de contratação foram as principais novidades da 18ª Convenção Airmet.
Em conferência de imprensa, à margem da 18ª Convenção da Airmet que decorreu durante o fim de semana no NAU Salgados Palace, no Algarve, Luís Henriques, diretor-geral do Grupo Airmet, começou por classificar o evento como “a convenção do renascimento”, após “dois anos muito difíceis”.
Sob o lema “May the Digital be with you”, a Convenção dividiu-se, segundo informou Luís Henriques, em dois pontos principais, “a tecnologia e uma alteração completa do modelo de contratação que temos neste grupo de gestão”.
Ao nível tecnológico, avançou que foram apresentados aos associados “três sistemas novos e o melhoramento de outro já existente” afirmando, a propósito que “a nossa aposta na tecnologia vai ser fortíssima nos próximos anos”. Neste sentido, foi apresentada uma plataforma de voos que permite às agências IATA emitirem e terem acesso a todos os NDCs disponíveis no mercado português, possibilitando, igualmente, a compra de voos low cost. Outra novidade é a plataforma de DMCs que possibilita às agências verem a oferta disponível em mais de 150 países, podendo reservar automaticamente através dessa mesma plataforma que, desta forma, se torna uma ferramenta importante na construção de pacotes à medida.
Por outro lado, a intranet do Grupo foi também melhorada, apresentando agora um mural de comunicação que funciona, explicou Luís Henriques, “como se fosse um facebook para o nosso próprio Grupo, em que as agências são livres e partilharem informação entre elas ou colocar questões” porque os responsáveis da Airmet irão também comunicar através deste portal.
A Airmet apresentou igualmente às agências de viagens os melhoramentos introduzidos na plataforma Book & Go, um comparador de hotéis que já conta com nove parceiros e que “acrescentámos agora outro tipo de serviços, como atividades, entradas em espetáculos, etc.
Apesar destas novidades, o diretor-geral da Aimet sublinharia que “os próximos anos vão ser muito mais interessantes em termos de tecnologia”, uma vez que o Grupo se prepara para fazer “investimentos muito avultados nesta área”.
Novo modelo de contratação
Outra das grandes novidades da Convenção teve a ver com o novo modelo de contratação. “Continuamos a achar que somos um grupo de gestão completamente diferente dos que existem no mercado, acreditamos que as fórmulas que temos não podem ser exatamente as mesmas que foram usadas durante anos e que o resto do mercado usa”, justificou Luís Henriques, explicando que através deste novo modelo de contratação em que “as agências poderão não pagar avença caso tenham um correto direcionamento de vendas”. Isto permitirá que a Airmet seja “o único grupo de gestão em que a avença poderá ser devolvida mediante o comportamento comercial de cada uma das lojas”. O que o novo modelo de contratação traz também de novo é que “tudo o que são rappels de fornecedores são por agência e não por grupo, isto é, dependerá de cada gestor de cada agência, o aumento da rentabilidade do seu negócio” A propósito, o diretor-geral do Grupo Airmet avançou ter sido demonstrado aos agentes de viagens associados que, com este novo modelo, “as agências conseguem um aumento de rentabilidade extraordinariamente elevado face àquilo que é habitual no mercado”.
Dar às agências as necessárias ferramentas para que elas possam ter a maior rentabilidade possível é o que a Airmet pretende, com o diretor-geral do Grupo a deixar claro que este deve ser “o objetivo final de um grupo de gestão”. Isto porque, frisa, “nós existimos porque as agências existem, o nosso foco tem de ser a rentabilidade das agências. Se eles não forem [rentáveis], nós também não seremos”. Acrescenta ainda que “neste momento, se uma agência nos fornecer os dados de vendas de 2019, conseguimos projetar quanto vai ser a rentabilidade dessa loja no final do ano, mais nenhum grupo de gestão consegue fazer isso”, concluiu.
Integrado no novo modelo de contratação estão também três níveis de parcerias com os operadores: premium, preferenciais e os restantes que não cabem nas duas primeiras categorias. “Dividimos os operadores não pela qualidade que eles têm, não pelo nível de serviço, mas pelo que eles podem transportar em termos de rentabilidade às próprias agências”.
Segundo explicou o diretor-geral da Airmet, no nível premium estão “seis operadores que não se tocam praticamente em termos de produto” com o Grupo a ter “vários operadores preferenciais com os quais Também temos negociados rappels por agência e não por grupo, o que permite às agências saberem o que vão receber no final do ano”.
Explicitando um pouco mais, Luís Henriques diz que o que a Airmet tentou fazer “e acho que conseguimos, e a rede aceitou muito bem, foi transformar completamente o modelo para que o rappel seja um incentivo de vendas para a agência e para que o parceiro que o paga ache o considere uma mais-valia”.
Ainda no que toca a novidades, a Airmet está a trabalhar no sentido de vir a lançar uma plataforma de CRM para evitar a dispersão dos sistemas. “Faz parte das nossas intenções ter, talvez não uma verdadeira plataforma de CRM mas, pelo menos, ter algumas características que o CRM tem nas novas plataformas de gestão”.