África: turismo só deverá regressar a níveis pré-pandémicos em 2024
Ilhéu das Rolas, São Tomé
O alerta foi dado pelo Departamento das Nações Unidas para Assuntos Económicos e Sociais (UNDESA) no relatório sobre a Situação e Perspectivas Económicas Mundiais das Nações Unidas para 2022.
Divulgado a 13 de Janeiro em Washington, o relatório aponta que, apesar das “perspectivas positivas de evolução” do turismo africano já para este ano de 2022 “as chegadas de turistas não deverão regressar aos níveis de 2019 antes de 2023 e, muito possivelmente, 2024″.
“As economias dependentes do turismo em África têm perspectivas positivas de evolução, embora a base seja bastante baixa, impulsionadas pelo abrandamento das restrições às viagens e à recuperação económica nos mercados de origem, na Europa e na Ásia, bem como devido à maior confiança para viajar associada com o sucesso das medidas de contenção e taxas de vacinação relativamente altas, como existe em Cabo Verde, Ilhas Comores, Maurícias, Marrocos, São Tomé e Príncipe e Tunísia”, aponta a ONU.
No entanto, porque se estima que as chegadas de turistas só recuperem totalmente em 2024, continua o relatório, “a recuperação económica nestes países vai provavelmente ser difícil e vulnerável a novos choques nas viagens a nível mundial, incluindo de novas variantes”.
Face a estas estimativas, o documento conclui que “as indústrias dependentes do turismo, como a conservação da vida selvagem e protecção ambiental, e os trabalhadores informais do sector deverão enfrentar outro ano difícil, com efeitos agravados a longo prazo”.
Sobre as vacinas, a UNDESA lamenta que a maioria dos países africanos tenha vacinado menos de 5% da população, “falhando a meta da Organização Mundial de Saúde de 10% de cobertura até Setembro de 2021 e 40% no final de 2021”, fazendo ainda notar que apenas cinco países africanos estavam acima dos 40% no final do ano passado, concretamente, Cabo Verde, Ilhas Maurícias, Marrocos, Seicheles e Tunísia.
No total, apenas 10,1% da população do continente africano está completamente imunizada contra a Covid 19, embora haja países onde os progressos têm sido maiores, caso do Egipto (22,3%) Marrocos (62,3%), África do Sul (27,3%), Argélia (2,4%) e Moçambique (23,8%).