África: Inovação contínua é essencial para impulsionar turismo de negócios

A conclusão é do mais recente relatório do Nova SBE WiTH Africa (iniciativa do Nova SBE Data Science Knowledge Center) dedicado ao turismo de negócios. O relatório considera que o Turismo de Negócios é um pilar essencial para o desenvolvimento económico da região.
Considerando que “o turismo de negócios é fundamental para o crescimento das economias africanas, desempenhando um papel crucial na melhoria dos meios de subsistência em todo o continente”, o Business Tourism in Africa aponta que a região ainda não recuperou do “impacto significativo” que a pandemia teve neste segmento do turismo, ao impedir os encontros de negócios presenciais. Apesar das alternativas virtuais para a realização de reuniões de negócios, “a recuperação do setor business tourism tem sido especialmente lenta podendo inclusivamente levar a uma redução duradoura das viagens de negócios” e alerta que pode mesmo haver uma “redução duradoura das viagens de negócios”.
Sobre novas oportunidades no turismo de negócios em África, que permitem criar possibilidades e experiências complementares, o relatório aponta que o aumento das viagens que combinam negócios e lazer (bleisure) e o crescimento significativo do nomadismo digital estão a criar dinâmicas no setor, alertando, no entanto, que este está “pouco preparado para fazer face aos novos cenários: a escassez de mão de obra, a capacidade limitada das rotas aéreas e os investimentos atrasados enfatizam a necessidade de inovação contínua e abrem oportunidades para fortalecer as atuações, transformando obstáculos em catalisadores para o desenvolvimento e avanço”,sublinha o Business Tourism in Africa.
Segundo o relatório, o crescimento do Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em vários países africanos tem também sido um motor importante para o aumento das viagens de negócios. Neste âmbito destaca o caso da Costa do Marfim que está a negociar um empréstimo de 5,8 mil milhões de dólares com o Banco Africano de Desenvolvimento para desenvolver a Cidade Empresarial de Abidjan como um centro de convenções de destaque.
Analisando o ambiente de negócios e tendo como referência o Fórum Económico Mundial, o relatório destaca Maurícias como o país africano líder em 2024, seguido pelo Botswana, Ruanda, Marrocos e Egito. No contexto urbano, toma como referência a classificação Statista das 200 principais cidades de negócios do mundo em 2022, e destaca Cairo, Argel e Joanesburgo, encontrando-se também no ranking, mas com posições inferiores, Casablanca, Nairobi e Cidade do Cabo.
No que respeita ao Índice de Abertura de Vistos em África (AVOI) 2023, o relatório revela avanços importantes na facilitação das viagens intracontinentais, com 48 dos 54 países africanos a oferecer entrada sem visto para pelo menos uma outra nação africana.
O Business Tourism in Africa identifica a conectividade e infraestruturas como os desafios mais críticos para o desenvolvimento do turismo de negócios no continente africano. Ao nível da conectividade sublinha que o continente apenas detém 2,1% do mercado global e 1,8% da quota mundial de viagens aéreas internacionais, o que dificulta a movimentação entre os principais centros de negócios no continente.
Daí que uma das principais recomendações do relatório resida na melhoria da conetividade, tanto internamente no continente quanto em âmbito internacional, apontando, igualmente, que a modernização de processos, como a obtenção de vistos, é essencial para aumentar o apelo da África para viajantes de negócios.
Relatório Business Tourism in Africa disponível aqui.