Afonso Magalhães vencedor do Xénio de Melhor Diretor Comercial: “Esta era a carreira que eu queria seguir”

Abraçou a hotelaria há uma década e não equaciona mudar porque paixão igual apenas sente pelo desporto. Depois de ter passado por várias cadeias hoteleiras, Afonso Magalhães venceu o Xénio de ‘Melhor Diretor Comercial /Marketing e Vendas’ que o fez ficar muito orgulhoso. Para o diretor de vendas Mama Shelter Lisboa, os desafios não acabam aqui e assume o sonho de enriquecer a sua carreira com uma experiência internacional.
Que significado teve para si ter sido eleito ‘Melhor Diretor Comercial /Marketing e Vendas’ nos Prémios Xénios 2024?
Foi uma felicidade absoluta, foi uma honra e um privilégio porque desde que comecei a minha carreira na hotelaria, há 10 anos, sempre segui de muito perto os Xénios e o Congresso da Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal. Conheço muito bem alguns dos vencedores anteriores e são pessoas por quem tenho muita admiração por serem profissionais de excelência da nossa indústria. Por isso, ter recebido a notícia de que tinha sido vencedor deste prémio fez-me sentir muito orgulhoso.
Acho que a ADHP está de parabéns por ser a única instituição que continua a exaltar os profissionais que temos na nossa indústria, e eles merecem ser reconhecidos porque são profissionais que nos últimos anos passaram por inúmeros obstáculos, como a pandemia.
Quando é que decidiu que o seu futuro profissional passava pela área da hotelaria?
Eu sempre fui muito ligado a pessoas, sempre gostei de conhecer pessoas novas, de receber em minha casa, de viajar e conhecer novas culturas. Esta é uma indústria onde tudo isto acontece, hoje contacto com muitas pessoas todos os dias. Recebemos muitos hóspedes de outras culturas nos nossos hotéis, vamos a outros países promover não apenas o nosso hotel mas também o nosso destino, os nossos serviços, o nosso turismo … Sou um apaixonado pelo nosso país, pelas nossas praias, pela nossa cultura e gastronomia e sempre me deu muita satisfação poder viajar e ao mesmo tempo promover Portugal.
Os meus primeiros desafios profissionais, primeiro na cadeia Altis e depois na cadeia Tivoli, foram passos que me fizeram ter a certeza de que esta era a carreira que eu queria seguir e continuo super feliz.
Quando estava no liceu já pensava que o seu futuro iria passar pelo turismo ou tinha outro sonho?
Eu comecei logo por tirar a licenciatura em Gestão Hoteleira, mais tarde fiz um mestrado em Hospitality Management na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos e foi exatamente em Cornell que percebi que queria realmente seguir esta área. É uma universidade um pouco diferente, onde há professores que são diretores comerciais de grandes cadeias universais. O meu professor de direção comercial e vendas para a hotelaria em Cornell era na altura o diretor comercial da Marriott a nível global, o que lhe permitia passar em primeira mão o testemunho do que era ter essas funções numa grande cadeia hoteleira e eu identifiquei-me com o que era o dia a dia dessas funções e assumi logo que era isto que eu queria fazer.
Quando terminou a licenciatura já estava a trabalhar?
Não, eu comecei a trabalhar depois de ter terminado a licenciatura e antes de fazer o mestrado. O meu primeiro emprego foi no Grupo Altis e passados dois anos fui convidado para integrar o Grupo Tivoli quando o Grupo Minor veio para Portugal e comprou os hotéis Tivoli ao Grupo Espírito Santo. Na altura, a equipa de vendas foi reformulada e eu entrei como Sales Manager. Fiquei uns anos a vender o portefólio todo dos hotéis Tivoli, mais tarde fui responsável comercial do Grupo Eurostars em Portugal e desde há três anos estou no Mama Shelter, um hotel que pertence à Accor, ou seja, estou a fazer um percurso assente em várias cadeias hoteleiras que me têm proporcionado um grande crescimento em termos profissionais.
Neste momento sou apenas responsável pelo Mama Shelter Lisboa, apesar de termos uma ligação muito forte com a Accor e com outras marcas do Grupo.
“Vejo-me a trabalhar na Europa como na Ásia ou na América do Sul e penso que é uma coisa que vai acontecer mais tarde ou mais cedo. Não importa o local, desde que seja um desafio digno, um projeto entusiasmante, um hotel único e que tenha as suas particularidades e a sua autenticidade”
Já percebi que a hotelaria é a sua área para a vida mas certamente equaciona novos desafios profissionais?
Claro que sim. Eu tenho o “bichinho” de ir para fora, aliás é algo que penso ser quase obrigatório para alguém que segue a carreira comercial na hotelaria, nem que seja para passar uns tempos a “beber” de outra cultura e voltar depois para Portugal e pôr em prática os novos ensinamentos que de lá se trazem. Vejo esta situação com muito bons olhos e não tenho limites, vejo-me a trabalhar na Europa como na Ásia ou na América do Sul e penso que é uma coisa que vai acontecer mais tarde ou mais cedo. Não importa o local, desde que seja um desafio digno, um projeto entusiasmante, um hotel único e que tenha as suas particularidades e a sua autenticidade.
Têm-me surgido várias oportunidades, até ao momento ainda não foi a certa mas acredito que isso vai acontecer e que vou conseguir agarrar um projeto comercial a nível internacional, seja num hotel ou numa cadeia.
O facto de estar integrado num grupo com a dimensão da Accor tem-lhe proporcionado contactos internacionais de que extrai valorização?
Exatamente. A Accor é uma das maiores cadeias do mundo, salvo erro é a maior cadeia da Europa em número de quartos, tem 42 marcas diferentes e tem propriedades em todos os cantos do mundo. Tenho tirado proveito disso porque temos uma ligação muito próxima com diretores comerciais globais, Global Sales Offices, mesmo VP Sales [vice-president of sales] e VP [vice-president] de outros segmentos dentro da Accor, que têm uma experiência mundial, o que abre muitas portas e traz muito mais conhecimento. Sinto-me muito satisfeito por poder contactar de perto com essas pessoas que me podem ajudar a construir uma carreira com sucesso nesta indústria e através das quais consigo perceber o que é o seu dia a dia e tentar espelhar isso para o meu dia a dia.
Hoje, como premiado, está na altura de dar ensinamentos à sua equipa que lhes permitam, dentro de alguns anos, virem a ser eles os premiados?
A primeira coisa que fiz quando recebi o Xénio foi mandar uma mensagem à minha equipa por eles são o grande motor do meu sucesso e do sucesso do Mama Shelter – sem eles nada disto seria possível. Sou um diretor muito liberal, gosto de dar espaço aos membros da minha equipa para que possam crescer, gosto de lhes dar liberdade para darem as suas opiniões, de “beber” dessas pessoas e dos seus diferentes pontos de vista. Qualquer um deles está a fazer um caminho de grande crescimento e não tenho dúvida que cada terá sucesso na sua área e irá vingar no mundo da hotelaria, porque são profissionais de excelência, com muita dedicação e ambição.
Aproveito para agradecer uma vez mais à minha equipa e à equipado Mama Shelter porque sem eles não seria possível ter recebido este reconhecimento.
O que é que poderia fazer com que deixasse esta área do turismo?
É uma pergunta complicada. Tenho duas paixões: a hotelaria / turismo e o desporto, portanto o que me poderia levar a deixar este ramo talvez fosse seguir uma carreira profissional de ténis ou de surf, que são modalidades que sigo atentamente e que pratico.