Aeroporto Luís de Camões em Alcochete custará mais de 6 MM€
Até que o novo aeroporto em Alcochete esteja concluído passará uma década, pelo que o Aeroporto Humberto Delgado irá continuar a operar e será alvo de investimentos para fazer face ao esperado aumento de tráfego. A ANA Aeroportos já comunicou que “está disponível” para trabalhar nas soluções apresentadas pelo Governo.
O Conselho de Ministros decidiu localizar o Novo Aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, em linha com a recomendação da Comissão Técnica Independente. Foi também decidido manter temporariamente o Aeroporto Humberto Delgado, aumentado a sua capacidade até que o Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) esteja operacional.
“O Governo aprovou o desenvolvimento do novo aeroporto de Lisboa, com vista à substituição integral do aeroporto Humberto Delgado, no campo de tiro de Alcochete e atribuir-lhe a denominação de aeroporto Luís de Camões”, anunciou Luís Montenegro à saída da reunião do Conselho de Ministros, esta terça-feira, 14 de maio.
Quando estiver concluído, o Aeroporto de Alcochete, que será batizado com o nome do poeta Luís de Camões, será o único aeroporto da região de Lisboa e deverá ser concebido para poder expandir-se.
Segundo Montenegro, “Alcochete, em particular, garante margem de expansão física, acomodação de procura até praticamente o triplo da atual, a salvaguarda da manutenção e do crescimento possível do hub da TAP em Portugal, o fomento da capacidade intermodal de todo o nosso sistema de transportes”.
Uma nota do Governo recorda que as recomendações, alinhadas com Contrato de Concessão do Aeroporto Humberto Delgado (AHD) são para um modelo de base assente em 2 pistas (com capacidade para 90 a 95 movimentos por hora) e possibilidade de expansão até 4 pistas, para uma estimativa de tráfego de passageiros que possa ultrapassar os 100 milhões em 2050.
Segundo o mesmo documento, o custo total para duas pistas é de 3.231 M€ (primeira pista) e de 2.874 M€ (segunda pista), no total de 6.105 M€. A primeira pista deverá estar construída em 2030 e a segunda em 2031.
A mesma nota refere que “a opção por um único aeroporto permite mitigar o impacto ambiental e social na região de Lisboa, uma vez que a solução de dois aeroportos duplica os efeitos ambientais negativos e a solução única se localiza em zonas com baixa densidade populacional. Lisboa é a 2ª capital europeia com mais habitantes expostos a ruído aeronáutico”.
O Governo decidiu também que o Aeroporto Humberto Delgado terá que receber novos investimentos para que a capacidade aumente para 45 movimentos por hora, bem como melhorias nos terminais e acessibilidades, de acordo com o contrato de concessão da ANA.
Segundo o estipulado no mesmo contrato, a ANA Aeroportos tem três anos para apresentar o projeto final do novo aeroporto.
ANA “disponível para trabalhar nas soluções apresentadas”
Em comunicado, a ANA – Aeroportos de Portugal fez já saber que “vai dar seguimento ao processo de desenvolvimento” das decisões tomadas esta terça-feira pelo Governo “nos termos do Contrato de Concessão”.
“A ANA – Aeroportos de Portugal reitera o seu compromisso com o desenvolvimento do setor aeroportuário nacional em benefício do turismo e da economia e está inteiramente disponível para trabalhar, no imediato, nas soluções hoje apresentadas pelo Governo”, fez saber a concessionária, em comunicado.