Adriano Portugal: Mercado das Viagens está acima de 2019 em vendas para a Dominicana
“Uma viagem muito proveitosa” é como Adriano Portugal, diretor-geral da rede Mercado das Viagens, classifica a fam trip realizada à República Dominicana, a convite de operadores do Grupo Ávoris (Jolidey e Travelplan) e da sua companhia aérea, Iberojet. Na conversa com o Turisver, falou-se do destino e da sua adaptação às diferentes “bolsas” dos clientes portugueses mercado português, entre outros temas.
Estamos a terminar a fam trip promovida por operadores do Grupo Ávoris à República Dominicana e eu gostava de saber como é que descreve esta viagem?
Em primeiro lugar devo dizer que foi uma honra o Mercado das Viagens ter sido convidado pelo Grupo Ávoris para estar presente nesta viagem que foi muito seletiva em termos de convites.
Relativamente ao destino propriamente dito, foi uma viagem muito proveitosa uma vez que há hotéis que eu desconhecia, nomeadamente os da cadeira AMResorts que é mais uma oferta para o mercado português e uma nova oferta que estávamos a precisar. Pudemos ver alguns hotéis diferentes, o que é muito positivo, e também apreciar as alterações que o destino tem tido ao longo dos últimos anos, principalmente a forma como está a retomar a atividade após a pandemia.
Estivemos em hotéis que estavam com mais de 90% de ocupação. O que é que isso transmite em termos do destino?
Significa que continua a ser um destino de eleição, nomeadamente para o mercado português, pela qualidade do próprio destino, pela qualidade hoteleira, pela natureza envolvente, pela segurança e também pela simpatia das pessoas.
Também tivemos a oportunidade de conhecer um pouco do destino, fazendo algumas opcionais. O que é que salientaria em termos das excursões e quais aconselharia?
Penso que essa é uma lacuna que a República Dominicana tem porque não houve grande alteração ao nível das opcionais desde que o destino é promovido no mercado português, e penso que o país tem mais para mostrar. Contudo, existem algumas que são de salientar, nomeadamente, a visita à ilha Saona, que continua a ser um local a não perder proporcionando grande contacto com o mar dado que a viagem é feita de lancha ou catamarã e, para quem goste de mais adrenalina, o passeio em moto4 ou buggy, que tivemos a oportunidade de experienciar.
Depois, podem também visitar-se parques naturais, o que é também de registar porque há que dar um ar fresco a estas opcionais. Ir para a República Dominicana e ficar apenas no hotel, não se aproveitando para conhecer um bocadinho do destino, não é aconselhável.
Relativamente aos hotéis, quais foram aqueles que mais lhe agradaram tendo em conta as preferências do mercado português?
O que eu mais gostei e que tem muito a ver com a essência da República Dominicana foi o Zoetry Agua Punta Cana, que é um hotel no meio da natureza, muito exclusivo, para um cliente premium e será, sem dúvida, um hotel de referência e a eleger.
Depois, há vários hotéis que têm muito a ver com o mercado europeus, principalmente o português, que é o caso do Grand Bávaro Princess Punta Cana e, já na zona de Bayahibe, que também foi uma agradável surpresa, o Dreams Dominicus La Romana Resort & Spa, com a vantagem de que nesta zona não há sargaço e temos o verdadeiro Mar das Caraíbas, águas cristalinas de azul-turquesa. Penso que essa poderá ser mesmo uma mais-valia na venda dado que o produto é um pouco mais caro.
Porque é que este ano o consumidor português aderiu de forma tão rápida e em larga escala à República Dominicana? Foi pelo preço?
Não só. É claro que o preço tem sempre algum peso na escolha das famílias portuguesas mas penso que o facto de se tratar de um destino que oferece segurança e já não tem nenhuma daquelas barreiras ligadas ao Covid, terá sido uma mais-valia na hora da escolha. O facto de as pessoas não terem que fazer testes mas apenas terem as vacinas terá pesado bastante – os testes são uma grande condicionante para quem viaja, principalmente para as famílias.
Airbus A330neo da Iberojet é um avião agradável e muito cómodo
A maior parte das pessoas que viaja para estes destinos de longo curso vai, normalmente em charter. O Airbus A330neo da Iberojet pareceu-lhe bom para este tipo de viagem?
Confesso que foi uma agradável surpresa. É um avião bastante agradável em termos de espaço – habituámo-nos, ao longo dos anos, a ter aviões com pouco espaço entre assentos nos aviões que fazem voos charter e isso não acontece neste caso. É um avião muito cómodo e que oferece algumas alternativas ao nível do entretenimento que são apelativas principalmente para quem leva crianças. Portanto, é um avião bastante bom para viagens de longa distância.
O facto de os passageiros poderem comprar um serviço especial que inclui check-in próprio, embarque prioritário e escolha de uma refeição a bordo, é compensador para o passageiro?
É uma mais-valia, principalmente para o cliente mais exigente, que está habituado a viajar em voos regulares. Penso que é uma das vantagens que a Ávoris nos possibilita é a de podermos definir que tipo de serviço queremos agregar à nossa passagem e isso é cómodo para quem vai viajar e pode ser rentável para o agente de viagens.
Quando terminar o período dos charters, a alternativa para ir à República Dominicana é voar via Madrid ou usar a TAP à partida de Lisboa. Para as vossas agências qual é o indicador?
Nós temos dois tipos de mercado de lazer: temos aqueles que gostam de viajar na altura de verão ou só o podem fazer nesta época, que é o caso da maior parte das famílias, mas temos aquele cliente diferenciado que viaja normalmente na altura do inverno. Neste último caso, penso que a alternativa da TAP será uma mais-valia para fazer programação à medida, ou o operador ou a própria agência de viagens. Isso irá garantir a continuidade de um destino que, por si, se vende.
O Mercado das Viagens já atingiu este ano os números de vendas de 2019 para a República Dominicana?
Já atingimos os valores, penso que estamos com 3% a 5% acima de 2019 que é o ano de referência para todo o mercado.
A Dominicana é um destino atrativo para a passagem de ano?
Deveremos ter isso sempre em atenção, primeiro pela oferta hoteleira, que é variadíssima, pela própria animação dos hotéis e, acima de tudo, porque se trata da melhor época do ano para se viajar para a República Dominicana porque, como sabemos, o verão está sujeito a chuvas tropicais. Portanto, poderá ser um destino a ter em conta para uma passagem de ano, provavelmente com preços bastante mais competitivos.