ADHP quer contribuir para uma “nova forma de olhar” sobre a legislação laboral

Na sessão de abertura do XIX Congresso da Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal, o presidente, Fernando Garrido, salientou o papel desenvolvido pela Associação ao longo dos seus 50 anos e, ao abordar o tema dos recursos humanos, fez questão de afirmar que a ADHP está “disponível” para, com a sua experiência, “trazer uma nova forma de olhar para a legislação laboral do setor”.
Numa sessão que teve início com uma homenagem póstuma ao comendador Rui Nabeiro, recentemente falecido, pela forma como sempre se relacionou com a hotelaria, os diretores de hotéis e a associação que os representa, Fernando Garrido, presidente da Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal, sublinhou que neste ano, em que a Associação celebra o seu cinquentenário, o seu XIX Congresso é o maior de sempre, registando 670 inscritos, entre os quais se contam cerca de duas centenas de alunos e docentes de escolas de hotelaria e universidades o que, frisou, é consequência do caminho que a ADHP tem trilhado na última década, de aproximação à Academia com o objetivo de “preparar o futuro”.
Se a dignificação da profissão de diretor de hotel tem sido, desde sempre, o grande objetivo da Associação, uma vez que “a função de diretor de hotel é altamente especializada e ampla, em termos de responsabilidade e competência, sendo o garante da qualidade das unidades hoteleiras e, consequentemente, do sucesso do turismo”, Fernando Garrido pôs também a tónica da sua intervenção na questão dos recursos humanos que é, de há muito, uma preocupação da Associação dos Diretores de Hotéis.
“A ausência de recursos humanos é o nosso maior problema”, afirmou, destacando que este problema é tão mais gravoso porquanto a hotelaria é “um setor feito de pessoas para pessoas”. A falta de recursos humanos, disse, “põe em causa a operacionalização das unidades que dirigimos” e, se o ano passado os problemas operacionais foram desculpados pelos turistas que estavam apenas ávidos de viajar por não o poderem ter feito nos dois anos anteriores, este problema “será este ano menos compreendido” pelos hóspedes.
“Remunerações desajustadas” e “formas menos claras de comunicação dos benefícios aos colaboradores” foram duas das razões apontadas pelo presidente da ADHP para a falta de recursos humanos no sector, tendo juntado ainda um outro: o facto de a mãos de obra do turismo ser “altamente reconhecida e valorizada por outros sectores”.
“Tornar as profissões do turismo novamente atraentes” é o caminho que se impõe de forma cada vez mais urgente. Para isso, disse, há que dignificar profissões e profissionais e reforçar a requalificação, área em que a ADHP tem dado um contributo “de relevância”.
No sentido de dignificar profissões e profissionais do setor, Fernando Garrido deixaria “um repto para enquanto associação profissional, estarmos disponíveis para, com a nossa experiência, poder trazer uma nova forma de olhar para a legislação laboral do setor”.
O Turisver está a acompanhar o congresso no Algarve a convite da ADHP