A United Hotels of Portugal “está aberta à entrada de novas unidades hoteleiras”, afirma Alexandre Marto

Num encontro com a imprensa esta terça-feira no Lumen Hotel &The Lisbon Light Show, Alexandre Marto Pereira, CEO da United Hotels of Portugal, fez o balanço do ano, tanto para esta marca de comunicação com o trade (UHP)como para o Fátima Hotels Group.
Foi por Fátima que Alexandre Marto Pereira começou, para sublinhar que “superou um milhão de noites até outubro”, um resultado que o município costuma atingir apenas no final do ano.
Ressaltando que atingir um número de dormidas desta ordem é “muito incomum em Portugal”, o CEO da UHP frisou igualmente o facto de representar um crescimento de mais de 33% face ao ano passado: “Crescemos a um ritmo três vezes superior ao do país”, onde o crescimento foi de 11%, afirmou, acrescentando que “foi praticamente assim durante todo o ano”.
Alexandre Marto Pereira indicou ainda que cerca de dois terços do total de room nights, ou seja, 668 mil noites, dizem respeito a dormidas de turistas internacionais.
Para 2024, as perspetivas para o município de Fátima são também muito positivas, com o responsável a esperar “um crescimento contínuo, não tão grande como o deste ano mas muito forte, que vai ser ancorado, principalmente, no crescimento do mercado asiático”, o único, a par do Brasil, que não recuperou ainda este ano face a 2019.
Esperando que os mercados que ainda não recuperarem tenham um forte crescimento em 2024, bastante maior do que o do mercado nacional, o responsável avança mesmo que o mercado interno “provavelmente, não irá crescer mais”.
“A minha expectativa é de que o mercado nacional, fruto, nomeadamente, deste “aperto” no consumo que está a ser provocado pela inflação e principalmente pelo aumento das taxas de juro, estagne em termos de procura de lazer”. Ao mesmo tempo, diz, “espero uma recuperação do mercado brasileiro, por força do aumento do número de voos e de uma redução do custo dos voos do Brasil para Portugal, e depois dos mercados asiáticos que estavam completamente fechados”.
Conflito entre Israel e o Hamas tem beneficiado Fátima
Ainda referindo-se à evolução do turismo em Fátima, adiantou que os efeitos do conflito entre Israel e o Hamas já se fazem sentir ao nível das reservas, mas de forma positiva. “Há essencialmente três produtos de turismo religioso, os Santuários Marianos, como Fátima, Lourdes, Compostela…; Roma e Vaticano, e Israel e os países à volta, como a Jordânia, a Palestina e também a Turquia”, explica Alexandre Marto, precisando que, com o mercado de Israel e dos países à sua volta a estar fechado “muitos dos decisores que organizam as peregrinações vão decidir vir para a Europa”. Por isso, justifica, “houve reservas que foram automaticamente transferidas para a Europa”.
Lembrando que Fátima estava a ter já muitos turistas israelitas, o responsável deu conta que “num primeiro momento houve muitos cancelamentos de reservas por parte de turistas israelitas” que visitam Fátima por razões culturais e não religiosas mas que “logo a seguir houve um segundo momento em que começaram a cair reservas com prazos de concretização muito curtos” – nomeadamente, grupos que tinham reservas para Israel e que deslocalizaram essas reservas para Portugal.
Quanto ao Fátima Hotels Group, deverão ser atingidas este ano as 188 mil room nights o que representa “um crescimento em linha com o crescimento em Fátima”, ou seja, 33% face ao ano passado e mais 23% do que em 2019. Já “o crescimento em valores foi bastante mais elevado, porque o aumento do preço médio ficou acima da inflação”, embora o valor do aumento não tenha sido homogéneo de hotel para hotel. Ainda assim garante que ao nível das receitas “vamos fechar mais de 40% acima de 2022”.
Para 2024, a estimativa é de um crescimento de 15%, parte por via da taxa de ocupação, outra através dos preços.
United Hotels of Portugal cresceu 64% em dormidas face a 2019
Já no que se refere à United Hotels of Portugal, houve um aumento de 64% no número de dormidas relativamente a 2019, tendo sido atingidas as 280 mil dormidas, um número que reflete também um crescimento em torno dos 40% relativamente a 2022. Ainda assim, Alexandre Marto Pereira sublinhou que os dados não são diretamente comparáveis, uma vez que na UHP o número de unidades não é o mesmo, existindo hoje mais hotéis.
Refira-se, a propósito, que sob a “umbrela” da United Hotels of Portugal abrigam-se hoje os oito hotéis do Fátima Hotels Group, o Lumen Hotel &The Lisbon Light Show, em Lisboa, e o Josefa d ́Óbidos Hotel, em Óbidos.
Questionado sobre se a UHP está aberta à entrada de novas unidades hoteleiras, Alexandre Marto Pereira revelou que “todos os dias estou à procura e a analisar novos projetos, ou para compra de hotel, sempre em parceria – o Lumen Hotel é uma parceria com o grupo Alves Ribeiro -, ou de mera representação comercial”.
Se haverá novidades já em 2024, o CEO da UHP não diz, referindo apenas que “temos algumas coisas em vista em várias cidades de Portugal, estamos continuamente à procura”. Adianta também que o objetivo está no “eixo de touring, desde Lisboa até ao Porto”.