“A LATAM é a melhor opção para o viajante europeu ir à América do Sul”

Desde o último trimestre de 2021, a LATAM oferece sete voos semanais para Lisboa, os mesmos que tinha antes da pandemia e prepara-se para aumentar a oferta de lugares, com a introdução de um novo avião. Ao Turisver, Thibaud Morand, diretor geral da LATAM para a Europa fala desta novidade mas também dos esforços da companhia para ser competitiva no mercado.
A rota de Lisboa é de grande importância para a LATAM, daí que tenha sido “uma das primeiras rotas que reabrimos na Europa, logo em julho de 2020”. A recuperação, em termos de frequências “foi gradual, recomeçando com três frequências e seguindo, a partir daí, até chegarmos ao último trimestre do ano passado com sete frequências por semana entre Lisboa e São Paulo, o mesmo número que tínhamos antes da pandemia”. Na reabertura total, Lisboa é acompanhada pela rota de Madrid mas o diretor geral da LATAM Airlines para a Europa frisa que “no resto da Europa ainda não recolocámos todas as frequências”.
Se bem que o número de frequências entre São Paulo e Lisboa não vá aumentar, a partir de junho a LATAM vai colocar mais oferta no mercado, com a introdução de um novo avião nesta rota que passa a ser operada, em algumas frequências, por um aparelho Boeing 787-9, ao invés do B767 que está agora a ser utilizado. O novo aparelho, “com 300 lugares, vai aumentar a capacidade que agora temos em cerca de 80 lugares, ou seja, 40 a 45% mais do que temos agora”, explicou Thibaud Morand.
O novo aparelho traz consigo outras vantagens, nomeadamente “a redução do consumo de combustível em 25%”. Por outro lado “é um avião mais silencioso e mais moderno, é um avião da última geração, o que melhora a experiência do passageiro”. No entanto, conforme sublinhou o responsável, o novo avião não irá operar a totalidade das frequências, “a mudança será gradual”, acrescentou.
No que toca à sua rede europeia, a LATAM tem outra novidade: a abertura, em julho, de uma nova rota entre São Paulo e Roma, que será “o oitavo destino que vamos operar na Europa e o segundo em Itália, onde já voamos para Milão”.
“Temos que ser realistas, essa [aumento das tarifas aéreas] é uma grande probabilidade. Com os níveis a que estamos a chegar no preço do petróleo, vamos necessitar de repassar parte desse aumento ao passageiros, fazendo-o refletir no preço final das passagens”
Quanto ao ano em curso, o diretor geral da LATAM disse-nos que “o ano começou bem e estávamos com boas previsões mas neste momento existe uma grande incerteza devido à situação na Ucrânia. Apesar de ainda não termos sentido um grande impacto nas reservas, sabemos que todos estão expectantes. Ninguém sabe se a guerra se vai estender, as pessoas não sabem se devem ou não viajar. Em cima disso há o problema da escalada do preço dos combustíveis”. Face a tudo isto “queremos acreditar que o ano vai ser bom mas tudo está dependente de fatores externos que não controlamos”.
Apesar de parecer agora estar a recuar, mas ainda sem certeza, a escalada do preço dos combustíveis “pode vir a ter repercussões no preço das tarifas aéreas”, considerou o nosso entrevistado, comentando ainda: “Temos que ser realistas, essa é uma grande probabilidade. Com os níveis a que estamos a chegar no preço do petróleo, vamos necessitar de repassar parte desse aumento aos passageiros, fazendo-o refletir no preço final das passagens. É quase impossível que o absorvamos, até porque estamos a sair ainda de um período muito difícil”.
“Quase todos os meses estamos a abrir um ou dois destinos novos no Brasil”
Desde meados do primeiro trimestre de 2020, a aviação em geral viveu anos muito complicados e a LATAM não fugiu a esse panorama. “Tudo se passou em duas semanas em que passámos de 100 a quase zero”, recorda Thibaud Morand, diretor geral da LATAM para a Europa. Deixando claro que “nunca poderíamos prever uma paragem tão brutal da atividade”, sublinha que o período pior “foi de abril a junho de 2020, a partir de julho começámos a reconstruir aos poucos a rede, com o objetivo de restaurar o mais rapidamente possível a conetividade”.
Esta é, assume, a “principal proposta de valor da LATAM que é a melhor opção para o viajante europeu ir à América do Sul porque temos a melhor conectividade em todo o continente”. A propósito, sublinha: “apesar de ainda não termos recuperado em todos os destinos o mesmo número de frequências que tínhamos antes da pandemia, aumentámos o número de destinos que operamos o que dá ao cliente português mais possibilidades de conexões dentro do Brasil”, a começar pelo nordeste brasileiro, para onde a companhia alargou o número de aeroportos para onde voa, mas também para alguns aeroportos do interior. “Quase todos os meses estamos a abrir um ou dois destinos novos no Brasil, o que é muito positivo”.
Mas porque “em toda a crise há uma boa oportunidade”, contou ao Turisver que esta crise foi aproveitada pela companhia em várias vertentes. “Primeiro, reforçámos muito a coesão da equipa. Foi um trabalho super duro, as pessoas trabalharam muitíssimo, mas demonstraram um grande compromisso com a companhia, arregaçaram as mangas e fizeram tudo para levar a companhia adiante”, recordou.
“Hoje, a LATAM tem uma estrutura de custos muito competitiva”
Outra vertente teve a ver com a necessidade de “baixar drasticamente os custos operacionais” uma vez que “antecipámos que a procura iria ser menor e a concorrência seria forte” pelo que “para sobrevivermos necessitávamos de ser mais competitivos em custos”. Neste âmbito, o responsável avançou que “conseguimos reduzir em cerca de 25% os custos operacionais, o que foi um esforço gigantesco que poucas companhias conseguiram fazer”. Daí resultou que “hoje, a LATAM tem uma estrutura de custos muito competitiva”.
Esta competitividade ao nível de custos, afirmou o nosso entrevistado, “vai continuar a ser muito necessária do que nunca futuro porque apenas saímos da crise provocada pelo Covid e já estamos a entrar noutra crise que é a crise da Ucrânia”.
A LATAM prevê receber, até 2028 “70 aviões da família Airbus A320neo e A321neo, que permitem uma melhor experiência a bordo, incluindo em termos digitais, maior autonomia e consumos mais baixos”
Para além da restruturação interna, da simplificação de processos, nomeadamente através da aposta no digital, a companhia aproveitou estes dois anos para trabalhar também ao nível da melhoria de produto e da experiência do passageiro. A este nível, disse, “mantivemos o processo de reforma dos nossos aviões e a entrega dos novos aparelhos que estavam previstos”.
Neste âmbito, a transportadora aérea prevê receber, até 2028 “70 aviões da família Airbus A320neo e A321neo, que permitem uma melhor experiência a bordo, incluindo em termos digitais, maior autonomia e consumos mais baixos”.
Estratégia clara na sustentabilidade
Somou-se, ainda, uma forte aposta na sustentabilidade. “Nós já estávamos focados na sustentabilidade mas reforçámos muito este nosso compromisso” até porque, sublinhou, “queremos atingir a neutralidade em 2050mas teremos uma pauta muito clara nos próximos anos” que integra, por exemplo, “a eliminação, já no próximo ano, dos plásticos de uso único e a eliminação dos resíduos até 2027”. Neste esforço, acrescentou, a LATAM quer envolver também os seus passageiros
Thibaud Morand explicou ainda que a estratégia da companhia no que toca à sustentabilidade, está já a ser reconhecida: “Ainda há pouco tempo fomos nomeados a melhor companhia da América do Sul e a quarta a nível mundial no que toca à sustentabilidade, o que é um enorme reconhecimento”.