A Graçatur ainda tem as vendas abaixo de 2023 mas segundo São Graça “em breve alcançaremos os nossos objetivos”

São Graça é um dos rostos conhecidos da Graçatur Agência de Viagens e Turismo, S.A, que há 34 anos abriu em Pombal. Disponibilizando algumas viagens exclusivas, a agência apresenta soluções para viagens de negócios, lazer, passeios culturais, entre outras. O Turisver esteve à conversa com esta responsável para fazer um balanço das vendas no primeiro semestre de 2024.
O período de pré-vendas foi considerado muito bom pelo mercado das agências de viagens. Entretanto, com o aproximar do verão, algumas agências sentiram quebra nas vendas. Também sentiram isso na Graçatur?
Até fevereiro ou março as vendas estavam a ser muito boas, mas depois sentimos uma quebra até maio ou junho. Agora estamos a sentir que as pessoas estão novamente a procurar mais viagens.
Em termos de vendas neste primeiro semestre estão acima do ano passado, comparado com igual período?
Ainda não, neste momento estamos sete ou oito por cento abaixo. Por exemplo, no início do ano fizemos um grupo que foi à Argentina e que foi muito bom, mas a venda dessa viagem já tinha sido efetuada o ano passado. Mas acredito que com a procura que se está a fazer sentir novamente, em breve alcançaremos os nossos objetivos.
Nas viagens de produto charter, a procura por destinos de longo curso, como por exemplo as Caraíbas, foi maior este ano?
Sim, tivemos mais vendas, mas também aqui, o facto de algumas agências de viagens venderem na Bolsa de Turismo de Lisboa logo no início do ano a preços baixos, acaba por nos prejudicar. Penso que todas as agências de viagens deveriam estar em pé de igualdade no que diz respeito aos preços.
Voltando à procura dos produtos charter, por exemplo, este ano há oferta para o Cayo Santa Maria, mas nós não estamos a recomendar Cuba, porque os clientes acabam sempre por reclamar por qualquer coisa, ou porque há falta de comida, ou de limpeza, então preferimos não recomendar, a não ser que o cliente nos peça mesmo esse destino.
Acabamos por vender o norte de Palma de Maiorca, que embora mais caro é espetacular, em substituição de Cuba, por exemplo, principalmente quando o cliente não quer fazer muitas horas de avião. Temos vendido também Zanzibar.
“Este ano notámos que Marrocos teve uma quebra”
E nas viagens de curta distância (ilhas espanholas, Tunísia, Marrocos) quais os destinos que se destacaram?
O ano passado vendeu-se muito Grécia, mas este ano as pessoas estão a optar pelos Açores e também pela Tunísia – não Djerba, que também não temos aconselhado aos nossos clientes, mas para Hammamet e Monastir.
Houve algum destino com queda face ao ano passado?
Este ano notámos que Marrocos teve uma quebra na procura.
Nas viagens em voos regulares, quais os destinos com maior procura?
Nos voos regulares, Maldivas, Dubai, Ilhas Canárias e vende-se também muito Cabo Verde.
O Brasil já teve anos de ouro no mercado português, muito por via das operações charter que se realizavam, mas, entretanto, caiu. Pensa que está a recuperar?
Nós tivemos anos de ouro no Brasil, mas o destino agora está muito caro. Mas é o único destino de que sinto saudades e é uma pena ter caído em vendas. Por exemplo, eu antigamente conseguia fazer um roteiro de 17 dias no Brasil, com seis a sete voos dentro do destino, e para ter ideia, hoje estou a elaborar um roteiro no Brasil que só na primeira semana atinge os valores de todos os gastos dos 17 dias. Está muito caro.
Se os preços fossem mais moderados acredito que iriam recuperar, porque de facto é o melhor destino do mundo.
“A concorrência, ou seja, o surgimento constante de novas e várias agências de viagens no mercado, muitas delas sem RNAVT (Registo Nacional de Agentes de Viagens e Turismo), que não se sabe de quem são e que praticam preços inferiores aos nossos”
Quais têm sido as vossas maiores “dores de cabeça” este verão?
A concorrência, ou seja, o surgimento constante de novas e várias agências de viagens no mercado, muitas delas sem RNAVT (Registo Nacional de Agentes de Viagens e Turismo), que não se sabe de quem são e que praticam preços inferiores aos nossos.
Por exemplo, ainda agora temos um pacote exclusivo Graçatur, ao Sul de Itália e Costa Amalfitana e temos tido algumas desistências, porque há uma agência de viagens que só tem o nome e telefone e está a vender um pacote semelhante por menos 400€. E os clientes vão muito à procura do mais barato em detrimento da qualidade. Penso que deveria haver mais fiscalização nesta matéria.
Os operadores estão já a lançar no mercado pacotes para o fim de ano. Já está a haver procura para este produto?
Só um ou dois clientes que procuraram ainda. Normalmente deixam sempre para a última da hora.