A duas horas de Creta em ferry, a charmosa ilha de Santorini é destino único e de visita obrigatória
Foi dos dias mais bem passados da fam trip do Viajar Tours a Creta, aquele em que o grupo fez uma excursão de dia inteiro a Santorini, ilha plena de charme, feita de paisagens deslumbrantes e idílicas. Se visitar Santorini foi a “cereja no topo do bolo”, combinar Creta com Santorini será o mesmo que ter “duas cerejas no topo do bolo”.
Se eu tivesse uma agência de viagens e um cliente meu quisesse ir passar umas férias à ilha de Creta, tudo faria para que não deixasse de, pelo menos, fazer uma excursão de dia inteiro a Santorini, sendo que o ideal mesmo seria fazer um combinado entre as duas ilhas e passar lá pelo menos duas noites. Na programação que o operador turístico Viajar Tours apresenta com base no seu voo charter de verão para Creta, esta é de resto uma mais-valia: a possibilidade de os clientes poderem fazer um combinado entre as duas ilhas.
Mesmo que esse hipotético cliente se mostrasse reticente em fazer um combinado, fosse pelo preço ou por outro motivo qualquer, não deixaria de lhe mostrar as vantagens de ir passar pelo menos um dia a Santorini.
A apenas duas horas de ferry (uma viagem muito confortável), a ilha de Santorini é considerada um dos destinos mais charmosos da Europa e há razões de sobra para isso, razões de que nos apercebemos no imediato momento em que começamos a vislumbrá-la de longe nos apercebemos daquelas cúpulas de um azul forte que se destacam na paisagem e que preenchem o imaginário de todos quantos pensam nas ilhas gregas. Afinal, Santorini é um verdadeiro cartão postal ou, se preferirem, uma ilha verdadeiramente instagramável.
As suas povoações parecem “penduradas” no topo de penhascos e ribanceiras que parecem “cair” abruptamente sobre o mar. São povoações onde o turista caminha por ruas estreitas, ladeadas de casario branco e onde, aqui e ali, nos deparamos com vistas deslumbrantes sobre os telhados que permitem que a nossa visão se estenda até ao mar. Santorini encanta, e encanta porque proporciona aos visitantes mais do que belas paisagens para fotografar, oferece autênticos cenários únicos, “quadro vivos” que apenas podem ser apreciados nesta ilha.
É por tudo o que descrevi – e acreditem que fiquei muito aquém da realidade que merece muito mais adjetivos -, que quem vai de férias a Creta deve ser vivamente aconselhado a pelo menos fazer a excursão de um dia a Santorini. Foi isso mesmo que fez, e em boa hora, o grupo de agentes de viagens que visitou Creta a convite do Viajar Tours.
Nesse dia, o da excursão, o “toque da alvorada” foi cedinho, pelas seis da manhã, com tempo apenas para tomar um pequeno almoço apressado e aí vamos para o cais de embarque, que o ferry não espera.
O ferry, já o disse, demora duas horas a fazer a travessia entre as duas ilhas. É um catamarã de grande dimensão que transporta passageiros, carros, camionetas e alguma carga e que tem lugar específico para arrumar as malas dos turistas que vão ficar alguns dias em Santorini e tem duas classes, a considerada turística e a executiva. O grupo viajou em classe turística, que é muito confortável, com assentos bastante cómodos, televisões nos diferentes salões, um bar bem recheado para quem não tenha tempo de tomar a primeira refeição do dia e, claro, casas de banho.
Oia a cidade que se pronuncia sem a vocalização do ‘O‘
Chegados a Santorini, e sem delongas, iniciámos a excursão à ilha no “nosso” minibus. Enquanto nos afastamos do pequeno porto e nos dirigimos à nossa primeira paragem, a cidadezinha de Oia – prenuncia-se Ia, omitindo a vocalização do O -, subimos estradas estreitas e íngremes com soberbas vistas para o mar, e começámos a avistar pequenas povoações no topo das escarpas. Cereja no cimo do bolo é que lá de cima podemos ver o mar a espraiar-se de ambos os lados da ilha.
Chegados a Oia, que fica situada no topo de um penhasco, encetamos a visita a pé e os nossos olhares são transportados para imagens mágicas, com paisagens lindíssimas no mar e pormenores deliciosos em terra. São as ruelas polvilhadas de casinhas brancas com portas e janelas em azul forte, a contrastar com as pedras mais escuras do piso. E não, não é preciso ser asiático para não resistir: as máquinas fotográficas e em especial as câmaras dos telemóveis começam a registar tudo aquilo que vai encantando os nossos olhos, para mais tarde recordar mas para de imediato ‘postar’ numa rede social, causando inveja positiva a amigos mais ou menos virtuais e buscando aprovação em forma de ‘polegarzinhos’ ou corações.
As ruelas por onde vamos passeando apresentam-se cheias de vida e de cor por via do artesanato que por ali está exposto. Aqui encontra-se um pouco de tudo, desde lojas para comprar os famosos “ímans” a outras onde se vendem colares sofisticados e pedras preciosas, roupas de praia com maior ou menor sofisticação e qualidade, até aos restaurantes e bares, sempre com vista para os telhados das casas e das igrejas onde pontificam os domos azuis, e que mais parecem uma grande janela para o mar.
A meio do percurso vale a pena fazer uma paragem na esplanada de um restaurante ou de um bar, com vista sobre a escarpa e o pequeno porto da cidade. Em qualquer destes estabelecimentos terá à sua frente uma paisagem única que tranquilamente nos leva a refletir sobre a beleza do local. Foi a hora de parte do grupo que resistiu às compras habituais, usufruir e muito do que esta terra oferece de melhor – a beleza – e fazer um brinde à vida com uma boa cerveja encorpada de nome Ikariotissa.
Fira: “Não passar um dia inteiro na cidade (24 horas) é quase um crime ao nosso conhecimento”
Estávamos no final da manhã e apesar de termos a sensação de que tínhamos acabado de chegar e de termos ainda mais vontade de ficar pelo muito que ficou por ver, como o caso do Castelo de Oia também conhecido por Castelo de Agios Nikolaos e que é um dos lugares mais populares da ilha, era chegada a hora de entramos de novo no nosso minibus e rumarmos a Fira, a mais importante cidade da ilha.
Fira é uma cidade que transmite um fervilhar de emoções, e foi com uma sensação boa que começámos a percorrer as ruelas da cidade junto à arriba, apreciando as paisagens fabulosas enquanto aproveitávamos para escolher um restaurante com esplanada e vista para o mar, o que é algo que não falta.
A opção foi feita, a escolha recaiu num restaurante que tinha como base as pastas italianas, a que se juntavam algumas especialidades gregas. Os preços acabam por ser uma agradável surpresa porque estão ao nível dos que são praticados em restaurantes idênticos durante o verão algarvio. Subimos um piso para uma esplanada elevada com uma bela vista, o atendimento foi perfeito, a apresentação dos pratos é moderna não sendo demasiado sofisticada e a comida acima da média em termos de qualidade. A salada grega brilhou, a par da deliciosa pasta de frango onde não faltaram azeitonas cortadas às metades, o que lhe dava um gostinho especial.
Depois do almoço o tempo já era escasso, mas caminhámos sempre junto à falésia para usufruir daquela “janela” com uma vista magnífica para o vulcão que rasga a paisagem e enche as câmaras fotográficas. Tempo ainda para uma paragem para a compra de uma pequena lembrança aqui, outra acolá, até que temos um encontro não esperado.
Encontrámos um grupo de locais sentados num banco, numa rua mais calma de turistas e em conversa dissemos que estávamos em Fira apenas por umas horas. Lamentaram por nós, dizendo que “não passar um dia inteiro na cidade (24 horas) é quase um crime ao nosso conhecimento”. Ficámos então com uma ideia do que será ver o por do sol, sentir a cidade quando o dia cai e as luzes começam a ser a claridade que alumia as ruelas, e as cores que, segundo eles, “o sol não deixa ver” e que ganham então novos e suaves tons com a iluminação artificial. É uma outra beleza, acreditamos, certos de que numa outra oportunidade não a vamos querer perder.
Na nossa caminhada pela cidade pudemos ainda ver algumas das muitas igrejas de Fira, como a Catedral de São João Batista, a Igreja Ortodoxa de Anastasi, ou o Mosteiro das Irmãs Dominicanas. Ponto alto que infelizmente não visitámos é a Igreja Católica da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria com os seus três sinos que têm a particularidade de, quando o sol de põe atrás dos arcos, formar um dos mais belos cenários da ilha e que, por isso mesmo, é um dos pontos mais turístico de Santorini.
Obrigatório para quem visita a ilha com mais tempo e, claro, para quem a visita chegando num cruzeiro, é descer ou subir ao Porto antigo de Santorini, percurso que se faz a pé, de burro – hoje menos usual mas possível – ou de teleférico. A pé, terá de estar em boa forma física ou encher-se de coragem pois são 600 degraus de uma escadaria, em que a única mas enorme vantagem é ir apreciando a paisagem. Dizem-nos que quem faz este passeio ao cair do dia pode depois apreciar um magnífico pôr do sol, diante do mar, sentado à mesa de um qualquer restaurante e tirar assim todo o proveito da sua subida.
Já de regresso, sentado no meu lugar no ferry, dei comigo a refletir que se estivesse de férias em Creta e não tivesse aproveitado para visitar Santorini, mesmo que por escassas horas, teria perdido por certo aquilo que se costuma traduzir na frase “a cereja no cima do bolo”, mas a sensação com que fico é que se tivesse feito um combinado teria “duas cerejas no topo do bolo”.
O Turisver acompanhou a fam trip a Creta a convite do operador turístico Viajar Tours