A convite da ANA operadores APAVT foram ao aeroporto de Beja “espreitar” as condições para charters em 2023

Os operadores turísticos associados da APAVT, com operações charter, visitaram sexta feira o Aeroporto de Beja. Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação, explicou ao Turisver que a visita decorreu do convite feito pela ANA Aeroportos de Portugal e da “necessidade de estudar opções ao aeroporto de Lisboa”.
A convite da ANA Aeroportos de Portugal, os operadores turísticos APAVT responsáveis por operações charter visitaram, sexta feira, o Aeroporto de Beja. “Desta vez fomos perceber as reais capacidades do aeroporto de Beja, na esfera da operação turística”, explicou ao Turisver o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, precisando que “é obrigação do capítulo de operadores da APAVT permitir que os seus membros, os operadores turísticos, estejam perfeitamente atualizados acerca das capacidades de operação à partida de Portugal”.


De acordo com Pedro Costa Ferreira, “a visita a Beja decorreu no âmbito da excelente relação desenvolvida entre a APAVT e a ANA” mas também da “necessidade de estudar opções ao aeroporto de Lisboa, que é cada vez mais premente, face às dificuldades de obtenção de slots, em Lisboa”.
Ao Turisver, o presidente da APAVT comentou as “boas condições operacionais” encontradas naquela infraestrutura aeroportuária, mas apontou também alguns “constrangimentos muito difíceis de ultrapassar no presente”.

“Apesar das boas condições operacionais encontradas em Beja, a que acresce uma flexibilidade de soluções muito significativa, quer a posição geográfica, quer questões económicas ligadas à operação, como sejam a necessidade de utilização de aviões onde estes se encontram estacionados, impedindo deste modo “empty-legs” que encarecem as operações, são certamente constrangimentos muito difíceis de ultrapassar, no presente”, afirmou.
A visita dos operadores APAVT ao Aeroporto de Beja acontece num momento em que a utilização desta infraestrutura como possível alternativa a Lisboa volta a estar em cima da mesa, uma vez que, no passado dia 21, a Assembleia Municipal de Beja aprovou, por unanimidade, uma moção em que defende o aeroporto da cidade como “uma excelente e útil alternativa” aos aeroportos de Lisboa e Faro, “em caso de necessidade e de sobrelotação”.
Município de Beja quer ver aeroporto reconhecido como alternativa a Lisboa e Faro
Ainda assim, e apesar de defenderem que Beja “pode ser, em caso de necessidade e de sobrelotação dos aeroportos de Lisboa e de Faro, uma excelente e útil alternativa”, os deputados à Assembleia Municipal admitem, no documento que vai ser enviado ao Presidente da República, primeiro-ministro e Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, que aquele aeroporto “dificilmente conseguirá ser um aeroporto complementar ao de Lisboa”.
Já o presidente da Câmara de Beja, em declarações à Rádio Voz da Planície na passada quinta feira, alertava que “a placa [do aeroporto] só tem capacidade para 12 aeronaves e a aerogare para 250 passageiros por hora”. Assim, para Paulo Arsénio “receber voos civis de outros aeroportos, como o de Lisboa e Faro, é possível assim os operadores o entendam” e desde que “sejam devidamente orientados para a realidade deste espaço aéreo e entre dois a sete por dia, se forem mais será outra Portela”, disse ao referido órgão de comunicação.
Por seu turno, em declarações à Rádio Pax, o autarca explicou também que o “aeroporto de Beja tem condições para uma partida e uma chega por hora, na melhor das hipóteses”, um problema a que acresce o do estacionamento de aviões que ali aguardam entrada no hangar de reparação.
