47% dos hoteleiros espera chegar a níveis de 2019 já no segundo semestre
Esta é uma das conclusões do estudo apresentado esta segunda-feira pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP). Ainda assim, o documento revela que 53% das unidades hoteleiras associadas só perspetiva recuperar em 2023 ou 2024.
Tendo por base um inquérito realizado ainda durante o mês de maio, a 462 unidades hoteleiras de todo o país, associadas ou aderentes da AHP, o estudo espelha um certo otimismo por parte dos hoteleiros, que espera um bom verão, apesar das assimetrias entre as várias regiões do país.
No que toca às perspetivas de retoma, e englobando taxas de ocupação e receitas, é de registar que 47% dos inquiridos esperam chegar aos níveis da pré-pandemia já no segundo semestre do corrente ano, enquanto 45% espera que a retoma chegue no próximo ano. Entre estes, há 15% que espera a retoma no primeiro semestre de 2023 enquanto os restantes 35% espera que ela só aconteça na segunda metade do ano. Há ainda 7% que espera que os níveis de 2019 apenas sejam atingidos em 2024: 2% no primeiro semestre e os restantes 5% no segmento semestre.
Inquiridos sobre quais os fatores que terão maior impacto na retoma do turismo em 2022, os hoteleiros apontaram, em primeiro lugar a inflação (56%) e a escassez de mão de obra (56%), seguindo-se a instabilidade geopolítica /guerra na Ucrânia (51%), os custos da energia (41%), o custo e a escassez de matérias-primas (31%), o custo dos combustíveis (31%) e a imprevisibilidade da pandemia (18%).
Perspetivas para o verão
No que toca às estimativas para o verão, a começar pelo mês de junho, o destaque vai para as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores. No primeiro caso, os hoteleiros afirmam esperar que as reservas atinjam entre 80% a 100%, enquanto os Açores espera reservas entre 60% a 80%. Entre os 40% e os 59% fica a grande maioria das regiões, incluindo, Algarve, Lisboa, Alentejo e Porto e Norte de Portugal. Perspetivas menos otimistas são as que existem na região Centro, que estima 20% a 39% de ocupação no corrente mês.
Contas feitas, para o mês de junho, a média das reservas estimadas pelos hoteleiros, fica entre os 40% e os 59%.
Já para o mês de Julho, na Madeira, Açores e Algarve, as reservas estimadas situam-se entre os 60% e os 80%. Alentejo, Lisboa e Norte, ficam-se pelos 40% a 59%, que continuam a ser a média nacional. Abaixo continua a figurar o Centro, com estimativas de 20% a 39% de reservas. Para todas as regiões, as percentagens repetem-se no que toca às estimativas para o mês de agosto.
No que toca ao Top3 dos mercados para este período de verão, o nacional continua a figurar em primeiro lugar em todas as regiões do país. “80% dos inquiridos inclui Portugal no seu Top3 de principais mercados”, sublinha a AHP. Espanha, com 49% e França com 43%, completam o Top 3 de que continua fora o mercado do Reino Unido, com apenas 34% das respostas. Seguem-se os mercados da Alemanha, dos Estados Unidos que, segundo enfatiza a AHP, regista um “forte crescimento”, sendo “indicado por mais de 20% dos inquiridos”, o Brasil e os Países Baixos.
Ocupação e preços
No que toca às taxas de ocupação, a maioria dos respondentes considera que será igual ao verão de 2019, indo nesse sentido as respostas dos associados da AHP das regiões dos Açores, Algarve, Alentejo, Lisboa e Norte. Já a Madeira espera atingir uma taxa de ocupação superior a 2019, enquanto no centro as respostas vão no sentido contrário.
Já no que se refere ao preço médio por quarto, nos Açores, Madeira, Algarve e Alentejo, é esperada uma melhoria face a 2019, com as restantes regiões a apontarem para valores semelhantes à pré-pandemia.
Quanto a perspetivas para as receitas, só a Madeira espera que sejam “muito melhores”. As restantes regiões, à exceção do Centro, espera que sejam “melhores”. Já na região Centro, a estimativa e que sejam semelhantes a 2019.