18ª Convenção da GEA: Agências têm que criar escala mantendo a independência, disse o presidente da APAVT

Coimbra recebeu, durante o fim de semana, a 18ª Convenção Nacional da GEA Portugal que foi, também, a maior de sempre, tendo reunido cerca de 450 pessoas, entre agentes de viagens do Grupo GEA e fornecedores.
Numa Convenção que começou na sexta feira, com uma sessão reservada aos agentes de viagens que acabaria por ser parcialmente dominada por aquela que era a notícia do momento (a entrada da Newtour e da PCF Consultores no capital da GEA, que tinha sido tornada pública no dia anterior), a abertura oficial, na manhã se sábado, contou com as intervenções de Pedro Gordon (diretor-geral da GEA Portugal), Pedro Costa Ferreira (presidente da APAVT) e Pedro Machado, presidente da Turismo Centro de Portugal.
O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), escolheu centrar a sua intervenção em duas temáticas que considerou essenciais: o ponto de situação da atividade no ano em curso e as perspetivas para 2023.
Sobre este ano, diria que não há discordâncias quando se afirma que 2022 foi um ano turístico muito bom: “os resultados são inesperados, são muito bons. Julgo que se falarmos do setor como um todo são resultados muito próximos de 2019 (…), uns quase a chegar lá, outros a ultrapassar um bocadinho”, o que considerou “fantástico”.
Ainda assim, alertou que “temos que saber o que é que significa 2022” porque se o facto de as agências de viagens terem conseguido este ano “uma ótima recuperação (…) significa muito, mas não significa o fim do caminho – longe disso”. Isto porque, adiantou, com os números disponíveis “não andaremos muito longe da realidade se dissermos que, com níveis de resultados iguais a 2022, o setor demorará cerca de seis anos e meio a recuperar os balanços de 2019”, dado que “teremos perdido “entre seis e sete anos de resultados de 2019 em 2020 e 2021”.
“A crise não é uma crise de resultados, é uma crise de balanços e os nossos balanços chegaram ao fim de 2021 como nunca os tínhamos vivido – nunca tínhamos tido balanços tão maus”, declarou.
Relativamente a 2023, disse que “é o próximo passo na recuperação”. Usando a palavra “incerteza” para classificar o ano de 2023, Pedro Costa Ferreira deixou claro que as únicas certezas que existem “não são muito favoráveis”, nomeadamente a desaceleração económica a nível mundial e, em alguns casos, a recessão. Por isso considera razoável afirmar que “se olharmos para o sector como um todo, temos a certeza que 2023 não vai ser tão bom como 2022”, mas “esperemos que seja positivo e que seja mais um passo na recuperação dos nossos balanços”
“Em média, acho que é razoável, racional e sério dizer que esperamos que 2023 seja positivo, mas será eventualmente ou quase de certeza inferior a 2022”, frisou Pedro Costa Ferreira. Para percorrer o próximo ano “vamos ter que ter ousadia e vamos ter que criar escala”, disse, exemplificando com a GEA que considerou “um ótimo exemplo de criação de escala sem perda de independência”. Recorrendo à sua experiência de longos anos enquanto membro da rede GEA, Costa Ferreira disse que esta criação de escala sem perda de independência “é visível no acesso a condições de venda, porque temos acesso a condições de compra que não teríamos sozinhos; no acesso a tecnologia que não teríamos se estivéssemos sozinhos; e no acesso a maior capacidade de intervenção, como é o caso da BTL, onde não conseguiríamos aceder se estivéssemos sozinhos, e no acesso a mais conhecimento”.
Há hoje 22 produtos turísticos na região Centro de Portugal
Também na sessão de abertura, Pedro Machado, presidente da Turismo Centro de Portugal, região anfitriã do evento, começou por se referir à cidade de Coimbra como “um dos maiores carões de visita do Centro de Portugal” para depois acentuar a importância dos agentes de viagens para a construção do destino. Sublinhando que, durante a sua jurisdição, a região Centro de Portugal “tem procurado estar sempre muito ligada aos agentes de viagens e aos operadores turísticos”, deu como exemplo os vários congressos da APAVT, entre outros, que já se realizaram na região, por “ter havido a construção de um caminho que tornou credível o Centro de Portugal e a nossa própria relação com os agentes, com os operadores, para construirmos uma base de confiança” para a receção de eventos deste tipo.
Pedro Machado destacou ainda que “há hoje 22 produtos turísticos na região Centro de Portugal, que podem ser trabalhados com a certeza de que estamos a vender produto com qualidade”. Deixou também a mensagem de que “os destinos regionais acrescentam valor e sem os quais a marca Portugal não existiria”.
*O Turisver esteve em Coimbra a acompanhar a Convenção a convite da GEA